sexta-feira, 20 de março de 2015

•Capítulo 47

Camila Narrando

Sai correndo daquele restaurante antes que eu começasse a falar tudo que tenho vontade. Encontrar ele assim, de repente, não me fez nem um pouco bem, mesmo sabendo que isso aconteceria uma hora ou outra. Depois de 6 anos sem vê-lo, parece que nunca deixei de amá-lo e esse sentimento ainda vai me sufocar bastante. Tenho que por na minha cabeça que o nosso namoro foi coisa de adolescente e mesmo sendo, não justifica o quão ele foi idiota comigo. Entrei no meu carro depressa e fui dando a macha ré, pra sair dali o mais rápido possível, quando por descuido e nervosismo bati na traseira de uma van. Quando olho para o lado um homem moreno, careca e alto vem em minha direção. Certamente tirar satisfações.

- Moça, a senhora fez estragos aqui na Van do meu patrão.
- Nossa, me desculpe. O que posso ajudar? Foi arranhão ou amassou?
- Não sei, sei que meu patrão Luan... -sendo interrompido.
- Dane-se você e seu patrão. Agora tira esses dedos horríveis do meu carro antes que eu suba o vidro e os prenda. Tenha um bom dia!
Acelerei e sai o mais rápido que pude dali. Tudo agora tinha alguma relação com esse cara? Mas que merda!

Chegando no Projac, Matheus e Fernandinho estavam na sala de reunião e me juntei a eles.
- Boa tarde, minha gata! 
- Oi gatinho, boa tarde. -dando um leve sorriso.
- O que houve com você? Ta meia tristinha...
- Acordei com uma dor no pescoço, já já passa. -Falava dando um selinho em Matheus e sentando-se ao seu lado.

- Ok casal, agora fixem as atenções somente em mim. Hoje vai ser a gravação do show da virada e não encontrei ninguém melhor que vocês dois pra cobrir isso pra mim. Estão dentro?
- Claro cara, vai ser ótimo.
- Camila, você perdeu a língua? Pensei que você iria ficar mais feliz com a proposta.
- To bem feliz, Fernando. 
- To vendo! -falava rindo. Espero que seu mal humor daqui pra de noite melhore, viu gatinha?
- Viu. -sorria amarelo.
Enquanto Matheus apenas observava as atitudes e os trejeitos da namorada. 
- Eu fico nos bastidores e Camila na sala de impressa, pode ser?
- Ao contrário, Math. Camila tem mais facilidade de engatar um papo, você fica na sala de imprensa, certeza que pra lá você desenvolve boas perguntas. 
- Mas Fernando, eu preferia ir à coletiva!
- Flor, quem prefere algo aqui é Fernando Gurgel, o lindo! -falava rindo.- Reunião encerrada. 

- Porque você fez tanta questão de ir a sala de imprensa? -Matheus perguntava a Camila que já se encontrava pálida.
- Pelo mesmo que você. A comissão.
- Ah é? Ou o motivo dessa resistência toda é não precisar entrevistar e ficar cara-a-cara com o Luan?
- Quem você pensa que é pra estar falando assim comigo?
- ME RESPONDE. Eu sou seu namorado e estou exigindo explicações.
- Exato, você é meu namorado e não meu dono. E que explicações você espera que eu te diga? 
- Queria que você fosse sincera comigo e com você mesma, Camila. A verdade é que você nunca deixou de amar esse imbecil que te colocou chifres, enquanto eu só fazia estar ao teu lado. Quer saber? Não insisto mais. -Matheus falava num tom rígido.
- Você está me ofendendo.
Camila falava de cabeça baixa pra não transparecer sua tristeza.
- Se falar a verdade pra você é ofender, o que mais posso fazer? Eu sabia que uma hora ou outra isso ia acontecer. Pra mim já deu. Bom trabalho pra você.


Luan Narrando

Eu tinha absoluta certeza que aquela mulher era Camila. A minha Camila.
 Nem quis comer e fui em direção a Van deixando a banda e Rober ainda almoçando. 
- Que cara é essa? -Luan chegava junto da van e de Well, rindo.
- A única que tenho depois de uma mulher arranhar a lateral da van.
- Que mulher? 
- Uma louca que saiu do restaurante, foi dar o retorno e bateu aqui. Fui falar com ela, de primeira ela pareceu muito educada e depois disse "dane-se você e o seu patrão." -Well falava usando as mãos imitando Camila.
- Era ela, cara! - Luan falava gargalhando e entusiasmado.
- Ela quem, patrão?
- A Camila, cara. A minha primeira namorada, já te contei dela várias vezes. É ela, pô! - Falava rindo sozinho.
- Não conhecia ela, mas agora já sei que é mais brava que um siri na lata e também sei a placa do carro.
- Sabe, cara? Então diz uai.
- CCB- 2211. Assim que ela deu partida olhei e gravei. 
- Muito obrigado, brother! - Luan falava e abraçava Well que ria da situação.

