domingo, 3 de janeiro de 2016

• Capítulo 63

Camila narrando 

Acordei com as meninas pulando em cima de mim, me chamando para ir pra piscina com elas. Sem escolha me levantei fiz minhas higienes e fui atrás da minha mala procurar por um biquíni. O vesti e decidi tirar uma foto.

"@Camila_Salsa: Quero praia e sol, quero namorar... 😈"
Desci e as malucas estavam fazendo a maior algazarra na mesa, e como sempre minha mãe brigava dizendo que ia estragar a mesa de café da manhã que ela preparou com tanto carinho, (sempre manhosa). Puxei uma cadeira e sentei dando um beijo em todos ali.
- Bom dia amores da minha vida!
- Olhem pra ela, toda carinhosa e feliz... Parece que viu um passarinho verde. - Fernanda não perdeu tempo de me zoar.
- E o passarinho tem até nome. Guilherme! - Amanda também não perdia uma.
- Huuuuum - fizeram todas juntas o que nos fez cair na risada.
- Pode parar, viu? Só estou feliz por estar aqui com vocês, não pode?
- Pode, claro que pode... - Amanda fechou o assunto em tom de ironia.

Terminamos nosso café e caímos na piscina onde passamos quase a tarde toda entre risadas e brincadeiras. Eu estava mesmo precisando desse descanso físico e mental junto das pessoas que mais amo. Estava deitada no sofá da sala assistindo um filme de Terror com as meninas quando meu celular começou a tocar me dando um baita susto, quando olhei no visor era o Guilherme.
- Sorriso! - atendi no segundo toque o chamando pelo seu apelido.
- Olá sorrisinho! Como cê tá? 
- Eu tô no sossego, sai quase agora da piscina com as meninas. E você, Gui? 
- Eu tô bem também, só não estou com essas companhias boas. - riu. - Mila, quero te fazer um convite. - ele falou calmamente com receio que eu dissesse um "não".
- Diz ai, uai.
- Vamos na boate hoje a noite? Vai ter o show daquela dupla que ta fazendo sucesso agora Zé Neto e Cristiano. Chama as meninas? - falou em tom de dúvida, me deixando sugerir o que ia rolar. Tampei o microfone do celular e perguntei para as meninas.
- Show do Zé Neto e Cristiano hoje, bora?
- Aqui? - Fernanda perguntou.
- Em uma boate daqui. O Guilherme ta chamando... - elas se entreolharam com sorrisinhos de malícia no rosto e concordaram juntas.
- Claro! - sorri e voltei a falar com Guilherme. - Nós todas vamos, Gui. Passa aqui pra nos pegar?
- Que bom, fechado, 22:00hrs to aí.
- Ok, vamos ficar te esperando! - falei sorrindo tímida. - Beijo, gatinho.
- Até mais tarde, gatinha - também brincou e assim encerramos a ligação.

Assim que desliguei a ligação olhei pra minhas primas e todas elas estavam se entreolhando e rindo do nosso diálogo. Tudo pra elas era motivo de "hummmm". Eu já havia me acostumado, e ria disso junto com as mesmas. Passamos o resto da tarde ali, Amanda sugeriu que fôssemos descansar um pouco e eu concordei. Piscina enfada muito, e eu hoje quero beber até esquecer meu nome, assim como antigamente. - pensava maliciosa.

Luan Narrando

Esse ano por um milagre divino deu para passar o Natal com minha família, assim como vou passar o ano novo, graças a Deus. Fomos para a chácara e juntou a familiada toda, fazia tempo que todos ficavam reunidos assim. Preferimos chegar cedo pra ficar mais tempos juntos e deu tempo de aproveitar bastante. Passei a manhã toda na beira da piscina conversando e cantando umas modas com Matheus meu primo, Douglas e Marquinhos, que vieram juntos. Meus dois amigos sempre foram tratados como membros da família, crescemos juntos e tenho orgulho de vê-los começando a fazer sucesso assim como eles viram isso acontecer comigo. Cantamos, tocamos, rimos, brincamos e como era nossa tradição tomamos nosso tereré. A parte da decoração ficou por conta das mulheres e eu fazia questão de implicar minhas primas bagunçando o que elas tinham acabado de arrumar o que deixava elas querendo me matar no soco. Eu nunca vou me cansar disso.

Subi pro meu quarto pra descansar um pouco e decidi postar uma foto que havia tirado com os fei hoje à tarde. 
"@luansantana: sempre bom tá com vcs... ✌🏼❤️🌴💦"
A noite chegou, coloquei uma camiseta vermelha, bermuda branca, calcei um chinelo confortável e desci. A mesa estava posta na área, linda e farta como minha mamusca gostava. O pessoal começava a descer e se acomodar, me sentei entre minha prima Jessica e Marquinhos. Engatei uma conversa com ele enquanto minha irmã tomava a atenção de Jessica a contando uma história que parecia ser interessante, a mesma ouvia atentamente, continuei minha conversa tranqüila com meu amigo, até o nome de Camila passou a ser mencionado. Minha atenção foi toda tomada para aquela conversa, foi instantâneo. Bruna dizia que Camila havia pedido 2 meses de férias no trabalho por causa dos estresses que andava tendo, e que ia marcar viagem com ela, contou exatamente tudo que eu queria e precisava saber. Elas estavam cada dia mais inseparáveis, e isso me agravada. Tudo isso aconteceu rápido pra quem passou 7 anos sem contato, mas dessa história eu sabia cada ponto e virgula de cor. Parei de prestar atenção na conversa delas quando o rumo foi pra outro assunto, quando vi já eram 00:00h. NATAL! Todos nós sempre rezamos uma oração para os queridos de longe, e os de perto mais nada. Pedi a Deus que ele me presenteasse com o amor daquela menina pra mim de novo, parecia que eu precisava disso pra estar sempre me reerguendo. Me bateu uma saudade daquela marrenta e eu resolvi ligar para lhe desejar feliz natal a ela e a sua família.

No segundo toque ela atendeu.
- Oi Luan - disse com uma voz abafada.
- Pensei que não ia me atender... Feliz natal, linda! Tempo de harmonia, paz e muito amor. Né? - disse tranquilo lhe desejando tudo aquilo do fundo do coração. Sem me conter sorri bobo.
- É... Com certeza. Feliz natal também, chatinho. Manda beijo pra todo mundo ai, por favor! - ela agradeceu e todos ao redor me olhavam ansiosos querendo falar com ela.
- Beijo? Mas é claro que não, tem uma penca de gente querendo falar com você. - falei rindo e passei o celular pra minha mãe que falou com ela por alguns minutos alegremente e passou pra minha irmã e em seguida para meu pai e assim peguei o telefone de volta. Começamos a conversar coisas bobas, estava com saudade de me sentir bem com nossas conversas. Enquanto o diálogo foi fluindo lembrei de minha conversa com Bruna sobre convida-lá pra passar o Réveillon com a gente e assim propus.

