sexta-feira, 31 de julho de 2015

• Capítulo 60

- Ah, pelo amor de Deus! - Bernardo se pronunciava. - Quer dizer que hoje é o dia de relembrar os velhos e bons tempos, literalmente né?! O tempo passa e vocês não param de se pegar escondido pelos cômodos da casa. - Ele dizia fingindo indignação, seguindo de uma risada.
Me afastei de Luan completamente sem graça, queria mesmo era cavar um buraco e me enfiar nele. Luan como sempre disfarçava um momento tenso com piadinhas.
- Sabe como é né cara?! É muito amor desde sempre e PRA SEMPRE. - disse gargalhando e me abraçando pela cintura.
- Desde sempre e pra sempre? Nem nos seus melhores sonhos. - falei sarcástica me soltando dele e indo em direção as meninas que apenas observavam tudo rindo.
- Dessa vez não tem como negar, marrentinha. Eles viram tudo. - Luan dizia rindo e apoiando cada um dos seus braços em Bernardo e em Pedro.  
- Negar o que, que você me agarrou?
- Eu te agarrei? Não era o que parecia a minutos atrás.
- Vai se catar, vai! - disse indo em direção as escadas e gesticulando para as meninas virem comigo.
- A linda aí já vai fugir? - falou e senti o sarcasmo em sua voz.
- Não tenho do que fugir. Vou apenas ir dormir, posso? - comentei irônica e sem esperar sua resposta fui subindo as escadas.
Como o quarto de Bruna era no meio do corredor e o do Luan no final, todos pararam enfrente a porta da Bruna pra se despedir. Dei um beijo em cada um dos meninos e apenas um olhar desafiador pra Luan que sorria sem parar. Fui entrando no quarto mas antes tive que alfinetá-lo. 
- Ah Luan, quando cair da cama e acordar do seu sonho de que eu beijei você por livre e espontânea vontade, me avise! - falei fazendo todos rirem.
- Se for sonho não me acorde, eu preciso flutuar! - Luan cantarolava me olhando e mesmo sendo mais uma de suas palhaçadas, me perdi nas palavras com aquilo. 
- "Pois só quem sonha, consegue ALCANÇAAAAR! Te dei o sol, te dei o mar pra ganhar seu coraçãooo" - gritou Pedro desafinadamente, ainda sobre efeito do álcool, fazendo eu sair de transe e rir dele com todo o resto. Depois de nos despedirmos entramos no quarto de Bruna com meninas e eles seguiram para o de Luan. 

Segui calada e as meninas adentraram o quarto já rindo e conversando, o que me deu um certo alívio. Quero mesmo que elas esqueçam o ocorrido. 
- Eu não acredito que ele falou isso! NÃO ACREDITO! - Bruna berrou, fazendo Maria rir. 
- Bruna, se controla, por Deus! - Julia falava rindo de sua euforia.
 - Mas e aí, Juju, pronta para sentir todo o poder de Pedro?
As garotas riram da cara que a amiga fez. - Vocês são muito babacas. Aquilo foi uma brincadeira. - Julia respondeu, olhando para o teto. Queria passar toda indiferença possível. 
- Cala a boca, eu tava lá e vi que ele não tava brincando! - Eu disse, e as garotas fizeram sinfonia de "hummmmm".
- Só vim aqui dizer a verdade, eu tava lá, o Pedro vai querer te seduzir sim, Juju! 
- Para, Maria! - A garota escondeu o rosto com as mãos. 
- Ah, Julia, para de ser caipira, fala sério! 
- Fala pra gente... O que você vai fazer? Se ele realmente... quiser... algo? 
- Não faço ideia - Juju disse. - Estou muito confusa. Não sei como vou reagir e ele namora!
- Ah, amiga, se joga! Pedro sempre foi um gato, e se ele namora a culpa não é sua, faz ele acabar uai. - Bruna disse e todas a encararam, um pouco surpresas.
 - Qual é, gente? Falei algo de errado?
- Você já foi mais conservadora, dona Bruna! Cadê o irmão protetor e ciumento ensinando os bons modos femininos? - eu dizia rindo.
- Vocês são um saco! - Bruna reclamava e nós riamos. - A Camila já está com o Pi, a Maria com o Matheus, uma a mais, uma a menos... Julia riu. 
- Como assim, Maria e Matheus? Perdi alguma coisa? - falei surpresa e aliviada ao mesmo tempo, por ele ter desencanado de mim.
- Eles foram pra área da piscina se pegarem, Mila! - Julia dizia pirraçando.
- Não acredito, ai que coisa boa Mari! - falei abraçando-a.
- Não vai querer ficar de fora, não é mesmo, Bubuzinha? Cadê um espaço pro Berna nesse seu coraçãozinho?
- Ah, fica quietinha aí e se resolva com o seu gato! - Bruna falou disparando uma almofada em mim, fazendo as amigas rirem. Nesse clima de descontração, ficamos conversando até amanhecer de vez. Como sempre, fui a última a dormir, acabei ficando sozinha com meus pensamentos e adormecendo em seguida.   

