domingo, 13 de setembro de 2015

• Capítulo 62

Graças ao trânsito de São Paulo quase perdemos nosso vôo e se isso acontecesse seriamos mortos pela nossa mãe. Fomos os últimos a entrar no avião sendo recebidos por cara feia de todos que estavam ali presentes, e como sempre eu e o Bernardo rimos disso juntos. Assim que sentamos nos nossos devidos lugares, que por milagre de Deus conseguimos um do lado do outro, ele logo engatou uma conversa de como a Bruna estava linda, que seu jeito meigo não havia mudado e etc e tal. Ele e sua paixão pela Bru, e sim, eu apoio totalmente. 

Enquanto ele continuava com seus longos elogios sobre minha amiga, encostei a cabeça na janela do avião e meus pensamentos foram instantaneamente para Luan e apenas ouvindo a voz de meu irmão ao fundo. 
Lembrei do beijo maravilhoso que só ele tem, daqueles lábios macios e convidativos que tanto me arrepiam. Do seu cheiro incomparável, das suas mãos na minha cintura me impedindo de fugir, como tento fazer na maioria das vezes... Com esses pensamentos rondando minha cabeça adormeci sem perceber, provavelmente por ter acordado cedo e está a mil até agora. Despertei com Bernardo me chamando, dizendo que o avião já havia pousado.

Rapidamente achamos nossas malas e fomos para a área de desembarque onde encontramos nossa mãe que veio correndo nos dar um abraço cheio de saudade! Nada melhor que voltar pro nosso cantinho. Assim que chegamos na casa da tia Ceça foi aquela festa de sempre, nossos avós e tios nos mimando enquanto meus primos fingiam um falso ciúmes. Aí que saudade que eu tava dessa bagunça toda.
Engatei uma conversa com minhas primas enquanto arrumávamos os detalhes da decoração de Natal e a maioria delas estavam namorando e contando como estavam os seus relacionamentos. Logo depois fiquei sabendo que logo logo seria madrinha de casamento da Madu. Parece que foi ontem as nossas festinhas de criança, lembro de quase todas, e ela já vai casar? Que precoce... Ou eu que estou ficando pra trás? - pensei.
- Mila, sabe qual família vem ceiar junto com a gente? - falava Amanda, uma das minhas primas.
- Quem? - perguntei desinteressada.
- Os Ferreira's, lembra do Guilherme? - falava com um riso de malícia.
Guilherme Ferreira era um cara que "namorei" quando tinha 15 anos, nossas famílias sempre faziam confraternizações juntas, morávamos no mesmo condomínio e minha mãe ainda era bem amiga de dona Leticia, mãe dele. Ri relembrando de tudo, e me interessei sobre.
- Sério? Ele ainda é gato daquele jeito? - perguntei fazendo as meninas rirem.
- Ô se é, acabou agora pouco o namoro com a Miss Goiás.
- Mas cês sabem de tudo mesmo né? - ria com elas e ficamos assim boa parte da tarde. Assim que terminamos fui na cozinha ver se minha mãe precisava de ajuda com a ceia e ela disse que não, agradeci a Deus mentalmente, eu precisava mesmo dar uma descansada... Subi as escadas indo pro quartinho que eu sempre ficava quando vinha pra cá, me deitei e fiquei checando uns e-mails e alguns redes sociais até pegar no sono.

Fui acordada por vozes e ao abrir os olhos percebi que eram as meninas já se arrumando e me pedindo maquiagem emprestada, pelo jeito dormi demais. Me levantei, peguei a roupa que usaria e pedi para minha mãe passá-la pra mim e fui correndo para o banheiro. Depois de lavar meus longos cabelos, sai do boxer e dei uma escoava nele ali no banheiro mesmo, fazendo um coque sofisticado simples. Fiz minha make básica, e quando sai do banheiro meu vestido já estava sobre a cama, o vesti e fui ajudar as meninas que me pediram ajuda com as maquiagens. Todas nós estávamos quase prontas, quando minha Tia Ceça bateu na porta do quarto avisando que todos haviam chegado. Antes de descer tirei umas fotos e postei a que mais gostei. 
"@Camila_Salsa: Então é Natal... ❤️"

Descemos e fomos rumo ao jardim, onde a mesa com a ceia estava posta e fomos recebidas por assobios e elogios de todos sempre em tom de brincadeira. 