- Xi gente, olha esses dois aqui! Sozinhos no estacionamento, se abraçando e o Well sorrindo. Xiiii... -Marla dizia fazendo todos riram  juntos.
- Entrem logo seus malacabados, que hoje o tio Luan ta feliz demais da conta! 
- O que deu nele? - Rober perguntava.
- CCB- 2211, cara! - Luan dizia sorrindo.

Cheguei no hotel e logo fui tomar um banho pra tentar descansar pra mais tarde. Certamente não conseguiria... Não vou sossegar até encontrá-la de novo. Estou com a maior necessidade de saber sobre ela. O que será que ela tem feito da vida? Será que namora? E aquele jeito esquentadinha que nunca muda? Preciso ligar pra a Pi, ela mal vai acreditar. -Luan ficava rindo e andando de um lado pra o outro.

- Piroca, cê num sabe quem eu vi hoje!
- a Jade? Vocês voltaram? 
- Eu não iria te ligar nessa felicidade toda pra dizer que vi a Jade, né?
- Ai Pi, que horror! Mas fala...
- Camila Salsa.
- O QUE? Como assim? Me fala isso direito.
- É isso mesmo, cê num tem noção de como ela ficou mais gata, mulherão, mas continua a chata de sempre. -falava sorrindo.-
Eu preciso saber onde que ela ta morando, o que ela fazendo... Sei lá, alguma coisa que me leve até ela.
- Nossa Luan, já se passaram tantos anos, você já namorou, pegou, tran..
- Olha a boca, Dona Bruna! 
- Você entendeu, Pi. Não sabia que ainda era apaixonadinho nela!
- Ei, tem ninguém apaixonado aqui não. Só fiquei surpreso uai, normal.
- Um mês de compras nos seus cartões, eu digo tudo que sei dela.
- EU TOPO! Vai Bruna, anda, pô.
- Uau, quanto interesse! Já entendi tudo. Ta, vou te dizer. Ela agora é Jornalista, mora sozinha no Rio, namora e...
- Namora?
- Sim. Namora e você conhece!
- Quem é o animal?
- É o Matheus. Matheus Peres!
- Mas que porra é essa? 

Depois de quase uma hora no telefone com minha irmã, olhei a hora e já eram 17h00. Acabou que eu não dormi à tarde, apenas fiquei mais perturbado do que já estava. Camila namorando com o Matheus. Só de pensar que ainda poderia ser eu me dar raiva, não sei exatamente do quê, mas eu queria que as coisas tivessem sido diferentes. Porém, nada que eu mesmo não possa mudar... Ê Luanzera, aguenta firme.

terça-feira, 17 de março de 2015

•Capítulo 46

LUAN RAFAEL -

"No dia 11 de Agosto de 2007, na pequena cidade de Bela Vista (MS), Luan Santana subiu ao palco pela primeira vez. Na época, Luan não cantava profissionalmente, nunca havia gravado sequer uma música em estúdio, mas foi contratado para este show devido o sucesso que ele fazia nas rádios da região com a música "Falando Sério". A partir daí, a agenda de Luan começou a ser dividida entre os estudos e os shows que começaram a ser marcados. Com agenda lotada de shows durante todo o ano de 2008.
Já que a agenda lotada não permitia que Luan parasse e entrasse em estúdio para gravar o segundo CD, ele decidiu que o trabalho seria ao vivo e gravado em diversas cidades do Brasil por onde apresentava seu show. Assim que o CD ficou pronto, duas músicas começaram a aparecer como as preferidas do público de Luan Santana – "Tô de cara" e "Meteoro" com isso ele começa a ser um dos artistas mais executados das rádios do Brasil e em poucas semanas o vídeo "Meteoro" atinge a marca de 10 milhões de acesso na internet. No verão de 2009, começa a explosão do jovem cantor, Luan quebra todos os recordes de público pelas cidades onde se apresenta, conquistando cada vez mais fãs e seguidores por onde passa."

CAMILA SALSA -

Depois da sua conclusão do Ensino Médio em 2007, foi morar no Rio de Janeiro com o único irmão mais velho, Bernardo Salsa. Em 2008 começou a cursar Jornalismo na UFRJ, morando no Apartamento que sua mãe haverá dado a mesma e ao seu irmão. 