Acordei com o meu celular tocando, o procurei com as mãos ainda de olhos fechados e atendi a ligação.
- Alô? - falei transparêndo a voz de sono.
- Oi minha filha, mamãe tá com saudades! 
- Ô dona Ana, tô com muita saudades também. Mas olha a hora, cara! - falei rindo.
- Olhei bastante, senhorita! São 9:30 da manhã, foi dormir tarde?
- Mãe, ontem foi o amigo secreto com o pessoal, o nosso reencontro... Ainda estou na casa dos Santana's, e todos estão dormindo, inclusive seu filho bebeu horrores, não vai dar conta do vôo agora cedo pra Londrina!
- Vai dar conta sim, quero os dois aqui antes do almoço. A família toda já tá chegando, cuidem de vir logo! Mande um beijo e um abraço pra cada um, mamãe ama! 
- Mando mãe, mando! Também amo você, e hoje eu chego tá? Mas não me apressa! - falei finalmente abrindo os dois olhos. - Beijo, tchau! 
Desliguei antes que as meninas se acordassem também, ainda era cedo pra elas que não tem compromisso nenhum agora pela manhã. Hoje era 24 de Dezembro, Véspera de Natal, e eu e Bernardo iríamos pegar vôo pra Londrina, íamos passar o natal com a família toda na casa da minha Tia Ceça. 
Me levantei com muito custo e pensei em chamar Bruna pra me ajudar. Afinal, eu não sabia onde ficava nada nessa enorme mansão, com certeza ainda estavam estavam todos dormindo e eu precisava de um café da manhã descente, roupas emprestadas de Bruna e achar as chaves do meu carro que estava perdida nessa casa. Resolvi que não iria acorda-lá e que ia no quarto dos meninos acordar meu irmão.

Luan Narrando

Minha noite não poderia ter sido melhor. Quer dizer, até dava pra ser melhor, mas não quero abusar da sorte. Além de reencontrar os melhores do mundo, revivi coisas que quero continuar vivendo pra sempre. Sim, estou falando de Camila Salsa. Novamente, nós dois. Eu não sei o que temos, mas sempre que estamos no mesmo ambiente parecemos ter um ímã sobre nós. Nossos corpos se chama um ao outro. Desisto de tentar nos entender. -ria sozinho recordando os beijos que havia ganhado dela. Estava no meu quarto com Bernardo, Matheus e Pedro. Só estávamos eu e Pedro acordados, ele falava coisas sem nexo e eu só gargalhava, o Pedroca sempre foi o mais fraco pra a bebida, e eu sempre aproveitava disso pra rir bastante com ele. Amanheceu o dia e o sono veio instantaneamente me fazendo capotar. 

