domingo, 3 de janeiro de 2016

• Capítulo 63

Camila narrando 

Acordei com as meninas pulando em cima de mim, me chamando para ir pra piscina com elas. Sem escolha me levantei fiz minhas higienes e fui atrás da minha mala procurar por um biquíni. O vesti e decidi tirar uma foto.

"@Camila_Salsa: Quero praia e sol, quero namorar... 😈"
Desci e as malucas estavam fazendo a maior algazarra na mesa, e como sempre minha mãe brigava dizendo que ia estragar a mesa de café da manhã que ela preparou com tanto carinho, (sempre manhosa). Puxei uma cadeira e sentei dando um beijo em todos ali.
- Bom dia amores da minha vida!
- Olhem pra ela, toda carinhosa e feliz... Parece que viu um passarinho verde. - Fernanda não perdeu tempo de me zoar.
- E o passarinho tem até nome. Guilherme! - Amanda também não perdia uma.
- Huuuuum - fizeram todas juntas o que nos fez cair na risada.
- Pode parar, viu? Só estou feliz por estar aqui com vocês, não pode?
- Pode, claro que pode... - Amanda fechou o assunto em tom de ironia.

Terminamos nosso café e caímos na piscina onde passamos quase a tarde toda entre risadas e brincadeiras. Eu estava mesmo precisando desse descanso físico e mental junto das pessoas que mais amo. Estava deitada no sofá da sala assistindo um filme de Terror com as meninas quando meu celular começou a tocar me dando um baita susto, quando olhei no visor era o Guilherme.
- Sorriso! - atendi no segundo toque o chamando pelo seu apelido.
- Olá sorrisinho! Como cê tá? 
- Eu tô no sossego, sai quase agora da piscina com as meninas. E você, Gui? 
- Eu tô bem também, só não estou com essas companhias boas. - riu. - Mila, quero te fazer um convite. - ele falou calmamente com receio que eu dissesse um "não".
- Diz ai, uai.
- Vamos na boate hoje a noite? Vai ter o show daquela dupla que ta fazendo sucesso agora Zé Neto e Cristiano. Chama as meninas? - falou em tom de dúvida, me deixando sugerir o que ia rolar. Tampei o microfone do celular e perguntei para as meninas.
- Show do Zé Neto e Cristiano hoje, bora?
- Aqui? - Fernanda perguntou.
- Em uma boate daqui. O Guilherme ta chamando... - elas se entreolharam com sorrisinhos de malícia no rosto e concordaram juntas.
- Claro! - sorri e voltei a falar com Guilherme. - Nós todas vamos, Gui. Passa aqui pra nos pegar?
- Que bom, fechado, 22:00hrs to aí.
- Ok, vamos ficar te esperando! - falei sorrindo tímida. - Beijo, gatinho.
- Até mais tarde, gatinha - também brincou e assim encerramos a ligação.

Assim que desliguei a ligação olhei pra minhas primas e todas elas estavam se entreolhando e rindo do nosso diálogo. Tudo pra elas era motivo de "hummmm". Eu já havia me acostumado, e ria disso junto com as mesmas. Passamos o resto da tarde ali, Amanda sugeriu que fôssemos descansar um pouco e eu concordei. Piscina enfada muito, e eu hoje quero beber até esquecer meu nome, assim como antigamente. - pensava maliciosa.

Luan Narrando

Esse ano por um milagre divino deu para passar o Natal com minha família, assim como vou passar o ano novo, graças a Deus. Fomos para a chácara e juntou a familiada toda, fazia tempo que todos ficavam reunidos assim. Preferimos chegar cedo pra ficar mais tempos juntos e deu tempo de aproveitar bastante. Passei a manhã toda na beira da piscina conversando e cantando umas modas com Matheus meu primo, Douglas e Marquinhos, que vieram juntos. Meus dois amigos sempre foram tratados como membros da família, crescemos juntos e tenho orgulho de vê-los começando a fazer sucesso assim como eles viram isso acontecer comigo. Cantamos, tocamos, rimos, brincamos e como era nossa tradição tomamos nosso tereré. A parte da decoração ficou por conta das mulheres e eu fazia questão de implicar minhas primas bagunçando o que elas tinham acabado de arrumar o que deixava elas querendo me matar no soco. Eu nunca vou me cansar disso.