- Você acha uma boa mesmo? Impressa ia amar isso... Assunto do mês! - disse e senti preocupação e insegurança na sua voz. Como sempre preocupada com o que iam falar de mim.
- Ai, Camila... Me poupe, cê liga pra tudo também muié. Relaxa! Topa né? - fiz manha.
- Tá, tá bom, eu topo! Vou falar com a Dona Salsa e com o Berna e te ligo dando a resposta - respondeu se dando por vencida. Assim que ela falou, um homem disse que era pra ela desligar o celular porque não ia sobrar comida pra ela. Quem é esse e que ele pensa que é?
- Quem é que tá aí? - perguntei intrigado começando a ficar com raiva.
- Várias pessoas, ué - falou de fazendo de boba.
- Disso eu sei, mas tô falando da voz que falou com você agora - falei já impaciente.
- É o Guilherme. - disse com receio na voz. 
- Hã? Aquele lá? O viadinho que você namorou sem gostar? Aquele lá que brigava comigo porque eu implicava com você? Aquele lá feio e irritan... - ela me interrompeu antes que eu terminasse meus elogios sobre o idiota.
- É, Luan! É... Ele mesmo. - falou sem paciência. 
- Pois faça bom aproveito do resto da noite. E me diz logo a resposta. - fui grosso. Ela ta defendendo o cara pra mim? Mereço viu.
- Obrigada, aproveite aí também. Direi depois de falar com minha mãe, já disse. - também foi grossa. Com que direito mesmo? Ela que ta lá com aquele viadinho. 
Sem mais paciência, nem falei nada e encerrei a ligação. 

Camila Narrando

Dormimos um pouco e fomos todas nos arrumar. Eu estava muito indecisa quanto a roupa que iria vestir, então deixei isso por ultimo e fui logo pro banheiro me maquiar. Depois do cabelo e da make estarem prontas, voltei pro quarto e minhas primas já tinham escolhido o que eu iria usar, um vestido preto mega colado estava separado em um lugar da cama. Protestei quanto a usá-lo mas elas estavam irredutíveis e diziam que eu tinha que estar maravilhosa para o Gui, eu só ria de tudo aquilo. Não tendo outra saída me vesti, calcei salto alto e quando estava terminando de maquiar, a minha Tia apareceu pra avisar que ele havia chegado. Enquanto as meninas terminavam de se arrumar desci pra recepciona-lo, apesar de que quando cheguei no 
andar de baixo minha mãe já estava fazendo sala. Quando entrei no campo de visão dos dois ele parou de falar repentinamente fazendo minha mãe olhar para trás confusa e eu só consegui sorrir, nada mais que isso.

- Linda né meu filho? - ela disse puxando saco.
- Maravilhosa! - declarou Guilherme parecendo não saber muito o que estava dizendo e quando se deu conta disso ficou sem graça.
- Bobo - falei sorrindo indo abraçá-lo. 
- Desculpa, pensei em voz alta. - disse no meu ouvido, dando uma risadinha nervosa se desculpando.

Ficamos ali por mais uns minutos, e as meninas desceram logo após. Me despedi da minha mãe e do pessoal que ali ficava, e fomos em direção ao carro do Guilherme. Entrando nele, prontamente Guilherme ligou a rádio e estava tocando "Tanto faz" de Luan, e como sempre (e parece que pra sempre), aquela voz mexeu comigo. Sempre mexe. Fiquei desconfortável, conseguindo apenas sorrir amarelo. A música acabou e começou uma da dupla Jorge e Mateus, o que me deixou mais aliviada. Odeio não saber esconder os efeitos que aquele cara tem sobre mim. Passei o restante do trajeto calada. Chegamos na boate e estava muito cheia por sinal. Guilherme estacionou o carro e como de costume, pegou pulseiras VIPs e nos mostrou o caminho do camarote pra irmos. Sentamos em uma das mesas e ele prontamente se ofereceu para ir buscar nossas bebidas, eu e as menina ficamos sentadas curtindo o som de um DJ que estava animando o lugar enquanto o show da dupla não começava. 

Guilherme voltou com nossas bebidas, sentou ao meu lado e engatamos uma conversa tranquila e assim fui me divertindo, sem nem ver o tempo passar. Ah, férias, como te amo! 

Alguns minutos depois o show começou e fomos todos para a grade acompanhar de perto. Eles começaram com a música de trabalho "Te Amo", eu e as meninas cantávamos e gritávamos loucamente e o Gui gargalhava da nossa bagunça. Fer pegou seu celular e abriu no SnapChat e começou a gravar vídeos nossos curtindo o show. Eles cantaram outros sucessos deles e de outros cantores e estávamos amando aquilo, então começou outro hit "Eu ligo pra você". Me encostei novamente na grade e comecei a cantar jogando os braços de um lado para o outro e vi Fernanda virar o celular pra mim e me gravar. Senti Guilherme chegar e me abraçar por trás e assim ele começou a cantar no meu ouvido nos balançando de um lado para o outro.
- "To gritando socorro meu único pedido, aquele amor gostoso faz de novo comigo." - Me arrepiei e sorri da ousadia dele e continuamos a canta-lá alto e a dançarmos.
Quase no final dela ele me virou de frente pra ele colocando um braço de cada lado do meu corpo de prendendo na grade e começou a se aproximar. Olhei nos olhos dele enquanto chegava perto e me questionei, porque não? Talvez o tempo do Luan tenha passado, talvez fosse a hora de mudar tudo o que sinto aqui dentro, a hora de um pouco de calmaria no meu coração. Nesse turbilhão de pensamentos, olhei nos olhos de Guilherme que pareciam mais estar queimando de tanto querer, sorri pra ele demonstrando ceder aquilo, e nos beijamos.

domingo, 13 de setembro de 2015

• Capítulo 62

Graças ao trânsito de São Paulo quase perdemos nosso vôo e se isso acontecesse seriamos mortos pela nossa mãe. Fomos os últimos a entrar no avião sendo recebidos por cara feia de todos que estavam ali presentes, e como sempre eu e o Bernardo rimos disso juntos. Assim que sentamos nos nossos devidos lugares, que por milagre de Deus conseguimos um do lado do outro, ele logo engatou uma conversa de como a Bruna estava linda, que seu jeito meigo não havia mudado e etc e tal. Ele e sua paixão pela Bru, e sim, eu apoio totalmente. 

Enquanto ele continuava com seus longos elogios sobre minha amiga, encostei a cabeça na janela do avião e meus pensamentos foram instantaneamente para Luan e apenas ouvindo a voz de meu irmão ao fundo. 
Lembrei do beijo maravilhoso que só ele tem, daqueles lábios macios e convidativos que tanto me arrepiam. Do seu cheiro incomparável, das suas mãos na minha cintura me impedindo de fugir, como tento fazer na maioria das vezes... Com esses pensamentos rondando minha cabeça adormeci sem perceber, provavelmente por ter acordado cedo e está a mil até agora. Despertei com Bernardo me chamando, dizendo que o avião já havia pousado.

Rapidamente achamos nossas malas e fomos para a área de desembarque onde encontramos nossa mãe que veio correndo nos dar um abraço cheio de saudade! Nada melhor que voltar pro nosso cantinho. Assim que chegamos na casa da tia Ceça foi aquela festa de sempre, nossos avós e tios nos mimando enquanto meus primos fingiam um falso ciúmes. Aí que saudade que eu tava dessa bagunça toda.
Engatei uma conversa com minhas primas enquanto arrumávamos os detalhes da decoração de Natal e a maioria delas estavam namorando e contando como estavam os seus relacionamentos. Logo depois fiquei sabendo que logo logo seria madrinha de casamento da Madu. Parece que foi ontem as nossas festinhas de criança, lembro de quase todas, e ela já vai casar? Que precoce... Ou eu que estou ficando pra trás? - pensei.
- Mila, sabe qual família vem ceiar junto com a gente? - falava Amanda, uma das minhas primas.
- Quem? - perguntei desinteressada.
- Os Ferreira's, lembra do Guilherme? - falava com um riso de malícia.
Guilherme Ferreira era um cara que "namorei" quando tinha 15 anos, nossas famílias sempre faziam confraternizações juntas, morávamos no mesmo condomínio e minha mãe ainda era bem amiga de dona Leticia, mãe dele. Ri relembrando de tudo, e me interessei sobre.
- Sério? Ele ainda é gato daquele jeito? - perguntei fazendo as meninas rirem.
- Ô se é, acabou agora pouco o namoro com a Miss Goiás.
- Mas cês sabem de tudo mesmo né? - ria com elas e ficamos assim boa parte da tarde. Assim que terminamos fui na cozinha ver se minha mãe precisava de ajuda com a ceia e ela disse que não, agradeci a Deus mentalmente, eu precisava mesmo dar uma descansada... Subi as escadas indo pro quartinho que eu sempre ficava quando vinha pra cá, me deitei e fiquei checando uns e-mails e alguns redes sociais até pegar no sono.