Seis anos depois...
Camila Narrando

Sai da varanda do quarto do meu quarto indo atrás do meu celular que tocava insistentemente. Só fui encontra-lo na cama.

- Olá, chefinho querido.- dizia rindo
- Salsa! Que demora pra me atender, preciso de você urgente pra cobrir uma matéria. 
- Mas agora? 
- Porque o espanto? Querida, jornalismo é isso! Ainda mais programa de famosos que não param de aprontar. -Dizia rindo
- Mas Fernando, são 9h da manhã e eu só pego ás 13 horas! Ainda tenho que ir ao salão e comprar uma coisa rápida pra almoçar. 
- Aí aí dona Camila, tudo bem então! Vou pedir ajuda pro seu namorado, mais responsável do que a senhorita por sinal.
- Você salvou minha vida! Te amo! Fernandinho, pede pro Matheus mesmo! -Dizia fazendo caretas fofas.
- E quem não me ama? 
- HAHAHA, ok ok! 
- Agora vá fazer seus adiantes logo, quero você aqui no projac.

Fernando Gurgel trabalhava comigo e estava numa posição acima de mim. Eu era Jornalista e ele diretor; sempre me dizia exatamente o que fazer nas matérias. Construímos juntos uma linda amizade. Hoje eu e minha equipe vamos fazer a cobertura do show da virada aqui no Rio. Já trabalho com ele a 2 anos desde que me formei em Jornalismo, junto com Matheus Peres. Ele mesmo... Aquele meu melhor amigo, anjo protetor de sempre. O Math é mais que um namorado pra mim, um amigo confidente. Tenho um carinho por ele, o que me surpreende. Pensei que depois de uma certa pessoa eu nunca mais amaria ninguém... Ou vai ver, eu nem amo. Julia e Mari se formaram em Medicina e as duas fazem pediatria. Não perdi contato com elas de forma alguma, nós três depois de formadas, mesmo não morando na mesma cidade, nada enfraqueceu nossa amizade. São as melhores do mundo, sempre estão comigo quando preciso e eu com elas. Mesmo que nem todas as vezes sejam fisicamente perto.
Enquanto a Bruna, me doeu horrores ter que me separar dela. A sua amizade era fundamental pra mim; mas foi melhor assim. Quanto mais evitar contato com ela, menos chances eu teria de trombar por aí com o Luan. Mas nem por isso as meninas haviam parado de falar com a Bruna, o que era meio desagradável. As vezes eu chamava elas pra sair e elas diziam "hoje a Bruna vai vir ver a gente, topa sair?" E eu negava prontamente.  Bernardo tinha se tornado médico Veterinário, nunca havia escondido seu amor pelos animais, e agora que ele exerce, dá pra ver mesmo o quanto ama o que faz. Minha mãe havia já se aposentado mas nem por isso ficava parada, sempre dava uns pulos no fórum, pra mim é a Dona Ana é a melhor juíza do mundo! Atualmente eu morava sozinha num apartamento que ela havia me dado de presente. Bernardo morava a uma quadra de mim e isso era bom. Amo quando ele chega aqui em casa de surpresa pra fazermos coisas que o tempo corrido não permite. Tivemos a melhor infância e adolescência juntos. Pedro agora mora no Canadá e duas vezes no ano aparece aqui no Brasil. Gosto de saber que todos nós nos demos bem. 

Tomei coragem pra começar "O dia". Entrei no meu banheiro, tomei um banho quente de aproximadamente 30 minutos, sai colocando meu roupão e escolhendo que roupa iria usar. Desisti de ir ao salão e fui secar os cabelos, me vesti e coloquei uma make básica para o dia. Passei num restaurante perto do meu condomínio, pra fazer um almoço rápido e prático. Procurei uma mesa e me acomodei. Olhei a hora e o relógio já batia em 12h. Estava acabando minha refeição quando olho pro lado e ouço uma voz um tanto quanto familiar pra mim. Pisquei os olhos rapidamente querendo ter a certeza que era só impressão como todas as outras vezes, mas dessa vez não era. Dessa vez era ele. De verdade.

Luan Narrando

Acordei com uma ligação do Rober falando pra eu me aprontar e estar no Hall do hotel ás 12 horas pra irmos almoçar. Havia chegado ao Rio pra gravar o show da virada, ainda madrugada, não tinha suprido todo o cansaço. Estava parecendo um zumbi. -ria de si próprio.
 Me levantei, fiz minhas higienes, troquei de roupa e mesmo assim continuei com a cara de pão amassado. Como eu desejava mais uma horinhas de sono...-pensava.
 Sai do quarto do hotel antes que eu ficasse por ali mesmo. No corredor encontrei com a banda, já prontos pra irmos almoçar. Fomos direto para a van, o tráfego estava livre então logo chegamos no restaurante.