Avistei Guilherme e sua família, ele estava realmente bem mais gato do que quando eu o pegava, pensava rindo e olhando pra Amanda que me entendia em códigos. As meninas se sentaram espalhadas pela mesa e a única cadeira vaga era do lado de Guilherme, elas fizeram isso de propósito, aposto. Senhor, me ajude! 
- Camila, quanto tempo não? - dizia ele, de braços abertos e com aquele incrível sorriso que ele sempre teve.
- Guilherme! - retribui o abraço. 
- Realmente faz muito tempo.
- Parece que ele te deixou ainda mais linda. - se aproximou do meu ouvido dando uma piscadinha.
- Digo o mesmo, "sorriso". - devolvi a piscada o chamando do mesmo jeito de quando namorávamos e isso nos arrancou risadas. Começamos a relembrar do tempo de tivemos juntos o que nos rendeu boas risadas e muita zoação das meninas que estavam sempre atentas a nossa conversa, quando minha mãe gritou:
- Gente, 00h00! - falava animada.
Todos nós nos cumprimentamos desejando felicitações e tempos de paz. Sentamos pra começar a ceiar, e meu telefone vibrava sem parar. O olhei e vi no visor o nome "Meu Lu" que o mesmo tinha colocado. Blehhh. 
- Não vai atender, Salsa? - Guilherme falava tentando ver quem era na chamada.
- Ah, vo, vou sim... - falei desconcertada.
Depois da língua enorme do Guilherme falar aquilo, todos ficaram atentos a mim na mesa, principalmente Bernardo que já ria ao imaginar quem era.
- Oi, Luan. - falei de cabeça baixa.
- Pensei que não ia me atender... Feliz natal, linda! Tempo de harmonia, paz e muito amor. Né? - falava calmo e eu podia ver o sorriso dele se formando.
- É... Com certeza. Feliz natal também, chatinho. Manda beijo pra todo mundo ai, por favor!
- Beijo? Mas é claro que não, tem uma penca de gente querendo falar com você. - falou rindo e passando o telefone pra Marizete, Bruna e por fim Amarildo. Como eu amo essa família!
Luan pegou o telefone de volta e ficamos conversando coisas aleatórias, até que ele propôs que eu passasse ano novo com ele e nossas famílias. 
- Você acha uma boa mesmo? Impressa ia amar isso... Assunto do mês! - falei preocupada.
- Ai, Camila... Me poupe, cê liga pra tudo também muié. Relaxa! Topa né? 
- Tá, tá bom, eu topo! Vou falar com a Dona Salsa e com o Berna, te digo a 
- Tá, tá bom, eu topo! Vou falar com a Dona Salsa e com o Berna. 
- Desliga isso, Camila. Quando voltar não vai existir mais pudim nessa mesa. - falava Guilherme descontraído. 
- Quem é que tá aí? - Luan perguntou intrigado.
- Várias pessoas, ué. 
- Disso eu sei, mas tô falando da voz que falou com você agora. 
- É o Guilherme.
- Hã? Aquele lá? O viadinho que você namorou sem gostar? Aquele lá que brigava comigo porque eu implicava com você? Aquele lá feio e irritan...
- É, Luan! É... Ele mesmo. - falei sem paciência alguma.
- Pois faça bom aproveito do resto da noite. E me diz logo a resposta. - falou com um tom curto e grosso.
- Obrigada, aproveite aí também. Direi depois de falar com minha mãe, já disse.
- Grossa! 
Não falei mais nada, desliguei a ligação e voltei a me enturmar com todos ali presentes. Depois de mais umas horas ali, os convidados da ceia foram embora. Me despedi de todos, e troquei número com Guilherme. Subi as escadas com o salto da mão e bem cansada, quando fui surpreendida pela voz da minha mãe.