Subi pro meu quarto pra descansar um pouco e decidi postar uma foto que havia tirado com os fei hoje à tarde. 
"@luansantana: sempre bom tá com vcs... ✌🏼❤️🌴💦"
A noite chegou, coloquei uma camiseta vermelha, bermuda branca, calcei um chinelo confortável e desci. A mesa estava posta na área, linda e farta como minha mamusca gostava. O pessoal começava a descer e se acomodar, me sentei entre minha prima Jessica e Marquinhos. Engatei uma conversa com ele enquanto minha irmã tomava a atenção de Jessica a contando uma história que parecia ser interessante, a mesma ouvia atentamente, continuei minha conversa tranqüila com meu amigo, até o nome de Camila passou a ser mencionado. Minha atenção foi toda tomada para aquela conversa, foi instantâneo. Bruna dizia que Camila havia pedido 2 meses de férias no trabalho por causa dos estresses que andava tendo, e que ia marcar viagem com ela, contou exatamente tudo que eu queria e precisava saber. Elas estavam cada dia mais inseparáveis, e isso me agravada. Tudo isso aconteceu rápido pra quem passou 7 anos sem contato, mas dessa história eu sabia cada ponto e virgula de cor. Parei de prestar atenção na conversa delas quando o rumo foi pra outro assunto, quando vi já eram 00:00h. NATAL! Todos nós sempre rezamos uma oração para os queridos de longe, e os de perto mais nada. Pedi a Deus que ele me presenteasse com o amor daquela menina pra mim de novo, parecia que eu precisava disso pra estar sempre me reerguendo. Me bateu uma saudade daquela marrenta e eu resolvi ligar para lhe desejar feliz natal a ela e a sua família.

No segundo toque ela atendeu.
- Oi Luan - disse com uma voz abafada.
- Pensei que não ia me atender... Feliz natal, linda! Tempo de harmonia, paz e muito amor. Né? - disse tranquilo lhe desejando tudo aquilo do fundo do coração. Sem me conter sorri bobo.
- É... Com certeza. Feliz natal também, chatinho. Manda beijo pra todo mundo ai, por favor! - ela agradeceu e todos ao redor me olhavam ansiosos querendo falar com ela.
- Beijo? Mas é claro que não, tem uma penca de gente querendo falar com você. - falei rindo e passei o celular pra minha mãe que falou com ela por alguns minutos alegremente e passou pra minha irmã e em seguida para meu pai e assim peguei o telefone de volta. Começamos a conversar coisas bobas, estava com saudade de me sentir bem com nossas conversas. Enquanto o diálogo foi fluindo lembrei de minha conversa com Bruna sobre convida-lá pra passar o Réveillon com a gente e assim propus.

- Você acha uma boa mesmo? Impressa ia amar isso... Assunto do mês! - disse e senti preocupação e insegurança na sua voz. Como sempre preocupada com o que iam falar de mim.
- Ai, Camila... Me poupe, cê liga pra tudo também muié. Relaxa! Topa né? - fiz manha.
- Tá, tá bom, eu topo! Vou falar com a Dona Salsa e com o Berna e te ligo dando a resposta - respondeu se dando por vencida. Assim que ela falou, um homem disse que era pra ela desligar o celular porque não ia sobrar comida pra ela. Quem é esse e que ele pensa que é?
- Quem é que tá aí? - perguntei intrigado começando a ficar com raiva.
- Várias pessoas, ué - falou de fazendo de boba.
- Disso eu sei, mas tô falando da voz que falou com você agora - falei já impaciente.
- É o Guilherme. - disse com receio na voz. 
- Hã? Aquele lá? O viadinho que você namorou sem gostar? Aquele lá que brigava comigo porque eu implicava com você? Aquele lá feio e irritan... - ela me interrompeu antes que eu terminasse meus elogios sobre o idiota.
- É, Luan! É... Ele mesmo. - falou sem paciência. 
- Pois faça bom aproveito do resto da noite. E me diz logo a resposta. - fui grosso. Ela ta defendendo o cara pra mim? Mereço viu.
- Obrigada, aproveite aí também. Direi depois de falar com minha mãe, já disse. - também foi grossa. Com que direito mesmo? Ela que ta lá com aquele viadinho. 
Sem mais paciência, nem falei nada e encerrei a ligação. 