Fui acordada por vozes e ao abrir os olhos percebi que eram as meninas já se arrumando e me pedindo maquiagem emprestada, pelo jeito dormi demais. Me levantei, peguei a roupa que usaria e pedi para minha mãe passá-la pra mim e fui correndo para o banheiro. Depois de lavar meus longos cabelos, sai do boxer e dei uma escoava nele ali no banheiro mesmo, fazendo um coque sofisticado simples. Fiz minha make básica, e quando sai do banheiro meu vestido já estava sobre a cama, o vesti e fui ajudar as meninas que me pediram ajuda com as maquiagens. Todas nós estávamos quase prontas, quando minha Tia Ceça bateu na porta do quarto avisando que todos haviam chegado. Antes de descer tirei umas fotos e postei a que mais gostei. 
"@Camila_Salsa: Então é Natal... ❤️"

Descemos e fomos rumo ao jardim, onde a mesa com a ceia estava posta e fomos recebidas por assobios e elogios de todos sempre em tom de brincadeira. 

Avistei Guilherme e sua família, ele estava realmente bem mais gato do que quando eu o pegava, pensava rindo e olhando pra Amanda que me entendia em códigos. As meninas se sentaram espalhadas pela mesa e a única cadeira vaga era do lado de Guilherme, elas fizeram isso de propósito, aposto. Senhor, me ajude! 
- Camila, quanto tempo não? - dizia ele, de braços abertos e com aquele incrível sorriso que ele sempre teve.
- Guilherme! - retribui o abraço. 
- Realmente faz muito tempo.
- Parece que ele te deixou ainda mais linda. - se aproximou do meu ouvido dando uma piscadinha.
- Digo o mesmo, "sorriso". - devolvi a piscada o chamando do mesmo jeito de quando namorávamos e isso nos arrancou risadas. Começamos a relembrar do tempo de tivemos juntos o que nos rendeu boas risadas e muita zoação das meninas que estavam sempre atentas a nossa conversa, quando minha mãe gritou:
- Gente, 00h00! - falava animada.
Todos nós nos cumprimentamos desejando felicitações e tempos de paz. Sentamos pra começar a ceiar, e meu telefone vibrava sem parar. O olhei e vi no visor o nome "Meu Lu" que o mesmo tinha colocado. Blehhh. 
- Não vai atender, Salsa? - Guilherme falava tentando ver quem era na chamada.
- Ah, vo, vou sim... - falei desconcertada.
Depois da língua enorme do Guilherme falar aquilo, todos ficaram atentos a mim na mesa, principalmente Bernardo que já ria ao imaginar quem era.
- Oi, Luan. - falei de cabeça baixa.
- Pensei que não ia me atender... Feliz natal, linda! Tempo de harmonia, paz e muito amor. Né? - falava calmo e eu podia ver o sorriso dele se formando.
- É... Com certeza. Feliz natal também, chatinho. Manda beijo pra todo mundo ai, por favor!
- Beijo? Mas é claro que não, tem uma penca de gente querendo falar com você. - falou rindo e passando o telefone pra Marizete, Bruna e por fim Amarildo. Como eu amo essa família!
Luan pegou o telefone de volta e ficamos conversando coisas aleatórias, até que ele propôs que eu passasse ano novo com ele e nossas famílias. 
- Você acha uma boa mesmo? Impressa ia amar isso... Assunto do mês! - falei preocupada.
- Ai, Camila... Me poupe, cê liga pra tudo também muié. Relaxa! Topa né? 
- Tá, tá bom, eu topo! Vou falar com a Dona Salsa e com o Berna, te digo a 
- Tá, tá bom, eu topo! Vou falar com a Dona Salsa e com o Berna. 
- Desliga isso, Camila. Quando voltar não vai existir mais pudim nessa mesa. - falava Guilherme descontraído. 
- Quem é que tá aí? - Luan perguntou intrigado.
- Várias pessoas, ué. 
- Disso eu sei, mas tô falando da voz que falou com você agora. 
- É o Guilherme.
- Hã? Aquele lá? O viadinho que você namorou sem gostar? Aquele lá que brigava comigo porque eu implicava com você? Aquele lá feio e irritan...
- É, Luan! É... Ele mesmo. - falei sem paciência alguma.
- Pois faça bom aproveito do resto da noite. E me diz logo a resposta. - falou com um tom curto e grosso.
- Obrigada, aproveite aí também. Direi depois de falar com minha mãe, já disse.
- Grossa! 
Não falei mais nada, desliguei a ligação e voltei a me enturmar com todos ali presentes. Depois de mais umas horas ali, os convidados da ceia foram embora. Me despedi de todos, e troquei número com Guilherme. Subi as escadas com o salto da mão e bem cansada, quando fui surpreendida pela voz da minha mãe.

- Filha, era o Rafinha na ligação?
- Era sim mãe, ele mandou feliz natal pra todo mundo e nos chamou pra passar a virada do ano com ele, mas eu já tô pensando na desculpa que vamos dar...
- Desculpa? Não mesmo, nós vamos! Tenho gosto por aquela família e não quero passar mais um réveillon desanimada. Pode dizer que vamos!
- Ai, mãe... Tá, tá! - falei bufando.
- Como se isso fosse um esforço pra você né? Pensa que não sei. - falou desarrumando meu cabelo e rindo. 
- Claro que é um esforço, nem vem. E agora vou pro soninho da beleza. Beijo, te amo

domingo, 30 de agosto de 2015

• Capítulo 61

Camila Narrando

Estava bebendo meu segundo copo de suco e já ficando aparentemente vermelha por causa das encaradas que Luan me dava, quando escuto risos e conversas que parecia estar vindo da escada. Segundos depois os melhores loucos do mundo vinham em nossa direção, sentando-se na mesa e fazendo a maior algazarra.
 - Bom dia, casal! - Júlia disse sentando-se na mesa.
- Os pombinhos madrugaram juntos, foi? - Bernardo falou, vindo me dar um beijo na testa e sentando do meu lado.
- Que casal, estão malucos? To agüentando esse gordo até agora por falta de opção de companhia mesmo. - falei rindo e abraçando o Luan de lado, que ria também.
Nós todos comemos bem, elogiaram café da manhã que eu fiz, mas mesmo assim deixaram uma pia de pratos pra serem lavados. Tia Mari e Amarildo chegariam logo menos e eu não queria que encontrassem a casa assim. Os meninos foram pra área de lazer aproveitar o sol na piscina junto com as meninas, que me imploravam pra ir junto com elas também, mas a minha menstruação estava no final e eu não queria arriscar.