Abri o olho com uma certa dificuldade por causa da claridade da janela e o sono mal matado, a vista estava embaçada mas eu podia ver que alguém estava se aproximando. 
- Ei, acorda, ei, psiu! - Camila dizia parada em minha frente com trajes de dormir, me fazendo abrir os dois olhos na mesma hora.
- Nossa senhora, bom dia, viu? Êta lá! 
- Bom dia pra você também, Luan. Vim pedir caridosamente que acordasse meu irmão, véspera de Natal e eu ainda em SP. Ele tem que acordar! - dizia batendo o pé.
- E pra onde vocês vão? - falei coçando os olhos e me levantando.
- Passar natal em Londrina, na casa da minha tia Ceça.
- Aquela que fazia um bolo de laranja maravilhoso quando a gente namorava? - falei chegando perto de Camila.
- Sim, ela mesma! - falava ela se saindo.
- Hum, sei quem é. Saudades da época. - falei fazendo o meu famoso "biquinho" dramático. 
- Também tenho saudades, aquele bolo é maravilhoso. Vou comer ele mais tarde, e você não! - falava Camila rindo e me dando as costas indo em direção à porta do quarto. 
- Cê num presta, nem pra dizer que tem saudades da gente...
- Olha, vai me ajudar mesmo? Tenta acordar esse bebum do Bernardo, vou descendo pra tentar fazer um café da manhã legal, não vou demorar muito aqui. Se quiser, pode vim comer comigo, só tem a gente acordado mesmo... - falou e em seguida fechou a porta fazendo um barulho ensurdecedor, praticamente acordado os meninos sem que eu precisasse chamá-los. - Ri do seu jeito delicada de ser e fui tomar um banho na minha suíte pra ajudá-la a fazer um bom café da manhã. 

Depois de estar devidamente cheiroso, desci as escadas e me deparei com uma cena que me fez hipnotizar.
Camila ainda de roupas de dormir, com a cara amassada, cabelo no coque, fazendo sanduíches, partindo o bolo, fazendo café. Aquilo era o que eu queria ver todos os dias quando me acordasse. Fiquei um certo tempo na ponta da escada admirando aquilo, e quando ela percebeu, deu um sorriso que eu não via desde nossas férias na mansão. O sorriso tímido dela. 
- Tá parado aí porque? - ela falava sem parar o que estava fazendo.
- Ah... Eu... Eu tô com câimbra no joelho, mas já tá passando! - falei sacudido a perna, fazendo ela gargalhar daquilo.
- Tô falando sério, ou cê acha que eu tava parado ali te admirando? Claro que não... Nunca né? - falei coçando a cabeça.
- É, nunca mesmo. Isso não é sua cara! - falava irônica.
- Ainda bem que sabe! - sorri pra ela indo em direção ao balcão da cozinha, me sentei nele e continuei a observá-la.
- Não vai me ajudar? Já já esses folgados acordam e não tem nada pra comer.
- Como nada? Já vi um bolo ali, sanduíches e um suco de alguma coisa não identificada que cê fez. - falei descendo do balcão indo conferir.
- Mas isso não é o bastante, você e a Bruna são mal acostumados com a Tia Mari. Isso aqui é mesmo suficiente? 
- Mas você não é a Mamusca, tudo que vier será bem-vindo. 
- Hum, sei... Mas também tem os meninos aqui, eles vão levantar esfomeados, até porque... - parou de falar sentindo eu pegar na sua cintura por trás.
- Deixa isso ai, já tá de bom tamanho. - falei em seu ouvido, quase como um sussurro, fazendo ela virar pra mim.
- Tudo bem então, vamos comer! - falava sem tirar os olhos de mim, e nem eu conseguia tirar os olhos de sua boca, bastante rosada por sinal. Antes de voltar aos meus sentidos, Camila virou seu rosto me fazendo sair do transe e deixá-la passar. Sai de sua frente, indo pegar a bandeja do bolo e a jarra de suco, levando pra mesa e ela fez o mesmo com os sanduíches e panquecas.