Camila Narrando

Dormimos um pouco e fomos todas nos arrumar. Eu estava muito indecisa quanto a roupa que iria vestir, então deixei isso por ultimo e fui logo pro banheiro me maquiar. Depois do cabelo e da make estarem prontas, voltei pro quarto e minhas primas já tinham escolhido o que eu iria usar, um vestido preto mega colado estava separado em um lugar da cama. Protestei quanto a usá-lo mas elas estavam irredutíveis e diziam que eu tinha que estar maravilhosa para o Gui, eu só ria de tudo aquilo. Não tendo outra saída me vesti, calcei salto alto e quando estava terminando de maquiar, a minha Tia apareceu pra avisar que ele havia chegado. Enquanto as meninas terminavam de se arrumar desci pra recepciona-lo, apesar de que quando cheguei no 
andar de baixo minha mãe já estava fazendo sala. Quando entrei no campo de visão dos dois ele parou de falar repentinamente fazendo minha mãe olhar para trás confusa e eu só consegui sorrir, nada mais que isso.

- Linda né meu filho? - ela disse puxando saco.
- Maravilhosa! - declarou Guilherme parecendo não saber muito o que estava dizendo e quando se deu conta disso ficou sem graça.
- Bobo - falei sorrindo indo abraçá-lo. 
- Desculpa, pensei em voz alta. - disse no meu ouvido, dando uma risadinha nervosa se desculpando.

Ficamos ali por mais uns minutos, e as meninas desceram logo após. Me despedi da minha mãe e do pessoal que ali ficava, e fomos em direção ao carro do Guilherme. Entrando nele, prontamente Guilherme ligou a rádio e estava tocando "Tanto faz" de Luan, e como sempre (e parece que pra sempre), aquela voz mexeu comigo. Sempre mexe. Fiquei desconfortável, conseguindo apenas sorrir amarelo. A música acabou e começou uma da dupla Jorge e Mateus, o que me deixou mais aliviada. Odeio não saber esconder os efeitos que aquele cara tem sobre mim. Passei o restante do trajeto calada. Chegamos na boate e estava muito cheia por sinal. Guilherme estacionou o carro e como de costume, pegou pulseiras VIPs e nos mostrou o caminho do camarote pra irmos. Sentamos em uma das mesas e ele prontamente se ofereceu para ir buscar nossas bebidas, eu e as menina ficamos sentadas curtindo o som de um DJ que estava animando o lugar enquanto o show da dupla não começava. 

Guilherme voltou com nossas bebidas, sentou ao meu lado e engatamos uma conversa tranquila e assim fui me divertindo, sem nem ver o tempo passar. Ah, férias, como te amo! 

Alguns minutos depois o show começou e fomos todos para a grade acompanhar de perto. Eles começaram com a música de trabalho "Te Amo", eu e as meninas cantávamos e gritávamos loucamente e o Gui gargalhava da nossa bagunça. Fer pegou seu celular e abriu no SnapChat e começou a gravar vídeos nossos curtindo o show. Eles cantaram outros sucessos deles e de outros cantores e estávamos amando aquilo, então começou outro hit "Eu ligo pra você". Me encostei novamente na grade e comecei a cantar jogando os braços de um lado para o outro e vi Fernanda virar o celular pra mim e me gravar. Senti Guilherme chegar e me abraçar por trás e assim ele começou a cantar no meu ouvido nos balançando de um lado para o outro.
- "To gritando socorro meu único pedido, aquele amor gostoso faz de novo comigo." - Me arrepiei e sorri da ousadia dele e continuamos a canta-lá alto e a dançarmos.
Quase no final dela ele me virou de frente pra ele colocando um braço de cada lado do meu corpo de prendendo na grade e começou a se aproximar. Olhei nos olhos dele enquanto chegava perto e me questionei, porque não? Talvez o tempo do Luan tenha passado, talvez fosse a hora de mudar tudo o que sinto aqui dentro, a hora de um pouco de calmaria no meu coração. Nesse turbilhão de pensamentos, olhei nos olhos de Guilherme que pareciam mais estar queimando de tanto querer, sorri pra ele demonstrando ceder aquilo, e nos beijamos.