Arrumei a enorme cozinha, e subi para o andar dos quartos. Eu me encontrava sozinha ali, e isso me fez lembrar da curiosidade que eu sempre tive, me dando vontade de mata-lá na mesma hora. Eu sempre quis saber se Luan guardava em alguma caixinha de lembranças coisas minhas, seja lá uma foto ou um presente que já o dei, sei lá... Sempre quis saber! Aproveitei o momento pra invadir seu quarto e tirar essa dúvida. Adentrei o seu quarto e logo o seu cheiro apaixonante subiu no ambiente. Confesso, Luan Rafael era o homem mais cheiroso que havia nesse mundo. Abri o seu guarda-roupas e como sempre estava parecendo Nárnia, ele não muda nunca. - sorria pensando.
Procurei, procurei, até que achei um baú de madeira, atrás do lugar onde ele colava suas gravatas. Peguei e tentei abrir, porém parecia mais que o Hulk que tinha fechado aquilo. Com muito custo consegui abrir, me sentei na cama e comecei a revirar o que tinha ali dentro. Até que ouvi passos no corredor, tendo a certeza de que era Luan, não tive dúvida de ir pra varanda do quarto e tentar passar pra a varanda de Bruna, ou até pular dali mesmo. Eu não poderia pagar pau pro Luan, ele saberia que vim vasculhar suas coisas.
Coloquei um dos pés pra fora da varanda e de olhos fechados, pensando "Calma, Camila. Isso aqui não é o fim do mundo, você já está alcançando a outra varanda, respira!" Meu medo de altura nunca mudou, talvez tenha até aumentado. Fui andando num passo devagar, já chegando na varanda de Bruna quando senti que estavam me observando, na mesma hora abri o olho devagar e vi Luan na sua varanda olhando pra mim e sorrindo.

-  Droga, além de não ter dado tempo de fugir sem que ele me visse, ele vai zoar de mim até não poder mais! - pensava.
- A mocinha quer ajuda? - Luan dizia rindo.
- Não tem graça, e eu não quero ajuda. Consigo muito bem atravessar isso aqui, já estou chegando, olha só! - falava com a voz falha e com as pernas trêmulas.
- Mila, deixa de ser durona, fica quieta aí que eu vou te ajudar, suas coxa tão tremendo de nervosa, muié! - Luan dizia me passando calma.
- Já disse que não preciso da sua ajuda! - falei virando a cara e olhando pra baixo, ao ver aquela altura, quase desmaio. 
- Vem logo, Luan. Por favor! - falei choramigando.
- Agora você quer né? - Luan ria, já colocando seu pé pra fora da varanda.
- Vai me ajudar ou não? - falei chorando.
Luan atravessou rapidamente e chegou onde eu estava, me dando a mão e indo devagar pra varanda de Bruna me segundando pela cintura, entramos e eu me sentei no chão me acalmando, ofegante e com o coração a mil, enquanto Luan estava em pé me olhando com o sorriso de canto.
- Isso tá parecendo mesmo aquilo lá que você sente que já viveu o momento... Djavan, sei lá! - ele dizia gargalhando.
- Dejavu, Luan, Dejavu! - falei rindo. 
Pois bem, isso aconteceu na mansão quando você mesmo me trancou no seu quarto. Sempre idiota. 
- Mas agora eu nem precisei trancar, cê veio sozinha!
- Você não entenderia o motivo no qual fui no seu quarto. - falei ainda ofegante, olhando pra baixo. 
- Então explica. - dizia Luan se agachando na minha frente, colocando meu cabelo soado atrás de minha orelha. 
- E-eu vim procurar o celular do Bernardo pra ligar para minha mãe porque o meu eu não encontro de jeito nenhum. - disse rápido com medo de gaguejar, vendo um olhar desconfiado passar por seu rosto.
- Ah tá, mas acho que não está lá. Parece que vi ele com o celular lá na piscina. - falou simples se aproximando de mim.
- Vou procurar ele então, obrigada. - me levantei rápido completamente desengonçada, fazendo com que meu celular que estava no bolso caísse.
- Uai, acho que encontrei seu celular! - falava Luan contendo o riso.
- Nossa, que burra, juro que não percebi que ele estava comigo esse tempo todo... Bom, vou indo! Tchau! - falei apressada e sai correndo dali, como uma adolescente apaixonada. Que raiva!

Encontrei meu irmão conversando com Pedro em uma das espreguiçadeiras na beira da piscina e pedi para ele ir arrumar suas coisas pois já deveríamos estar em Campo Grande a tempos. Ele subiu e fiz o mesmo entrando no quarto da Bruna e recolhendo minhas coisas que estavam jogadas pelo quarto assim como a das meninas. Fechei minha mala e desci com ela, a deixando na beira da escada à espera de Bernardo para nos despedirmos de todos. 
- Ai, Mila... Queria passar mais tempo com você! - Bruna dizia fazendo aquele famoso "biquinho" que só ela e Luan sabem fazer.
- Ô, Bru... Tenho que ir mesmo! Natal tem que ser com a família, concorda? -  falei a-abraçando.
- Se depender do Berna, cês só viaja no ano novo! - falava Luan descendo as escadas.
- Posso saber porque? - Bruna perguntou intrigada.
- Ele quer passar mais tempo com você, uai. - Luan dizia rindo pra sacanear os dois.
- Tô ouvindo tudo aí, falou o que não quer passar mais tempo com minha irmã!  
- Não seria uma má ideia. - Luan dizia piscando e sorrindo pra mim. Vai se foder, que sorriso maravilhoso! 
Nesse clima de descontração de sempre, tivemos que nos despedir de todos eles. Passamos no meu apartamento pra pegar algumas coisas e fomos rumo ao aeroporto.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

• Capítulo 60

- Ah, pelo amor de Deus! - Bernardo se pronunciava. - Quer dizer que hoje é o dia de relembrar os velhos e bons tempos, literalmente né?! O tempo passa e vocês não param de se pegar escondido pelos cômodos da casa. - Ele dizia fingindo indignação, seguindo de uma risada.
Me afastei de Luan completamente sem graça, queria mesmo era cavar um buraco e me enfiar nele. Luan como sempre disfarçava um momento tenso com piadinhas.
- Sabe como é né cara?! É muito amor desde sempre e PRA SEMPRE. - disse gargalhando e me abraçando pela cintura.
- Desde sempre e pra sempre? Nem nos seus melhores sonhos. - falei sarcástica me soltando dele e indo em direção as meninas que apenas observavam tudo rindo.
- Dessa vez não tem como negar, marrentinha. Eles viram tudo. - Luan dizia rindo e apoiando cada um dos seus braços em Bernardo e em Pedro.  
- Negar o que, que você me agarrou?
- Eu te agarrei? Não era o que parecia a minutos atrás.
- Vai se catar, vai! - disse indo em direção as escadas e gesticulando para as meninas virem comigo.
- A linda aí já vai fugir? - falou e senti o sarcasmo em sua voz.
- Não tenho do que fugir. Vou apenas ir dormir, posso? - comentei irônica e sem esperar sua resposta fui subindo as escadas.
Como o quarto de Bruna era no meio do corredor e o do Luan no final, todos pararam enfrente a porta da Bruna pra se despedir. Dei um beijo em cada um dos meninos e apenas um olhar desafiador pra Luan que sorria sem parar. Fui entrando no quarto mas antes tive que alfinetá-lo. 
- Ah Luan, quando cair da cama e acordar do seu sonho de que eu beijei você por livre e espontânea vontade, me avise! - falei fazendo todos rirem.
- Se for sonho não me acorde, eu preciso flutuar! - Luan cantarolava me olhando e mesmo sendo mais uma de suas palhaçadas, me perdi nas palavras com aquilo. 
- "Pois só quem sonha, consegue ALCANÇAAAAR! Te dei o sol, te dei o mar pra ganhar seu coraçãooo" - gritou Pedro desafinadamente, ainda sobre efeito do álcool, fazendo eu sair de transe e rir dele com todo o resto. Depois de nos despedirmos entramos no quarto de Bruna com meninas e eles seguiram para o de Luan. 