terça-feira, 7 de julho de 2015

• Capítulo 59

- Boa noite, Luan. - dizia sexy. 
- Boa noite, Camila. - ele disse com a voz rouca, e eu senti um arrepio na espinha. Já estava ficando acostumada com as reações ridículas e automáticas que eu tinha perto de Luan Rafael. 
- Muito melhor agora. - respondi provocante, fazendo Luan sorrir safado e ao mesmo tempo confuso de como ela poderia fazê-lo esquecer da raiva que ele estava de mim.
- Luan Rafael e Camila Salsa, vos encontram amigos? Quem diria... - Pedro dizia surpreso.
- Pedro, você bem sabe que esses dois nem que seja pra brigar, eles têm que se falar! - Bruna exclamou, fazendo todos concordarem e soltarem um coro de "HUUUMMM."
- Olha quem fala né Pedro? Quem diria que o gararão da escola estaria namorando. - falou Luan rindo querendo mudar de assunto.
- Como assim Pedro Campos namorando sério? Me contém essa história. - Camila entrou na onda ajudando o assunto entrar em outro rumo.
Com esse clima de descontração, voltamos a ser o que sempre fomos. Bruna colocou música alta e nesse momento tocava "Cuida bem dela - Henrique e Juliano." 
- Ela gosta que repare no cabelo dela... - Luan dizia com a voz afeminada, mexendo a cabeça como se tivesse longos cabelos.
- Luan! - Bernardo estava roxo de tanto rir.  - Eu tinha esquecido de como você era veado.
- Por favor, Pi... Assim não dá pra te defender! - Bruna dizia rindo. 
- Camila, acho que só você da um jeito nisso aí!
- Ei! O Luan do armário e a culpa é minha? - gritou, fazendo com que todos gargalhassem.
- EI! EU NÃO SAÍ DO ARMÁRIO COISA NENHUMA! - Luan disse muito alto, vendo que os amigos ainda rolavam de rir. - EU SÓ TAVA BRINCANDO E... 
- Uma revelação dessas? Vou vender pra minha equipe de jornalismo, e ganhar uma nota preta! - Matheus dizia descontraído, fazendo Camila sorrir o olhar aliviada por ele não estar sendo chato como estava ultimamente

- Awn gente, parem de zoar o menino! - Camila abaixou perto dele, segurando o riso. - Já chega, não é? 
- É, chega! - ele fez bico emburrado.
- Isso. - Camila sorriu. - Nós temos que respeitar a opção sexual dos coleguinhas, tão me ouvindo? - falava sarcástica fazendo com que a sala se despertasse em gargalhadas novamente. 
- Vai brincando, vai, Camila Salsa... - Luan disse, rindo baixo. - Vamos ver se você aguenta. - Camila o encarou com os olhos arregalados, e todos subitamente ficaram quietos. 
- O... O quê? - Camila gaguejou. 
Luan aproximou o rosto dela, que estava tão intrigada que nem conseguiu se mover para afastá-lo, como geralmente faria. 
- Você vai ver quem é gay aqui! - ele sorriu debochado, puxou a garota pra si e quando eles estavam a centímetros da boca de um do outro, totalmente entregue, Luan a soltou novamente.
Camila estava congelada. Sentiu seu corpo arrepiar, mas pra variar, não conseguiu esboçar reação nenhuma, e se sentindo ridícula por não ter falado nada e deixado ele ter total controle da situação.
- Vocês viram o que eu vi? - Pedro pareceu sair de um transe. 
- Eu... Eu vi! - Bernardo respondeu e Luan riu. 
- Nosso garoto... Virou homem. - Pedro gargalhava. - E pelo o que eu vi, a Camila aprovou sua pegada! 
- Ei, nem vem! Esse é o sonho dele. - sorria debochada.
Depois de mudar de assunto, Camila deixou todos na sala e foi a cozinha dizendo ir pegar mais gelo para sua bebida, mas na verdade queria poder acalmar-se. Quando tomou um leve susto vendo Maria entrar no cômodo da casa.
- Mila... Aprenda a respirar de novo e se prepare - ela riu. - Não acho que o Luan está brincando. 
Camila sentiu as bochechas arderem. Não respondeu nada. No fim das contas, talvez esperasse que não fosse uma brincadeira. 