- Filha, era o Rafinha na ligação?
- Era sim mãe, ele mandou feliz natal pra todo mundo e nos chamou pra passar a virada do ano com ele, mas eu já tô pensando na desculpa que vamos dar...
- Desculpa? Não mesmo, nós vamos! Tenho gosto por aquela família e não quero passar mais um réveillon desanimada. Pode dizer que vamos!
- Ai, mãe... Tá, tá! - falei bufando.
- Como se isso fosse um esforço pra você né? Pensa que não sei. - falou desarrumando meu cabelo e rindo. 
- Claro que é um esforço, nem vem. E agora vou pro soninho da beleza. Beijo, te amo

domingo, 30 de agosto de 2015

• Capítulo 61

Camila Narrando

Estava bebendo meu segundo copo de suco e já ficando aparentemente vermelha por causa das encaradas que Luan me dava, quando escuto risos e conversas que parecia estar vindo da escada. Segundos depois os melhores loucos do mundo vinham em nossa direção, sentando-se na mesa e fazendo a maior algazarra.
 - Bom dia, casal! - Júlia disse sentando-se na mesa.
- Os pombinhos madrugaram juntos, foi? - Bernardo falou, vindo me dar um beijo na testa e sentando do meu lado.
- Que casal, estão malucos? To agüentando esse gordo até agora por falta de opção de companhia mesmo. - falei rindo e abraçando o Luan de lado, que ria também.
Nós todos comemos bem, elogiaram café da manhã que eu fiz, mas mesmo assim deixaram uma pia de pratos pra serem lavados. Tia Mari e Amarildo chegariam logo menos e eu não queria que encontrassem a casa assim. Os meninos foram pra área de lazer aproveitar o sol na piscina junto com as meninas, que me imploravam pra ir junto com elas também, mas a minha menstruação estava no final e eu não queria arriscar.

Arrumei a enorme cozinha, e subi para o andar dos quartos. Eu me encontrava sozinha ali, e isso me fez lembrar da curiosidade que eu sempre tive, me dando vontade de mata-lá na mesma hora. Eu sempre quis saber se Luan guardava em alguma caixinha de lembranças coisas minhas, seja lá uma foto ou um presente que já o dei, sei lá... Sempre quis saber! Aproveitei o momento pra invadir seu quarto e tirar essa dúvida. Adentrei o seu quarto e logo o seu cheiro apaixonante subiu no ambiente. Confesso, Luan Rafael era o homem mais cheiroso que havia nesse mundo. Abri o seu guarda-roupas e como sempre estava parecendo Nárnia, ele não muda nunca. - sorria pensando.
Procurei, procurei, até que achei um baú de madeira, atrás do lugar onde ele colava suas gravatas. Peguei e tentei abrir, porém parecia mais que o Hulk que tinha fechado aquilo. Com muito custo consegui abrir, me sentei na cama e comecei a revirar o que tinha ali dentro. Até que ouvi passos no corredor, tendo a certeza de que era Luan, não tive dúvida de ir pra varanda do quarto e tentar passar pra a varanda de Bruna, ou até pular dali mesmo. Eu não poderia pagar pau pro Luan, ele saberia que vim vasculhar suas coisas.
Coloquei um dos pés pra fora da varanda e de olhos fechados, pensando "Calma, Camila. Isso aqui não é o fim do mundo, você já está alcançando a outra varanda, respira!" Meu medo de altura nunca mudou, talvez tenha até aumentado. Fui andando num passo devagar, já chegando na varanda de Bruna quando senti que estavam me observando, na mesma hora abri o olho devagar e vi Luan na sua varanda olhando pra mim e sorrindo.