Segui calada e as meninas adentraram o quarto já rindo e conversando, o que me deu um certo alívio. Quero mesmo que elas esqueçam o ocorrido. 
- Eu não acredito que ele falou isso! NÃO ACREDITO! - Bruna berrou, fazendo Maria rir. 
- Bruna, se controla, por Deus! - Julia falava rindo de sua euforia.
 - Mas e aí, Juju, pronta para sentir todo o poder de Pedro?
As garotas riram da cara que a amiga fez. - Vocês são muito babacas. Aquilo foi uma brincadeira. - Julia respondeu, olhando para o teto. Queria passar toda indiferença possível. 
- Cala a boca, eu tava lá e vi que ele não tava brincando! - Eu disse, e as garotas fizeram sinfonia de "hummmmm".
- Só vim aqui dizer a verdade, eu tava lá, o Pedro vai querer te seduzir sim, Juju! 
- Para, Maria! - A garota escondeu o rosto com as mãos. 
- Ah, Julia, para de ser caipira, fala sério! 
- Fala pra gente... O que você vai fazer? Se ele realmente... quiser... algo? 
- Não faço ideia - Juju disse. - Estou muito confusa. Não sei como vou reagir e ele namora!
- Ah, amiga, se joga! Pedro sempre foi um gato, e se ele namora a culpa não é sua, faz ele acabar uai. - Bruna disse e todas a encararam, um pouco surpresas.
 - Qual é, gente? Falei algo de errado?
- Você já foi mais conservadora, dona Bruna! Cadê o irmão protetor e ciumento ensinando os bons modos femininos? - eu dizia rindo.
- Vocês são um saco! - Bruna reclamava e nós riamos. - A Camila já está com o Pi, a Maria com o Matheus, uma a mais, uma a menos... Julia riu. 
- Como assim, Maria e Matheus? Perdi alguma coisa? - falei surpresa e aliviada ao mesmo tempo, por ele ter desencanado de mim.
- Eles foram pra área da piscina se pegarem, Mila! - Julia dizia pirraçando.
- Não acredito, ai que coisa boa Mari! - falei abraçando-a.
- Não vai querer ficar de fora, não é mesmo, Bubuzinha? Cadê um espaço pro Berna nesse seu coraçãozinho?
- Ah, fica quietinha aí e se resolva com o seu gato! - Bruna falou disparando uma almofada em mim, fazendo as amigas rirem. Nesse clima de descontração, ficamos conversando até amanhecer de vez. Como sempre, fui a última a dormir, acabei ficando sozinha com meus pensamentos e adormecendo em seguida.   

Acordei com o meu celular tocando, o procurei com as mãos ainda de olhos fechados e atendi a ligação.
- Alô? - falei transparêndo a voz de sono.
- Oi minha filha, mamãe tá com saudades! 
- Ô dona Ana, tô com muita saudades também. Mas olha a hora, cara! - falei rindo.
- Olhei bastante, senhorita! São 9:30 da manhã, foi dormir tarde?
- Mãe, ontem foi o amigo secreto com o pessoal, o nosso reencontro... Ainda estou na casa dos Santana's, e todos estão dormindo, inclusive seu filho bebeu horrores, não vai dar conta do vôo agora cedo pra Londrina!
- Vai dar conta sim, quero os dois aqui antes do almoço. A família toda já tá chegando, cuidem de vir logo! Mande um beijo e um abraço pra cada um, mamãe ama! 
- Mando mãe, mando! Também amo você, e hoje eu chego tá? Mas não me apressa! - falei finalmente abrindo os dois olhos. - Beijo, tchau! 
Desliguei antes que as meninas se acordassem também, ainda era cedo pra elas que não tem compromisso nenhum agora pela manhã. Hoje era 24 de Dezembro, Véspera de Natal, e eu e Bernardo iríamos pegar vôo pra Londrina, íamos passar o natal com a família toda na casa da minha Tia Ceça. 
Me levantei com muito custo e pensei em chamar Bruna pra me ajudar. Afinal, eu não sabia onde ficava nada nessa enorme mansão, com certeza ainda estavam estavam todos dormindo e eu precisava de um café da manhã descente, roupas emprestadas de Bruna e achar as chaves do meu carro que estava perdida nessa casa. Resolvi que não iria acorda-lá e que ia no quarto dos meninos acordar meu irmão.

Luan Narrando

Minha noite não poderia ter sido melhor. Quer dizer, até dava pra ser melhor, mas não quero abusar da sorte. Além de reencontrar os melhores do mundo, revivi coisas que quero continuar vivendo pra sempre. Sim, estou falando de Camila Salsa. Novamente, nós dois. Eu não sei o que temos, mas sempre que estamos no mesmo ambiente parecemos ter um ímã sobre nós. Nossos corpos se chama um ao outro. Desisto de tentar nos entender. -ria sozinho recordando os beijos que havia ganhado dela. Estava no meu quarto com Bernardo, Matheus e Pedro. Só estávamos eu e Pedro acordados, ele falava coisas sem nexo e eu só gargalhava, o Pedroca sempre foi o mais fraco pra a bebida, e eu sempre aproveitava disso pra rir bastante com ele. Amanheceu o dia e o sono veio instantaneamente me fazendo capotar. 

Abri o olho com uma certa dificuldade por causa da claridade da janela e o sono mal matado, a vista estava embaçada mas eu podia ver que alguém estava se aproximando. 
- Ei, acorda, ei, psiu! - Camila dizia parada em minha frente com trajes de dormir, me fazendo abrir os dois olhos na mesma hora.
- Nossa senhora, bom dia, viu? Êta lá! 
- Bom dia pra você também, Luan. Vim pedir caridosamente que acordasse meu irmão, véspera de Natal e eu ainda em SP. Ele tem que acordar! - dizia batendo o pé.
- E pra onde vocês vão? - falei coçando os olhos e me levantando.
- Passar natal em Londrina, na casa da minha tia Ceça.
- Aquela que fazia um bolo de laranja maravilhoso quando a gente namorava? - falei chegando perto de Camila.
- Sim, ela mesma! - falava ela se saindo.
- Hum, sei quem é. Saudades da época. - falei fazendo o meu famoso "biquinho" dramático. 
- Também tenho saudades, aquele bolo é maravilhoso. Vou comer ele mais tarde, e você não! - falava Camila rindo e me dando as costas indo em direção à porta do quarto. 
- Cê num presta, nem pra dizer que tem saudades da gente...
- Olha, vai me ajudar mesmo? Tenta acordar esse bebum do Bernardo, vou descendo pra tentar fazer um café da manhã legal, não vou demorar muito aqui. Se quiser, pode vim comer comigo, só tem a gente acordado mesmo... - falou e em seguida fechou a porta fazendo um barulho ensurdecedor, praticamente acordado os meninos sem que eu precisasse chamá-los. - Ri do seu jeito delicada de ser e fui tomar um banho na minha suíte pra ajudá-la a fazer um bom café da manhã. 

Depois de estar devidamente cheiroso, desci as escadas e me deparei com uma cena que me fez hipnotizar.
Camila ainda de roupas de dormir, com a cara amassada, cabelo no coque, fazendo sanduíches, partindo o bolo, fazendo café. Aquilo era o que eu queria ver todos os dias quando me acordasse. Fiquei um certo tempo na ponta da escada admirando aquilo, e quando ela percebeu, deu um sorriso que eu não via desde nossas férias na mansão. O sorriso tímido dela. 
- Tá parado aí porque? - ela falava sem parar o que estava fazendo.
- Ah... Eu... Eu tô com câimbra no joelho, mas já tá passando! - falei sacudido a perna, fazendo ela gargalhar daquilo.
- Tô falando sério, ou cê acha que eu tava parado ali te admirando? Claro que não... Nunca né? - falei coçando a cabeça.
- É, nunca mesmo. Isso não é sua cara! - falava irônica.
- Ainda bem que sabe! - sorri pra ela indo em direção ao balcão da cozinha, me sentei nele e continuei a observá-la.
- Não vai me ajudar? Já já esses folgados acordam e não tem nada pra comer.
- Como nada? Já vi um bolo ali, sanduíches e um suco de alguma coisa não identificada que cê fez. - falei descendo do balcão indo conferir.
- Mas isso não é o bastante, você e a Bruna são mal acostumados com a Tia Mari. Isso aqui é mesmo suficiente? 
- Mas você não é a Mamusca, tudo que vier será bem-vindo. 
- Hum, sei... Mas também tem os meninos aqui, eles vão levantar esfomeados, até porque... - parou de falar sentindo eu pegar na sua cintura por trás.
- Deixa isso ai, já tá de bom tamanho. - falei em seu ouvido, quase como um sussurro, fazendo ela virar pra mim.
- Tudo bem então, vamos comer! - falava sem tirar os olhos de mim, e nem eu conseguia tirar os olhos de sua boca, bastante rosada por sinal. Antes de voltar aos meus sentidos, Camila virou seu rosto me fazendo sair do transe e deixá-la passar. Sai de sua frente, indo pegar a bandeja do bolo e a jarra de suco, levando pra mesa e ela fez o mesmo com os sanduíches e panquecas.

terça-feira, 7 de julho de 2015

• Capítulo 59

- Boa noite, Luan. - dizia sexy. 
- Boa noite, Camila. - ele disse com a voz rouca, e eu senti um arrepio na espinha. Já estava ficando acostumada com as reações ridículas e automáticas que eu tinha perto de Luan Rafael. 
- Muito melhor agora. - respondi provocante, fazendo Luan sorrir safado e ao mesmo tempo confuso de como ela poderia fazê-lo esquecer da raiva que ele estava de mim.
- Luan Rafael e Camila Salsa, vos encontram amigos? Quem diria... - Pedro dizia surpreso.
- Pedro, você bem sabe que esses dois nem que seja pra brigar, eles têm que se falar! - Bruna exclamou, fazendo todos concordarem e soltarem um coro de "HUUUMMM."
- Olha quem fala né Pedro? Quem diria que o gararão da escola estaria namorando. - falou Luan rindo querendo mudar de assunto.
- Como assim Pedro Campos namorando sério? Me contém essa história. - Camila entrou na onda ajudando o assunto entrar em outro rumo.
Com esse clima de descontração, voltamos a ser o que sempre fomos. Bruna colocou música alta e nesse momento tocava "Cuida bem dela - Henrique e Juliano." 
- Ela gosta que repare no cabelo dela... - Luan dizia com a voz afeminada, mexendo a cabeça como se tivesse longos cabelos.
- Luan! - Bernardo estava roxo de tanto rir.  - Eu tinha esquecido de como você era veado.
- Por favor, Pi... Assim não dá pra te defender! - Bruna dizia rindo. 
- Camila, acho que só você da um jeito nisso aí!
- Ei! O Luan do armário e a culpa é minha? - gritou, fazendo com que todos gargalhassem.
- EI! EU NÃO SAÍ DO ARMÁRIO COISA NENHUMA! - Luan disse muito alto, vendo que os amigos ainda rolavam de rir. - EU SÓ TAVA BRINCANDO E... 
- Uma revelação dessas? Vou vender pra minha equipe de jornalismo, e ganhar uma nota preta! - Matheus dizia descontraído, fazendo Camila sorrir o olhar aliviada por ele não estar sendo chato como estava ultimamente

- Awn gente, parem de zoar o menino! - Camila abaixou perto dele, segurando o riso. - Já chega, não é? 
- É, chega! - ele fez bico emburrado.
- Isso. - Camila sorriu. - Nós temos que respeitar a opção sexual dos coleguinhas, tão me ouvindo? - falava sarcástica fazendo com que a sala se despertasse em gargalhadas novamente. 
- Vai brincando, vai, Camila Salsa... - Luan disse, rindo baixo. - Vamos ver se você aguenta. - Camila o encarou com os olhos arregalados, e todos subitamente ficaram quietos. 
- O... O quê? - Camila gaguejou. 
Luan aproximou o rosto dela, que estava tão intrigada que nem conseguiu se mover para afastá-lo, como geralmente faria. 
- Você vai ver quem é gay aqui! - ele sorriu debochado, puxou a garota pra si e quando eles estavam a centímetros da boca de um do outro, totalmente entregue, Luan a soltou novamente.
Camila estava congelada. Sentiu seu corpo arrepiar, mas pra variar, não conseguiu esboçar reação nenhuma, e se sentindo ridícula por não ter falado nada e deixado ele ter total controle da situação.
- Vocês viram o que eu vi? - Pedro pareceu sair de um transe. 
- Eu... Eu vi! - Bernardo respondeu e Luan riu. 
- Nosso garoto... Virou homem. - Pedro gargalhava. - E pelo o que eu vi, a Camila aprovou sua pegada! 
- Ei, nem vem! Esse é o sonho dele. - sorria debochada.
Depois de mudar de assunto, Camila deixou todos na sala e foi a cozinha dizendo ir pegar mais gelo para sua bebida, mas na verdade queria poder acalmar-se. Quando tomou um leve susto vendo Maria entrar no cômodo da casa.
- Mila... Aprenda a respirar de novo e se prepare - ela riu. - Não acho que o Luan está brincando. 
Camila sentiu as bochechas arderem. Não respondeu nada. No fim das contas, talvez esperasse que não fosse uma brincadeira. 

Voltamos pra sala e percebi que Bernardo falava de mim. 
- Realmente, Camila sempre teve temperamento forte e a maioria das brigas comigo eram todas compradas por ela!
Cala a boca! - ela chegou sorrindo. - Eu sou muito fofa, ok? Não sei por que esse medinho de mim... Sou muito fácil de lidar, pergunta pro Luan Rafael e... 
Camila ouviu a tão característica gargalhada de Luan, e olhou arqueando a sobrancelha.
- Você é realmente super fácil de lidar. Talvez para domadores de leões do circo, para espiões da CIA, ou algo do tipo... - falava gargalhando e todos riram.
- Ah, vai se foder. - Camila o olhava emburrada.
- Pare de ser fofa! - falava rindo dela.

Minutos depois começaram a troca de presentes. Luan havia tirado Bernardo, Bernardo havia tirado a Bruna, o que gerou um certo alvoroço e provocações sobre os dois. Bruna me tirou e foi lindo sua declaração, amo essa loira demais! Eu havia tirado o Matheus, e aproveitei da situação pra mostrá-lo o quão importante ele é pra mim e agora enfim senti que ele não havia mais desavenças comigo. Matheus tirou Juju, que tirou Pedro e Pedro tirou a Maria que tirou o Luan. Depois da troca de presentes, confesso que começamos a exagerar na bebida, tirei meus saltos e subi em cima do sofá junto com Bruna que rebolava comigo, observei os olhares de Luan em mim e ri satisfeita. Eu amava isso, confesso! 

O relógio batia as 4:00AM e decidimos ir dormir, todos nós já estávamos um tanto quanto felizes demais e cansados também. Os meninos subiram as escadas um dando as mãos ao outro, cantando "Nós andamos iguais, nós andamos iguais. De um lado pro outro, pra frente é pra trás, nós andamos iguais." nos arrancando muita risada. Bruna, Juju e Maria arrumaram a sala, e eu fugi disso subindo pro quarto de Bruna. Entrei em sua suíte me despindo, tomei um banho e pus uma camisola um tanto quanto ousada que havia achado no guarda-roupa de Bruna, foi a primeira que eu vi e não liguei pra isso. Quando eu estava penteando meus cabelos pra finalmente me deitar, ouvi as vozes das meninas adentrando o quarto. 
Eu não acredito que ele falou isso! NÃO ACREDITO! - Bruna berrou, fazendo Maria rir escandalosamente.
- Bruna, se controla, por Deus! - Julia exclamou emburrada. - Mas e aí, Juju, pronta para sentir todo o poder do Pedrinho?
- Vocês são muito babacas. Aquilo foi uma brincadeira.
- Opa, o que as lindas estão falando? O Pedro não está namorando? - perguntei inocente.
- Mila, ele nunca vai prestar! Tá namorando e me querendo. - Juju disse soltando um "beijinho no ombro".
Ficamos fofocando sobre tudo que havia acontecido naquela noite, até que as meninas acusaram estar com muita sede, e eu também estava, afinal álcool nos proporciona essas coisas. Bufei. 
Tiramos zerinho ou um, pra ver quem iria descer pra buscar e como sempre eu! 
Desci com um certo receio, pois eu morria de medo de sair do quarto numa hora daquelas. Desci as escadas e dobrei o corredor pra ir a cozinha, quando fui surpreendida por Luan, que tapou minha boca com sua mão, antes que todo o condomínio ouvisse meu grito.

- Você é louco? Cara, eu quase morri! - falei me recuperando. 
- Eu morro por você todos os dias e nem reclamo! - ele dizia com um sorriso de deixar qualquer uma louca.
- Idiota! - ri junto com ele.
- Então, onde paramos mesmo? - Luan me puxava pra si.
- Onde eu disse que independente da opção sexual dos nosso amigo, no caso você... Devemos respeitar! Afinal, você tem direito de ser gay! - Eu dizia com a voz baixa, quase um sussurro. 
- Eu já te provei inúmeras vezes que sou um homem de "H maiúsculo" mas você parece querer que eu prove isso todos os dias! - ele dizia beijando meu pescoço, me fazendo arrepiar.
- Então me prova de novo, já esqueci como que cê faz... Vai ter trabalho pra me convencer outra vez! - ri maliciosa, mordendo o lóbulo da orelha de Luan. Sabia as reações que esse pequeno gesto poderiam ter. No mesmo instante ele me prensou contra a parede, apertando com força a sua cintura. 
- Eu gosto de ter trabalho. 
Eu acompanhei o sorriso de Luan, o puxando para um beijo com um misto de desejo, paixão e saudade. Luan retribuía e eu comecei a fazer um caminho de beijos desde o pescoço dele até sua boca. Quando cheguei lá, deu uma leve mordida o empurrei pra trás, indo até a porta da cozinha. - Comece a trabalhar então. - ri. 
- Algo me diz que hoje você vai fazer hora extra. - sorri vitoriosa e sai dali, deixando um Luan Rafael ofegante e sorridente na cozinha. E com alguns pensamentos bastante pervertidos, vale ressaltar. Depois dele sair do transe de pensamentos, veio foi atrás de mim, que ainda se encontrava subindo as escadas. 
- Achou mesmo que ia ser fácil fugir do gay aqui? - Luan falou me puxando com toda a força, e colando os seus corpos novamente a-virando pra si.
- Quer parar? - ela dizia rindo. 
- Me faça parar. Me faça acreditar que não quer! - Luan deu um sorriso malicioso e apertou mais suas mãos nas minhas costas, fazendo com que eu ficasse nas pontas dos pés. Agarrou meus cabelos e colou nossos corpos rapidamente, procurando por minha boca. Não relutei e o-beijava fervorosamente em perfeita sintonia, que só aumentava. Luan pôs a mão por dentro da minha blusa e acariciou meus seios ainda por cima do sutiã me fazendo arfar. Passei as mãos por seus braços constatando quão fortes eles eram e alisava sua nuca lentamente sem parar nosso beijo, até que risadas vindo de não muito longe fez com que nos parássemos o beijo e olhar pra direção que o som vinha. Estavam Bernardo, Bruna, Mari, Matheus, Juju e Pedro nos olhando segurando o riso.
- Ah, pelo amor de Deus! - Bernardo se pronunciava. - Quer dizer que hoje é o dia de relembrar os velhos e bons tempos, literalmente né?! O tempo passa e vocês não param de se pegar escondido pelos cômodos da casa. - Ele dizia fingindo indignação, seguindo de uma risada.

• Capítulo 58

Camila Narrando 

Depois de ter ido pra balada com uns amigos meus e ter chegado em casa ás 5:30 da manhã acordei com uma baita dor de cabeça. Odeio ressaca, mas amo beber. Então... Falando nisso nem lembro direito o que aconteceu ontem à noite, a não ser a parte de que Luan me ligou e o mesmo desligou na minha cara, talvez tenha ficado irritado e ao ouvir a voz de Diogo, meu colega de trabalho que tinha ido buscar uns drinks comigo no Bar. Ri disso e segui para a minha suíte, precisava de um banho de no mínimo 40 minutos pra ver se essa ressaca passava. Quando saí da ducha mais relaxada, fui procurar alguma coisa para comer, quando lembrei-me que mais tarde iria com a Bruna buscar Maria e Júlia no aeroporto. Hoje seria o nosso tão esperado reencontro, o dia do amigo secreto. Liguei pra Bruna pra ver se precisava da minha ajuda com algum detalhe e ela disse que tava tudo certo e só estava terminando de arrumar tudo. Ela achava melhor deixar tudo pronto antes de irmos buscar as meninas e ficarmos aqui até a hora de começar. Como não tinha nada pra fazer resolvi ir no mercado comprar umas coisinhas. Sempre que as meninas se juntam só da fofoca e gordices. Peguei a chave do carro, meu celular, tranquei o apartamento e fui.
Para a minha surpresa o trânsito de São Paulo estava relativamente tranquilo então cheguei rapidamente ao supermercado. Peguei uma cesta e fui atrás de tudo que estava em mente, não estava nem na metade quando olhei para o que tinha comprado e tive a certeza que eu teria que voltar para a academia. Estava a procura de Nutella quando um perfume invadiu o ambiente me fazendo estremecer, era o perfume dele! Olhei rapidamente pra trás e pro meu alívio não tinha sido ele, não era o Luan. Respirei fundo tentando arrancar ele dos meus pensamentos e terminei as compras, já indo embora. Já estava quase na hora de ir buscar as meninas então liguei pra Bruna pra confirmar que ela iria junto comigo buscá-las.
- Bru, já to indo buscar as meninas, acho melhor ir um pouquinho mais cedo. Vai comigo?
- Vou sim. Passa aqui pra me pegar? 
- Claro, em 20 minutos estou aí! - disse já pegando minha bolsa e a chave do carro e indo em direção a porta.
- Vou estar esperando, beijo.
- Beijo.
Tranquei o apartamento, peguei o carro e segui para o Alphaville antes do previsto, cheguei na porta da casa dos Santana's e buzinei. Uns segundos depois Bruna saiu de lá parecendo uma fadinha saltitante.
- Nossa que menina feliz! - falei brincando assim que era entrou no carro e fechou a porta.
- Estou mesmo. Vamos rever todos e estou morrendo de saudade. - disse com um sorriso enorme no rosto.
- Também estou! Então vamos lá buscar nossas doidinhas.
Dei partida no carro e seguimos rumo ao aeroporto. Chegando lá esperamos uns bons quarenta minutos, e as meninas chegaram. Assim que nos vemos, demos um abraçado coletivo, que sensação maravilhosa de tê-las reunidas junto a mim novamente! Passamos a tarde grudadinhas umas nas outras, fofocando e como eu esperei, fazendo várias gordices juntas. O tempo passou e nós nem nos demos conta disso.

- Gente, e os meninos? Eles já chegaram aqui em SP? - perguntava Juju.
- Sim, amiga. Eles chegaram mais ou menos na mesma hora que vocês lá em casa, o Pi nem precisou explicar a eles onde ficava o condomínio, eles chegaram sem dificuldades e todos juntos. - Bruna afirmava.
- Caralho, gurias! Olha a hora, já são 18h30, marcamos com eles ás 20h00, e quatro mulheres num apartamento com dois banheiros não da certo não! - Maria dizia apressada com aquele jeitinho dela e nós rimos. 
Fomos tomar banho e em menos de 30 minutos eu já estava me maquiando, com a ajuda de Bruna. Como eu ainda tinha tempo, por ter que esperar as meninas, tirei umas fotos e escolhi uma pra postar no Instagram.

"@Camila_Salsa: Hoje é dia de relembrar os velhos tempos, baby! ❤️" 

Apressei elas fazendo com que Julia fosse até o carro descalça, ainda atacando o salto. Rimos dela e partimos pro Alphaville! Chegamos em frente a mansão e eu estacionei. Percebi que as meninas estavam tão nervosas quanto eu e dai então fomos juntas em direção à porta. Bruna a-abriu com sua chave e os quarteto que estava na sala parou o que conversava pra nos olhar dos pés a cabeça.
- Oi pessoas mais lindas da minha vida! -falava Bruna quebrando o gelo, sorrindo saltitante, e Bernardo riu. 
- Vocês sempre foram lindas, mas agora estão de parabéns hein? - Bernardo disse, e os todos eles riram concordando, menos Luan que fez cara feia ao perceber que ele falava isso olhando para as curvas de Bruna.
- Cala a boca, Bernardo. - Essas foram as primeiras palavras ditas por mim. Fiz careta, segurando o riso. Caminhei até a poltrona em que meu irmão estava, propositalmente ao lado de Luan. Agachei-me para lhe dar um beijo na bochecha, fazendo com que minha roupa subisse o máximo, tendo toda a atenção de Luan voltada pra mim, fazendo todos perceberem os seus olhares maliciosos. 
Fui em todos cumprimentá-los, chegando na vez de Luan ela fez questão de falar num tom que somente ele ouvisse.
- Boa noite, Luan. 
- Boa noite, Camila. - ele disse com a voz rouca, e Camila sentiu um arrepio na espinha. Já estava ficando acostumada com as reações ridículas e automáticas que tinha perto dele.

terça-feira, 30 de junho de 2015

• Capítulo 57

Camila Narrando 

Duas semanas haviam se passado e cá estou eu terminando uma matéria pra publicar no site e ir embora pra casa. Eu havia conversado com Fernando sobre as possíveis férias que eu pretendia tirar e ele autorizou prontamente, por conta que no ano passado eu havia ficado o natal e o ano novo trabalhando, então esse ano era minha vez de tirar "férias" nesse período. Durante esses dias venho me encontrado com Bruna para fecharmos os detalhes do nosso amigo secreto, cada papel com o nome do amigo oculto já havia sido enviado para seu remetente. E advinham com quem eu sai? Com o meu mais novo ex namorado e melhor amigo. Terminei meus afazeres, fechei a sala do meu escritório e resolvi ir no shopping comprar o presente de Matheus, porque à noite iria sair com meus primos e uma galera bem legal pra a inauguração de uma PUB. Iria começar minhas férias com o pé direito e venhamos e convenhamos, merecidamente! 

Luan Narrando

Estava voltando do meu ultimo show do ano, agora terei umas merecidas "férias" de 20 dias pra aproveitar o Natal e a virada do Ano com os meus familiares. Amanhã é o amigo secreto com os meus amigos de antigamente e vai ser realmente muito bom rever todo mundo. Inclusive a esquentadinha lá... Quando peguei o papel que as meninas me enviaram, li quem era meu amigo oculto e fiquei bem satisfeito... Bernardo! 
- Ô TESTA, TESTAAA - gritei o Rober que estava sentado a umas três poltronas a frente de mim na van.
- Quer me matar de susto boi? Fala aí - disse depois de dar um pulo assustado me fazendo rir dele.
- Amanhã é aquele amigo secreto que te falei cara e eu esqueci de comprar o presente... Tirei o Bernardo, irmão da Camila. Você vai ter que me ajudar nisso amanhã cedo.
- Ah boi é só isso? Pensei que o mundo tava acabando. - falou com ironia revirando os olhos. - Beleza, ainda vou estar por SP amanhã e posso te ajudar!
- Sim, Testiba.. Só isso! - falei abaixando o boné dele novamente pra ele voltar o cochilo. Afinal, estávamos todos bem cansados. Cheguei no meu condomínio e a Van parou em frente a minha casa, me despedi dos meus amigos de trabalho e desejei bom descanso a todos nós. Adentrei em casa devagar, mas me surpreendi ao ouvi risadas vindo da área de lazer, provavelmente de Bruna e dos meus pais. Era tarde mas eles ainda estavam acordados e isso era bom! Deixei minhas malas na sala e fui correndo pra área da piscina falar com eles.
- O filho e o irmão mais lindo do mundo chegou e agora vai ser todo de vocês por 20 dias seguidos! - falei chegando na área da piscina, fazendo aqueles rostos surpresos virem me abraçar. Ficamos jogando conversa à fora, até que Bruna tocou no assunto que amanhã seria nossa social e amigo secreto.
- Pi, quem você tirou? Diz diz diz! - ela falava implorando.
- Desiste pirralha, não vou contar não! 
- Você é um chato! - falava emburrada.
- Filho, vai tomar um banho e dormir pra descansar essa cabecinha, que amanhã você tem essa festa entre amigos e eu não quero você cansado! - falava Marizete beijando a testa de Luan que estava deitado na espreguiçadeira.
- Ai mãe, quanta babação com esse gordo chato! - Bruna falava enciumada.

Ri disso e me despedi deles subindo com minhas malas para o meu quarto, desfiz elas e fui tomar um banho. Optei ficar um pouco na banheira da minha suíte que era bem relaxante e eu estava precisando. Depois de passar um bom tempo dentro dela, sai me enxugando e coloquei uma roupa bem confortável. Me deitei e apaguei a luz deixando apenas a TV ligada, procurei meu celular e logo entrei no instagram. De cara vi uma foto que Camila havia postado a duas horas atrás. Nunca vi mais linda!



"@Camila_Salsa: Que gostinho bom de férias, e pra começar... Vamo ali? hahah."

- Então quer dizer que ela também estava de férias? - sorria contente. Não falo com ela a duas semanas e to sentindo uma baita de uma falta dos gritos dela no meu pé do ouvido. Resolvi ligar com a desculpa de só querer ver se estava tudo certo para amanhã. Quando eu já estava quase desistindo da ligação ela me atendeu.
- Alô? Quem é? Oieeee? - ela gritava e mesmo assim eu não entendia nada por conta do som alto do lugar que ela estava. 
- Camila, sou eu, Luan! Você não tem mais o meu número? 
- Mila, desliga esse celular! - ouvi uma voz masculina vindo de perto.
 - Oi, Luan... Desculpa! Não tô entendendo nada, fala um pouco mais alto! 
- Esquece, esquece! Só queria saber se tava tudo bem com você, mas já vi que sim! Boa noitada procê.
Desliguei a ligação furioso, como ela não tem meu número e nem reconheceu minha voz? E o carinha que pediu pra ela desligar a ligação comigo? Quem ele pensa que é? A raiva me tomou e com isso perdi o sono totalmente.