Voltamos pra sala e percebi que Bernardo falava de mim. 
- Realmente, Camila sempre teve temperamento forte e a maioria das brigas comigo eram todas compradas por ela!
Cala a boca! - ela chegou sorrindo. - Eu sou muito fofa, ok? Não sei por que esse medinho de mim... Sou muito fácil de lidar, pergunta pro Luan Rafael e... 
Camila ouviu a tão característica gargalhada de Luan, e olhou arqueando a sobrancelha.
- Você é realmente super fácil de lidar. Talvez para domadores de leões do circo, para espiões da CIA, ou algo do tipo... - falava gargalhando e todos riram.
- Ah, vai se foder. - Camila o olhava emburrada.
- Pare de ser fofa! - falava rindo dela.

Minutos depois começaram a troca de presentes. Luan havia tirado Bernardo, Bernardo havia tirado a Bruna, o que gerou um certo alvoroço e provocações sobre os dois. Bruna me tirou e foi lindo sua declaração, amo essa loira demais! Eu havia tirado o Matheus, e aproveitei da situação pra mostrá-lo o quão importante ele é pra mim e agora enfim senti que ele não havia mais desavenças comigo. Matheus tirou Juju, que tirou Pedro e Pedro tirou a Maria que tirou o Luan. Depois da troca de presentes, confesso que começamos a exagerar na bebida, tirei meus saltos e subi em cima do sofá junto com Bruna que rebolava comigo, observei os olhares de Luan em mim e ri satisfeita. Eu amava isso, confesso! 

O relógio batia as 4:00AM e decidimos ir dormir, todos nós já estávamos um tanto quanto felizes demais e cansados também. Os meninos subiram as escadas um dando as mãos ao outro, cantando "Nós andamos iguais, nós andamos iguais. De um lado pro outro, pra frente é pra trás, nós andamos iguais." nos arrancando muita risada. Bruna, Juju e Maria arrumaram a sala, e eu fugi disso subindo pro quarto de Bruna. Entrei em sua suíte me despindo, tomei um banho e pus uma camisola um tanto quanto ousada que havia achado no guarda-roupa de Bruna, foi a primeira que eu vi e não liguei pra isso. Quando eu estava penteando meus cabelos pra finalmente me deitar, ouvi as vozes das meninas adentrando o quarto. 
Eu não acredito que ele falou isso! NÃO ACREDITO! - Bruna berrou, fazendo Maria rir escandalosamente.
- Bruna, se controla, por Deus! - Julia exclamou emburrada. - Mas e aí, Juju, pronta para sentir todo o poder do Pedrinho?
- Vocês são muito babacas. Aquilo foi uma brincadeira.
- Opa, o que as lindas estão falando? O Pedro não está namorando? - perguntei inocente.
- Mila, ele nunca vai prestar! Tá namorando e me querendo. - Juju disse soltando um "beijinho no ombro".
Ficamos fofocando sobre tudo que havia acontecido naquela noite, até que as meninas acusaram estar com muita sede, e eu também estava, afinal álcool nos proporciona essas coisas. Bufei. 
Tiramos zerinho ou um, pra ver quem iria descer pra buscar e como sempre eu! 
Desci com um certo receio, pois eu morria de medo de sair do quarto numa hora daquelas. Desci as escadas e dobrei o corredor pra ir a cozinha, quando fui surpreendida por Luan, que tapou minha boca com sua mão, antes que todo o condomínio ouvisse meu grito.