-  Droga, além de não ter dado tempo de fugir sem que ele me visse, ele vai zoar de mim até não poder mais! - pensava.
- A mocinha quer ajuda? - Luan dizia rindo.
- Não tem graça, e eu não quero ajuda. Consigo muito bem atravessar isso aqui, já estou chegando, olha só! - falava com a voz falha e com as pernas trêmulas.
- Mila, deixa de ser durona, fica quieta aí que eu vou te ajudar, suas coxa tão tremendo de nervosa, muié! - Luan dizia me passando calma.
- Já disse que não preciso da sua ajuda! - falei virando a cara e olhando pra baixo, ao ver aquela altura, quase desmaio. 
- Vem logo, Luan. Por favor! - falei choramigando.
- Agora você quer né? - Luan ria, já colocando seu pé pra fora da varanda.
- Vai me ajudar ou não? - falei chorando.
Luan atravessou rapidamente e chegou onde eu estava, me dando a mão e indo devagar pra varanda de Bruna me segundando pela cintura, entramos e eu me sentei no chão me acalmando, ofegante e com o coração a mil, enquanto Luan estava em pé me olhando com o sorriso de canto.
- Isso tá parecendo mesmo aquilo lá que você sente que já viveu o momento... Djavan, sei lá! - ele dizia gargalhando.
- Dejavu, Luan, Dejavu! - falei rindo. 
Pois bem, isso aconteceu na mansão quando você mesmo me trancou no seu quarto. Sempre idiota. 
- Mas agora eu nem precisei trancar, cê veio sozinha!
- Você não entenderia o motivo no qual fui no seu quarto. - falei ainda ofegante, olhando pra baixo. 
- Então explica. - dizia Luan se agachando na minha frente, colocando meu cabelo soado atrás de minha orelha. 
- E-eu vim procurar o celular do Bernardo pra ligar para minha mãe porque o meu eu não encontro de jeito nenhum. - disse rápido com medo de gaguejar, vendo um olhar desconfiado passar por seu rosto.
- Ah tá, mas acho que não está lá. Parece que vi ele com o celular lá na piscina. - falou simples se aproximando de mim.
- Vou procurar ele então, obrigada. - me levantei rápido completamente desengonçada, fazendo com que meu celular que estava no bolso caísse.
- Uai, acho que encontrei seu celular! - falava Luan contendo o riso.
- Nossa, que burra, juro que não percebi que ele estava comigo esse tempo todo... Bom, vou indo! Tchau! - falei apressada e sai correndo dali, como uma adolescente apaixonada. Que raiva!

Encontrei meu irmão conversando com Pedro em uma das espreguiçadeiras na beira da piscina e pedi para ele ir arrumar suas coisas pois já deveríamos estar em Campo Grande a tempos. Ele subiu e fiz o mesmo entrando no quarto da Bruna e recolhendo minhas coisas que estavam jogadas pelo quarto assim como a das meninas. Fechei minha mala e desci com ela, a deixando na beira da escada à espera de Bernardo para nos despedirmos de todos. 
- Ai, Mila... Queria passar mais tempo com você! - Bruna dizia fazendo aquele famoso "biquinho" que só ela e Luan sabem fazer.
- Ô, Bru... Tenho que ir mesmo! Natal tem que ser com a família, concorda? -  falei a-abraçando.
- Se depender do Berna, cês só viaja no ano novo! - falava Luan descendo as escadas.
- Posso saber porque? - Bruna perguntou intrigada.
- Ele quer passar mais tempo com você, uai. - Luan dizia rindo pra sacanear os dois.
- Tô ouvindo tudo aí, falou o que não quer passar mais tempo com minha irmã!  
- Não seria uma má ideia. - Luan dizia piscando e sorrindo pra mim. Vai se foder, que sorriso maravilhoso! 
Nesse clima de descontração de sempre, tivemos que nos despedir de todos eles. Passamos no meu apartamento pra pegar algumas coisas e fomos rumo ao aeroporto.

sexta-feira, 31 de julho de 2015

• Capítulo 60

- Ah, pelo amor de Deus! - Bernardo se pronunciava. - Quer dizer que hoje é o dia de relembrar os velhos e bons tempos, literalmente né?! O tempo passa e vocês não param de se pegar escondido pelos cômodos da casa. - Ele dizia fingindo indignação, seguindo de uma risada.
Me afastei de Luan completamente sem graça, queria mesmo era cavar um buraco e me enfiar nele. Luan como sempre disfarçava um momento tenso com piadinhas.
- Sabe como é né cara?! É muito amor desde sempre e PRA SEMPRE. - disse gargalhando e me abraçando pela cintura.
- Desde sempre e pra sempre? Nem nos seus melhores sonhos. - falei sarcástica me soltando dele e indo em direção as meninas que apenas observavam tudo rindo.
- Dessa vez não tem como negar, marrentinha. Eles viram tudo. - Luan dizia rindo e apoiando cada um dos seus braços em Bernardo e em Pedro.  
- Negar o que, que você me agarrou?
- Eu te agarrei? Não era o que parecia a minutos atrás.
- Vai se catar, vai! - disse indo em direção as escadas e gesticulando para as meninas virem comigo.
- A linda aí já vai fugir? - falou e senti o sarcasmo em sua voz.
- Não tenho do que fugir. Vou apenas ir dormir, posso? - comentei irônica e sem esperar sua resposta fui subindo as escadas.
Como o quarto de Bruna era no meio do corredor e o do Luan no final, todos pararam enfrente a porta da Bruna pra se despedir. Dei um beijo em cada um dos meninos e apenas um olhar desafiador pra Luan que sorria sem parar. Fui entrando no quarto mas antes tive que alfinetá-lo. 
- Ah Luan, quando cair da cama e acordar do seu sonho de que eu beijei você por livre e espontânea vontade, me avise! - falei fazendo todos rirem.
- Se for sonho não me acorde, eu preciso flutuar! - Luan cantarolava me olhando e mesmo sendo mais uma de suas palhaçadas, me perdi nas palavras com aquilo. 
- "Pois só quem sonha, consegue ALCANÇAAAAR! Te dei o sol, te dei o mar pra ganhar seu coraçãooo" - gritou Pedro desafinadamente, ainda sobre efeito do álcool, fazendo eu sair de transe e rir dele com todo o resto. Depois de nos despedirmos entramos no quarto de Bruna com meninas e eles seguiram para o de Luan. 

Segui calada e as meninas adentraram o quarto já rindo e conversando, o que me deu um certo alívio. Quero mesmo que elas esqueçam o ocorrido. 
- Eu não acredito que ele falou isso! NÃO ACREDITO! - Bruna berrou, fazendo Maria rir. 
- Bruna, se controla, por Deus! - Julia falava rindo de sua euforia.
 - Mas e aí, Juju, pronta para sentir todo o poder de Pedro?
As garotas riram da cara que a amiga fez. - Vocês são muito babacas. Aquilo foi uma brincadeira. - Julia respondeu, olhando para o teto. Queria passar toda indiferença possível. 
- Cala a boca, eu tava lá e vi que ele não tava brincando! - Eu disse, e as garotas fizeram sinfonia de "hummmmm".
- Só vim aqui dizer a verdade, eu tava lá, o Pedro vai querer te seduzir sim, Juju! 
- Para, Maria! - A garota escondeu o rosto com as mãos. 
- Ah, Julia, para de ser caipira, fala sério! 
- Fala pra gente... O que você vai fazer? Se ele realmente... quiser... algo? 
- Não faço ideia - Juju disse. - Estou muito confusa. Não sei como vou reagir e ele namora!
- Ah, amiga, se joga! Pedro sempre foi um gato, e se ele namora a culpa não é sua, faz ele acabar uai. - Bruna disse e todas a encararam, um pouco surpresas.
 - Qual é, gente? Falei algo de errado?
- Você já foi mais conservadora, dona Bruna! Cadê o irmão protetor e ciumento ensinando os bons modos femininos? - eu dizia rindo.
- Vocês são um saco! - Bruna reclamava e nós riamos. - A Camila já está com o Pi, a Maria com o Matheus, uma a mais, uma a menos... Julia riu. 
- Como assim, Maria e Matheus? Perdi alguma coisa? - falei surpresa e aliviada ao mesmo tempo, por ele ter desencanado de mim.
- Eles foram pra área da piscina se pegarem, Mila! - Julia dizia pirraçando.
- Não acredito, ai que coisa boa Mari! - falei abraçando-a.
- Não vai querer ficar de fora, não é mesmo, Bubuzinha? Cadê um espaço pro Berna nesse seu coraçãozinho?
- Ah, fica quietinha aí e se resolva com o seu gato! - Bruna falou disparando uma almofada em mim, fazendo as amigas rirem. Nesse clima de descontração, ficamos conversando até amanhecer de vez. Como sempre, fui a última a dormir, acabei ficando sozinha com meus pensamentos e adormecendo em seguida.   

Acordei com o meu celular tocando, o procurei com as mãos ainda de olhos fechados e atendi a ligação.
- Alô? - falei transparêndo a voz de sono.
- Oi minha filha, mamãe tá com saudades! 
- Ô dona Ana, tô com muita saudades também. Mas olha a hora, cara! - falei rindo.
- Olhei bastante, senhorita! São 9:30 da manhã, foi dormir tarde?
- Mãe, ontem foi o amigo secreto com o pessoal, o nosso reencontro... Ainda estou na casa dos Santana's, e todos estão dormindo, inclusive seu filho bebeu horrores, não vai dar conta do vôo agora cedo pra Londrina!
- Vai dar conta sim, quero os dois aqui antes do almoço. A família toda já tá chegando, cuidem de vir logo! Mande um beijo e um abraço pra cada um, mamãe ama! 
- Mando mãe, mando! Também amo você, e hoje eu chego tá? Mas não me apressa! - falei finalmente abrindo os dois olhos. - Beijo, tchau! 
Desliguei antes que as meninas se acordassem também, ainda era cedo pra elas que não tem compromisso nenhum agora pela manhã. Hoje era 24 de Dezembro, Véspera de Natal, e eu e Bernardo iríamos pegar vôo pra Londrina, íamos passar o natal com a família toda na casa da minha Tia Ceça. 
Me levantei com muito custo e pensei em chamar Bruna pra me ajudar. Afinal, eu não sabia onde ficava nada nessa enorme mansão, com certeza ainda estavam estavam todos dormindo e eu precisava de um café da manhã descente, roupas emprestadas de Bruna e achar as chaves do meu carro que estava perdida nessa casa. Resolvi que não iria acorda-lá e que ia no quarto dos meninos acordar meu irmão.

Luan Narrando

Minha noite não poderia ter sido melhor. Quer dizer, até dava pra ser melhor, mas não quero abusar da sorte. Além de reencontrar os melhores do mundo, revivi coisas que quero continuar vivendo pra sempre. Sim, estou falando de Camila Salsa. Novamente, nós dois. Eu não sei o que temos, mas sempre que estamos no mesmo ambiente parecemos ter um ímã sobre nós. Nossos corpos se chama um ao outro. Desisto de tentar nos entender. -ria sozinho recordando os beijos que havia ganhado dela. Estava no meu quarto com Bernardo, Matheus e Pedro. Só estávamos eu e Pedro acordados, ele falava coisas sem nexo e eu só gargalhava, o Pedroca sempre foi o mais fraco pra a bebida, e eu sempre aproveitava disso pra rir bastante com ele. Amanheceu o dia e o sono veio instantaneamente me fazendo capotar. 

Abri o olho com uma certa dificuldade por causa da claridade da janela e o sono mal matado, a vista estava embaçada mas eu podia ver que alguém estava se aproximando. 
- Ei, acorda, ei, psiu! - Camila dizia parada em minha frente com trajes de dormir, me fazendo abrir os dois olhos na mesma hora.
- Nossa senhora, bom dia, viu? Êta lá! 
- Bom dia pra você também, Luan. Vim pedir caridosamente que acordasse meu irmão, véspera de Natal e eu ainda em SP. Ele tem que acordar! - dizia batendo o pé.
- E pra onde vocês vão? - falei coçando os olhos e me levantando.
- Passar natal em Londrina, na casa da minha tia Ceça.
- Aquela que fazia um bolo de laranja maravilhoso quando a gente namorava? - falei chegando perto de Camila.
- Sim, ela mesma! - falava ela se saindo.
- Hum, sei quem é. Saudades da época. - falei fazendo o meu famoso "biquinho" dramático. 
- Também tenho saudades, aquele bolo é maravilhoso. Vou comer ele mais tarde, e você não! - falava Camila rindo e me dando as costas indo em direção à porta do quarto. 
- Cê num presta, nem pra dizer que tem saudades da gente...
- Olha, vai me ajudar mesmo? Tenta acordar esse bebum do Bernardo, vou descendo pra tentar fazer um café da manhã legal, não vou demorar muito aqui. Se quiser, pode vim comer comigo, só tem a gente acordado mesmo... - falou e em seguida fechou a porta fazendo um barulho ensurdecedor, praticamente acordado os meninos sem que eu precisasse chamá-los. - Ri do seu jeito delicada de ser e fui tomar um banho na minha suíte pra ajudá-la a fazer um bom café da manhã. 

Depois de estar devidamente cheiroso, desci as escadas e me deparei com uma cena que me fez hipnotizar.
Camila ainda de roupas de dormir, com a cara amassada, cabelo no coque, fazendo sanduíches, partindo o bolo, fazendo café. Aquilo era o que eu queria ver todos os dias quando me acordasse. Fiquei um certo tempo na ponta da escada admirando aquilo, e quando ela percebeu, deu um sorriso que eu não via desde nossas férias na mansão. O sorriso tímido dela. 
- Tá parado aí porque? - ela falava sem parar o que estava fazendo.
- Ah... Eu... Eu tô com câimbra no joelho, mas já tá passando! - falei sacudido a perna, fazendo ela gargalhar daquilo.
- Tô falando sério, ou cê acha que eu tava parado ali te admirando? Claro que não... Nunca né? - falei coçando a cabeça.
- É, nunca mesmo. Isso não é sua cara! - falava irônica.
- Ainda bem que sabe! - sorri pra ela indo em direção ao balcão da cozinha, me sentei nele e continuei a observá-la.
- Não vai me ajudar? Já já esses folgados acordam e não tem nada pra comer.
- Como nada? Já vi um bolo ali, sanduíches e um suco de alguma coisa não identificada que cê fez. - falei descendo do balcão indo conferir.
- Mas isso não é o bastante, você e a Bruna são mal acostumados com a Tia Mari. Isso aqui é mesmo suficiente? 
- Mas você não é a Mamusca, tudo que vier será bem-vindo. 
- Hum, sei... Mas também tem os meninos aqui, eles vão levantar esfomeados, até porque... - parou de falar sentindo eu pegar na sua cintura por trás.
- Deixa isso ai, já tá de bom tamanho. - falei em seu ouvido, quase como um sussurro, fazendo ela virar pra mim.
- Tudo bem então, vamos comer! - falava sem tirar os olhos de mim, e nem eu conseguia tirar os olhos de sua boca, bastante rosada por sinal. Antes de voltar aos meus sentidos, Camila virou seu rosto me fazendo sair do transe e deixá-la passar. Sai de sua frente, indo pegar a bandeja do bolo e a jarra de suco, levando pra mesa e ela fez o mesmo com os sanduíches e panquecas.

terça-feira, 7 de julho de 2015

• Capítulo 59

- Boa noite, Luan. - dizia sexy. 
- Boa noite, Camila. - ele disse com a voz rouca, e eu senti um arrepio na espinha. Já estava ficando acostumada com as reações ridículas e automáticas que eu tinha perto de Luan Rafael. 
- Muito melhor agora. - respondi provocante, fazendo Luan sorrir safado e ao mesmo tempo confuso de como ela poderia fazê-lo esquecer da raiva que ele estava de mim.
- Luan Rafael e Camila Salsa, vos encontram amigos? Quem diria... - Pedro dizia surpreso.
- Pedro, você bem sabe que esses dois nem que seja pra brigar, eles têm que se falar! - Bruna exclamou, fazendo todos concordarem e soltarem um coro de "HUUUMMM."
- Olha quem fala né Pedro? Quem diria que o gararão da escola estaria namorando. - falou Luan rindo querendo mudar de assunto.
- Como assim Pedro Campos namorando sério? Me contém essa história. - Camila entrou na onda ajudando o assunto entrar em outro rumo.
Com esse clima de descontração, voltamos a ser o que sempre fomos. Bruna colocou música alta e nesse momento tocava "Cuida bem dela - Henrique e Juliano." 
- Ela gosta que repare no cabelo dela... - Luan dizia com a voz afeminada, mexendo a cabeça como se tivesse longos cabelos.
- Luan! - Bernardo estava roxo de tanto rir.  - Eu tinha esquecido de como você era veado.
- Por favor, Pi... Assim não dá pra te defender! - Bruna dizia rindo. 
- Camila, acho que só você da um jeito nisso aí!
- Ei! O Luan do armário e a culpa é minha? - gritou, fazendo com que todos gargalhassem.
- EI! EU NÃO SAÍ DO ARMÁRIO COISA NENHUMA! - Luan disse muito alto, vendo que os amigos ainda rolavam de rir. - EU SÓ TAVA BRINCANDO E... 
- Uma revelação dessas? Vou vender pra minha equipe de jornalismo, e ganhar uma nota preta! - Matheus dizia descontraído, fazendo Camila sorrir o olhar aliviada por ele não estar sendo chato como estava ultimamente

- Awn gente, parem de zoar o menino! - Camila abaixou perto dele, segurando o riso. - Já chega, não é? 
- É, chega! - ele fez bico emburrado.
- Isso. - Camila sorriu. - Nós temos que respeitar a opção sexual dos coleguinhas, tão me ouvindo? - falava sarcástica fazendo com que a sala se despertasse em gargalhadas novamente. 
- Vai brincando, vai, