Adentrei no quarto de Bruna com a velocidade de um foguete, assustando-a. Pedindo a Deus que Luan não viesse atrás.
- Ai que susto, parecia que estava correndo de um monstro pela casa. - Bruna dizia me fazendo sorrir amarelo.
- Cade a pipoca? Espero que tenha realmente ficado muito boa, só assim pra eu perdoar essa sua demora.
- Que pipoca? - comecei a andar de um lado para o outro fazendo Bruna me olhar tentando entender o que estava acontecendo, ela me conhece o suficiente pra saber que algo ali estava errado.
- Como assim que pipoca? A que você foi fazer, a que você passou quase quarenta minutos pra fazer! - Ela me olhava de uma forma interrogativa.
- Amiga, me desculpa. Acontece que eu sou alérgica a pipoca microondas! Fico me coçando só de imaginar, sabia? - eu falava rápido e sem olhar pra ela, que já me olhava sem entender meu nervosismo, quando ouço a maçaneta da porta do quarto girar várias vezes, me fazendo gelar.
- Camila, abre isso aqui! - Luan falava como quem implorava por resposta.
- Pi? É você? - Bruna olhava pra mim indo em direção a porta gargalhando.
- Para de bater, quer acordar nossos pais? Já estou abrindo. - Bruna dizia rindo da situação. - O que você quer? Ou melhor, deixa eu ver se entendi. Bruna ria olhando pra nós dois e isso estava me irritando.
- O que foi, Bruna? Mas que porra! Me dá a minha mala, vou pro quarto de hóspedes.
- Deixa de ser esquentadinha, amiga. Afinal, se negar é pior! - Bruna dizia rindo ainda mais.
- Você vai ficar aqui mais uns dias? - Luan dizia sorrindo.
- Estava tudo certo para que isso acontecesse.
- Estava? Porque não tá mais? - Luan perguntava arqueando a sobrancelha.
- Porque você chegou!
Virei a cara pra ele e dei um olhar mortal pra Bruna que tentou conter o riso.
- Mila, vamos conversar. Para de ser marrenta cara! - Luan disse já impaciente.
- Hoje não Luan, tô cansada - disse sem conseguir sem quer olhar pra ele.
- Já que você quer assim, até amanhã então. - ouvi seus passos pesados por alguns segundos seguido de uma batida forte de porta. Ele realmente não tava satisfeito.
Bruna sentou em sua cama e ficou me olhando desconfiada.
- Amiga, o que aconteceu? E sim, eu quero detalhes! - dizia animada batendo palminhas.
Apenas olhei pra ela com raiva e ignorando-a.
- Ah, por favor amiga!
Depois de muita insistência deitei no colo dela e contei tudo de forma mais detalhada possível, ela era minha melhor amiga mas também era irmã dele, o que me deixava com uma certa vergonha.
Ficamos conversando por horas e Bruna já estava quase pegando no sono, então resolvemos dormir, mas no meu caso, apenas tentar. Rolei para o lado, rolei pro outro e nada do sono vir.
As lembranças dos beijos dele, das suas carícias e palavras vieram à tona e eu me lembrava de tudo com um certo sorriso bobo no rosto, até que finalmente o sono chegou e adormeci.
Luan Narrando
Era quinta-feira e eu estava no meu camarim, a espera de fazer mais um show e dessa vez aqui mesmo em SP. Resolvi que após acabar o show, eu iria pra um Hotel qualquer somente pra dormir e logo cedo iria em casa. Eu não gostava muito de chegar de madrugada porque sempre acabo acordando ou assustando alguém com meu jeito destrambelhado. Peguei meu celular e dei uma olhada rápida no Instagram pra passar o tempo e vi que Bruna havia postado uma foto que mostrava apenas as suas pernas e de outra pessoa, deitadas numa cama e dando as mãos.
"Tem coisa melhor que a companhia da melhor amiga do mundo?" marcando Camila na foto.
Como assim a Camila está na minha em casa e ninguém me disse nada?
- Boi, o atendimento ao Camarim começa daqui a 5 minutos. - Rober falava quebrando o silêncio.
- Pódeixá Testiba! - luan tirava sua touca do cabelo pra por em Rober que ria. - Olha, quando acabar o show a gente segue, quero ir pra casa logo.
- Então tenho que cancelar seu quarto que reservei no Hotel, mas por que?
- Camila tá dormindo lá em casa, cara. Cê acha que eu ia perder isso?
- Boi, boi... - Rober sendo interrompido.
- Da cara preta, mata esse Testa que só quer se meter na vida do Luanzeiraaa!
- Tá apaixonadin! - Rober dizia rindo.
- Na sua mãe, aquela gostosa!
Nesse clima de descontração atendi meus fãs e a emprensa e em seguida fui fazer o show. Depois do termino do show, eu parti direto pra minha casa decidido a acabar de uma vez com a barreira que eu e Camila havíamos criado, apesar de que ultimamente nós viemos nos falando com uma boa frequência, mas isso não me bastava. O caminho todo fui relendo nossas conversas do WhatsApp e percebi que ela também me dava sinais de que me queria. Camila nunca foi de dar o braço a torcer, por mais que estivesse morrendo de amor! - luan ria pensando do seu jeitinho. Estava na frente da minha casa e antes que eu entrasse liguei pra ela, que atendeu com um pouco de demora.
- Luan? Alô? - Ouvi sua voz e involuntariamente abri um sorriso.
- Mila, abre a porta.
- Hã? Que porta?
- A da minha casa, ué. Eu sei que você está aqui.
- Mas hoje você não tem show?
- Só abre.
Camila desligou a ligação e provavelmente estava vindo ao meu encontro.
Quando ela abriu a porta com aquela minúscula roupa de dormir, me arrepiei por inteiro, aumentando a necessidade que tinha por aquela mulher.
- Qual o motivo dessa sua vinda repentina?
- Você é o motivo!
A puxei com toda a força pra junto do meu corpo e quando nossos lábios se encontraram senti meu corpo todo se acender, nunca havia me sentindo assim com outra mulher desde que tinha a beijado a anos atrás. Tudo com ela se tornava muito melhor.
Aos poucos Camila foi relaxando e dando passagem a minha língua insistente. Pressionei ela contra o meu corpo para que ela o sentisse e aumentei a intensidade do beijo, nesse momento ela levou as mãos a minha nuca e fazia carinho em meus cabelos. Eu estava sentindo a melhor sensação da minha vida, a sensação de reciprocidade. Fui adentrando minha casa e fechando a porta sem precisar me desgrudar dela. Aos beijos fomos nos sentando no sofá e quando a coisa esquentava mais, ela começou a relutar contra nossos instintos.
Essa mulher queria mesmo me matar!
- Não me nega isso, por favor. - Eu praticamente suplicava olhando em seus olhos.
- Eu acho melhor pararmos por aqui. - Camila dizia de cabeça baixa.
Nenhuma frase me irritaria mais do que isso no momento. Eu precisava dela comigo e ela não estava levando isso a sério. Camila foi em direção à escada me deixando plantado na sala e sem nem dá nenhuma explicação pra isso, mas eu não iria desistir tão facilmente.
Camila Narrando
Fui dormir super tarde e isso me resultou acordar tarde também.
Olhei as horas e já eram 12h30 e o que me despertou mesmo foi o som de vozes no andar debaixo. Olhei ao redor do quarto e Bruna já havia acordado. Me levantei a muito custo e fui a sua suíte tomar um banho. Depois de pronta, segui rumo a escada e quando cheguei ao fim dela me deparei com aquela cena da família feliz. Marizete, Amarildo, Luan e Bruna estavam sentados todos na mesa almoçando entre conversas e sorrisos estampados em no rosto de cada um. Fique com uma leve vergonha de interromper aquele momento tão bonito e então Mari me avistou chegando.
- Minha linda, dormiu bem? - ela anunciou com voz doce fazendo todos da mesa me olharem, Luan com um olhar penetrante e Bruna percebendo minha vergonha não conseguiu segurar o riso.
- Dormi sim, Mari. Desculpa a hora que acordei, eu e a Bubuzinha viramos a noite como os velhos tempos!
- Realmente, essa noite aconteceram muitas coisas como os velhos tempos. Luan finalmente se pronunciou, me fazendo arrepiar involuntariamente.
- Amiga, vem almoçar. Temos que resolver muitas coisas do amigo secreto. - Bruna falou tentando mudar de assunto fazendo Marizete e Amarildo se distraírem antes que nos olhassem confusos com o que Luan havia dito.
Me sentei na cadeira vaga entre Luan e Bruna tentando me concentrar na comida, o que estava sendo difícil por causa de Luan que não tirava os olhos de mim e às vezes sorria, me deixando completamente desconsertada.
- Olha, Mari... Você para de fazer essas comidas gostosas, desse jeito vou me mudar pra cá de mala e cuia viu? - dizia Camila alisando a mão da sua mãe de cosideração.
- Eu ia adorar que você passasse uns tempos aqui! Eu e Bruna ficamos muito sozinhas nessa casa enorme quando Luan viaja e precisa que meu marido vá junto.
- Eu também ia adorar, Mila. - Luan dizia sorrindo de canto.
- Obrigada gente, mas eu tenho uma vida bem corrida também. Só ia aumentar o número de bocas pra comer nessa casa! - dizia divertida.
- Mas você sabe que as portas dessa casa sempre estão abertas pra senhorita, né? - Amarildo falava carinhosamente.
- Sei sim, sou grata demais e digo o mesmo pra todos vocês! - Dizia Camila com um sorriso sincero.