- Você é louco? Cara, eu quase morri! - falei me recuperando. 
- Eu morro por você todos os dias e nem reclamo! - ele dizia com um sorriso de deixar qualquer uma louca.
- Idiota! - ri junto com ele.
- Então, onde paramos mesmo? - Luan me puxava pra si.
- Onde eu disse que independente da opção sexual dos nosso amigo, no caso você... Devemos respeitar! Afinal, você tem direito de ser gay! - Eu dizia com a voz baixa, quase um sussurro. 
- Eu já te provei inúmeras vezes que sou um homem de "H maiúsculo" mas você parece querer que eu prove isso todos os dias! - ele dizia beijando meu pescoço, me fazendo arrepiar.
- Então me prova de novo, já esqueci como que cê faz... Vai ter trabalho pra me convencer outra vez! - ri maliciosa, mordendo o lóbulo da orelha de Luan. Sabia as reações que esse pequeno gesto poderiam ter. No mesmo instante ele me prensou contra a parede, apertando com força a sua cintura. 
- Eu gosto de ter trabalho. 
Eu acompanhei o sorriso de Luan, o puxando para um beijo com um misto de desejo, paixão e saudade. Luan retribuía e eu comecei a fazer um caminho de beijos desde o pescoço dele até sua boca. Quando cheguei lá, deu uma leve mordida o empurrei pra trás, indo até a porta da cozinha. - Comece a trabalhar então. - ri. 
- Algo me diz que hoje você vai fazer hora extra. - sorri vitoriosa e sai dali, deixando um Luan Rafael ofegante e sorridente na cozinha. E com alguns pensamentos bastante pervertidos, vale ressaltar. Depois dele sair do transe de pensamentos, veio foi atrás de mim, que ainda se encontrava subindo as escadas. 
- Achou mesmo que ia ser fácil fugir do gay aqui? - Luan falou me puxando com toda a força, e colando os seus corpos novamente a-virando pra si.
- Quer parar? - ela dizia rindo. 
- Me faça parar. Me faça acreditar que não quer! - Luan deu um sorriso malicioso e apertou mais suas mãos nas minhas costas, fazendo com que eu ficasse nas pontas dos pés. Agarrou meus cabelos e colou nossos corpos rapidamente, procurando por minha boca. Não relutei e o-beijava fervorosamente em perfeita sintonia, que só aumentava. Luan pôs a mão por dentro da minha blusa e acariciou meus seios ainda por cima do sutiã me fazendo arfar. Passei as mãos por seus braços constatando quão fortes eles eram e alisava sua nuca lentamente sem parar nosso beijo, até que risadas vindo de não muito longe fez com que nos parássemos o beijo e olhar pra direção que o som vinha. Estavam Bernardo, Bruna, Mari, Matheus, Juju e Pedro nos olhando segurando o riso.
- Ah, pelo amor de Deus! - Bernardo se pronunciava. - Quer dizer que hoje é o dia de relembrar os velhos e bons tempos, literalmente né?! O tempo passa e vocês não param de se pegar escondido pelos cômodos da casa. - Ele dizia fingindo indignação, seguindo de uma risada.

• Capítulo 58

Camila Narrando 

Depois de ter ido pra balada com uns amigos meus e ter chegado em casa ás 5:30 da manhã acordei com uma baita dor de cabeça. Odeio ressaca, mas amo beber. Então... Falando nisso nem lembro direito o que aconteceu ontem à noite, a não ser a parte de que Luan me ligou e o mesmo desligou na minha cara, talvez tenha ficado irritado e ao ouvir a voz de Diogo, meu colega de trabalho que tinha ido buscar uns drinks comigo no Bar. Ri disso e segui para a minha suíte, precisava de um banho de no mínimo 40 minutos pra ver se essa ressaca passava. Quando saí da ducha mais relaxada, fui procurar alguma coisa para comer, quando lembrei-me que mais tarde iria com a Bruna buscar Maria e Júlia no aeroporto. Hoje seria o nosso tão esperado reencontro, o dia do amigo secreto. Liguei pra Bruna pra ver se precisava da minha ajuda com algum detalhe e ela disse que tava tudo certo e só estava terminando de arrumar tudo. Ela achava melhor deixar tudo pronto antes de irmos buscar as meninas e ficarmos aqui até a hora de começar. Como não tinha nada pra fazer resolvi ir no mercado comprar umas coisinhas. Sempre que as meninas se juntam só da fofoca e gordices. Peguei a chave do carro, meu celular, tranquei o apartamento e fui.
Para a minha surpresa o trânsito de São Paulo estava relativamente tranquilo então cheguei rapidamente ao supermercado. Peguei uma cesta e fui atrás de tudo que estava em mente, não estava nem na metade quando olhei para o que tinha comprado e tive a certeza que eu teria que voltar para a academia. Estava a procura de Nutella quando um perfume invadiu o ambiente me fazendo estremecer, era o perfume dele! Olhei rapidamente pra trás e pro meu alívio não tinha sido ele, não era o Luan. Respirei fundo tentando arrancar ele dos meus pensamentos e terminei as compras, já indo embora. Já estava quase na hora de ir buscar as meninas então liguei pra Bruna pra confirmar que ela iria junto comigo buscá-las.
- Bru, já to indo buscar as meninas, acho melhor ir um pouquinho mais cedo. Vai comigo?
- Vou sim. Passa aqui pra me pegar? 
- Claro, em 20 minutos estou aí! - disse já pegando minha bolsa e a chave do carro e indo em direção a porta.
- Vou estar esperando, beijo.
- Beijo.
Tranquei o apartamento, peguei o carro e segui para o Alphaville antes do previsto, cheguei na porta da casa dos Santana's e buzinei. Uns segundos depois Bruna saiu de lá parecendo uma fadinha saltitante.
- Nossa que menina feliz! - falei brincando assim que era entrou no carro e fechou a porta.
- Estou mesmo. Vamos rever todos e estou morrendo de saudade. - disse com um sorriso enorme no rosto.
- Também estou! Então vamos lá buscar nossas doidinhas.
Dei partida no carro e seguimos rumo ao aeroporto. Chegando lá esperamos uns bons quarenta minutos, e as meninas chegaram. Assim que nos vemos, demos um abraçado coletivo, que sensação maravilhosa de tê-las reunidas junto a mim novamente! Passamos a tarde grudadinhas umas nas outras, fofocando e como eu esperei, fazendo várias gordices juntas. O tempo passou e nós nem nos demos conta disso.

- Gente, e os meninos? Eles já chegaram aqui em SP? - perguntava Juju.
- Sim, amiga. Eles chegaram mais ou menos na mesma hora que vocês lá em casa, o Pi nem precisou explicar a eles onde ficava o condomínio, eles chegaram sem dificuldades e todos juntos. - Bruna afirmava.
- Caralho, gurias! Olha a hora, já são 18h30, marcamos com eles ás 20h00, e quatro mulheres num apartamento com dois banheiros não da certo não! - Maria dizia apressada com aquele jeitinho dela e nós rimos. 
Fomos tomar banho e em menos de 30 minutos eu já estava me maquiando, com a ajuda de Bruna. Como eu ainda tinha tempo, por ter que esperar as meninas, tirei umas fotos e escolhi uma pra postar no Instagram.

"@Camila_Salsa: Hoje é dia de relembrar os velhos tempos, baby! ❤️" 

Apressei elas fazendo com que Julia fosse até o carro descalça, ainda atacando o salto. Rimos dela e partimos pro Alphaville! Chegamos em frente a mansão e eu estacionei. Percebi que as meninas estavam tão nervosas quanto eu e dai então fomos juntas em direção à porta. Bruna a-abriu com sua chave e os quarteto que estava na sala parou o que conversava pra nos olhar dos pés a cabeça.
- Oi pessoas mais lindas da minha vida! -falava Bruna quebrando o gelo, sorrindo saltitante, e Bernardo riu. 
- Vocês sempre foram lindas, mas agora estão de parabéns hein? - Bernardo disse, e os todos eles riram concordando, menos Luan que fez cara feia ao perceber que ele falava isso olhando para as curvas de Bruna.
- Cala a boca, Bernardo. - Essas foram as primeiras palavras ditas por mim. Fiz careta, segurando o riso. Caminhei até a poltrona em que meu irmão estava, propositalmente ao lado de Luan. Agachei-me para lhe dar um beijo na bochecha, fazendo com que minha roupa subisse o máximo, tendo toda a atenção de Luan voltada pra mim, fazendo todos perceberem os seus olhares maliciosos. 
Fui em todos cumprimentá-los, chegando na vez de Luan ela fez questão de falar num tom que somente ele ouvisse.
- Boa noite, Luan. 
- Boa noite, Camila. - ele disse com a voz rouca, e Camila sentiu um arrepio na espinha. Já estava ficando acostumada com as reações ridículas e automáticas que tinha perto dele.