Assim que pisei no lugar avistei uma mulher muito bonita por sinal. Ela estava de cabeça baixa, aparentemente nervosa e tentando se esconder de alguém. Não dei muita bola e fui fazer meu prato, vendo Juliano chegar perto.

-Luan boi, se eu tivesse o poder que cê tem com as mulheres, eu partia pra cima daquela ali.

-Não estou com cabeça pra isso hoje cara, só queria uma tarde de sono pra a noite ficar bem disposto para as minhas neguinhas. -Dizia colocando sua comida no prato e pedindo um suco.

- De burro que cê é! Olha que seios. -
Dizia Juliano já babando.
E ainda parece ser tímida, do jeito que cê gosta!
-Cara, eu te pago pra ser da minha banda e não meu cupido. -dizia Luan pegando o boné do amigo e colocando em si.
-Devolve aí cara.
-Não! -corria e ria de Juliano, olhando pra trás. Até que esbarrou na moça, derramando o copo de suco nela, fazendo ela levantar a cabeça com uma cara brava.

-Cara, onde que você está com o olho? Nossa mano, vai se foder! Me molhou toda. - Dizia a garota gritando e olhando para Luan e olhando pra sua roupa visivelmente molhada, deixando a blusa transparente e seu peito a mostra. Fazendo Luan sorrir malicioso.

- Não precisa disso tudo, que ignorância! Desculpa, é que...-Prontamente ele começou a gaguejar vendo a afeição da mulher. Quando a mesma levantou o rosto.

-Camila? Camila, é você? -Dizia expressando um misto de espanto e nervosismo. Camila pegou sua bolsa e saiu andando rápido dando as costas pra Luan e Juliano, que só observava sem entender nada.

terça-feira, 3 de março de 2015

•Capítulo 45

Camila descia as escadas em prantos até que esbarrou em seu melhor amigo, Matheus, que havia acabado de chegar na residência dos Santana's.
- Camila, o que aconteceu? 
- Me larga e não me faz perguntas.
Ela correu pra fora da casa, ainda chorando. Matheus não entendia o porquê daquilo e foi até Bruna que observava tudo calada.

- Bruna, caramba, o que aconteceu com ela? Ou melhor, com eles? - Matheus perguntava a Bruna que também não havia entendido.
- Não sei, não sei. Vou falar com o Luan, calma!
- Eu vou com você. 
Os dois tentaram abrir a porta do quarto de Luan, que se encontrava trancada. 
- Pi, abre aqui, vai?
Só se ouvia choro e nenhuma resposta, até que ele se pronunciou.
- Qual foi, Bruna? Me deixa em paz, por favor.
- Pi, eu quero te ajudar. Me conta o que aconteceu, porque a Camila saiu daqui chorando? 
- Não vai adiantar eu expliquei nada, vocês vão me julgar como um idiota.
- Luan, a gente quer te ajudar, brother! Abre aqui, é o Matheus.

Depois de muito tempo insistindo, Luan abriu a porta pra eles e logo após explicou o que havia acontecido.

- Cara, eu sinto te dizer, mas...
- Mas o que, Matheus?
- A Camila nunca vai te perdoar.
- Porra, que ajuda! Eu já sei que ela não me quer mais, também sei que ela deve ta chorando e eu sou o culpado disso. Eu sou um verdadeiro idiota, cara! 
- Pi, eu acredito em você. Eu acredito que a Thayane que te agarrou, afinal ela sempre se jogava pra cima de você e nunca te vi dar corda. Eu vou te ajudar, ta?
Bruna abraçava o irmão que limpava as lágrimas que insistiam em cair.

Camila Narrando 

O céu já queria escurecer e daí então percebi que já era tarde e devia ir pra casa. Desde que havia saído da casa de Luan, estava perambulando pelas ruas da cidade. Meu telefone tocava insistentemente olhei pra ele e vi que era Bernardo, provavelmente já devia saber o acontecido. Já estava no quarteirão do meu prédio, quando senti puxarem meu braço.
- Ai que susto, Matheus!
- É que você saiu chorando de lá da casa do Luan e eu fiquei preocupado, tô aqui na rua do seu prédio a um bom tempo te esperando. Você ta bem?
- Ai Matheus, desculpa a grosseria, mas olha bem pra minha cara, você acha que eu to bem? 
- Eu me preocupo com você, deixa de chatice. Agora vamos, você vai tomar um banho e se alimentar.
- Pra quê pai quando se tem você? - Camila sorriu de lado pro seu melhor amigo que a-abraçou. 

Enquanto a garota abria a porta da sua casa, ouvia Bernardo no telefone com alguém e resolveu ficar quieta e tentar ouvir.
- "Cara, desde o início eu sabia que você ia fazer isso uma hora ou outra. Porque você não muda nunca, Luan? Cara, se eu te ver chegar perto da minha irmã de novo, foda-se nossa amizade, eu te mato! Ta ouvindo, brother? Espero que tenha entendido de vez. Prefere que eu repita? Eu não quero você perto da Camila, entendeu? Bom, espero que temha entendido." 
Camila já adentrava sua casa chorando, chamando a atenção do irmão que na mesma hora desligou o telefone e foi em sua direção.

- Eu tinha avisado, não foi? Para de chororô e me responde! Eu não avisei? - Bernardo gritava andando de um lado pro outro.
- Cara, não fala com ela assim. A Camila já ta muito mal, ela precisa da gente. - Matheus se alterava junto.
- Cala essa boca, Matheus. Só porque o viadinho do Luan é seu amigo, você fica querendo aliviar as coisas.
- Só eu que sou amigo dele? Cara, nós 3 somos irmãos!
- Ele botou um par de chifres na minha irmã, porra! Você quer que eu ligue pra ele agora convidando pra uma partididinha de futebol? 
- Você ta sendo um imaturo, Bernardo. Deixando o namoro dele com sua irmã interferir na nossa amizade com o Luan! 
- Eu não quero mais ouvir esse nome. Eu não quero mais ele aqui em casa, nem em lugar nenhum que eu estiver. E espero que você, Camila, tenha vergonha nessa cara e também não queira. Pra mim já chega! 

Bernardo saiu feito um foguete de casa, batendo a porta. Camila estava inconsolável. A garota pensava que o irmão iria lhe acolher e não brigar com ela como se isso tudo fosse sua culpa.
Depois de um tempo conversando com Matheus, ela se despediu e foi subir para o seu quarto. 
Não queria papo com ninguém, nem fome ela sentia. Tomou um banho demorado e se deitou, quando finalmente conseguiu pregar os olhos, bateram na porta de seu quarto.

- Quem é? 
- Sua mãe. A pessoa que mais lhe ama nesse mundo. Filha, seu irmão acabou de me contar o que aconteceu...
- Mãe, eu prefiro não falar disso.
- Eu sei que vai doer a cada vez que alguém tocar nesse assunto, mas eu sou sua mãe e sua amiga também. 
- Obrigada mãe, mas nada que você me falar vai tirar a dor que eu estou sentindo. O Luan pra mim foi e ainda é o amor da minha vida, e mesmo eu sendo ciente que nada é pra sempre, eu não estava pronta pra perdê-lo. Eu o amo mãe, porque as coisas tem que ser assim?
- Minha princesa, quero que você entenda uma coisa, nada nessa vida é por acaso. Se isso aconteceu, é porque tinha que acontecer. Se for pra ele ser seu, ele vai ser.
- Não mãe, não tem mais volta. Eu o amo, mas me amo em primeiro lugar, sabe? Ele me traiu, ele foi baixo. Outra que aquela Thayane só ia sossegar quando isso acontecesse.
- Ela já te provocava?
- Ela foi no meu aniversário, mãe. Chegou em mim como quem não queria nada e me disse que já tinha namorado com o Luan, quando eram menores. 
- Então filha, pensa comigo... Se ela queria te provocar, pra acabar com o namoro de vocês, ela pode muito bem ter armado alguma coisa de pirraça, filha. 
- Não importa mãe, agora já foi. Se ela quis acabar, ela conseguiu. 
- Ô cabecinha dura... Mas fique sabendo de uma coisa, quando é pra ser, até quem tenta atrapalhar acaba ajudando.
- Chega disso né? Preciso dormir.
- Ta bom então. Não esquece que mamãe te ama, ok?
- Também amo você, Dona Ana. - Camila dava um sorriso sincero enquanto sua mãe saia do quarto. 

"Se eu não te vejo quase morro de agonia.
Sou dependente desse amor, seu beijo vicia
Eu quero todo dia!
A noite cai, o meu sonho é você..."

Era impossível Camila não se recordar dos momentos vividos ao lado de Luan.
- Deus, se não for pra ser, tira ele do meu coração...


"O tempo passa e as vontades mudam."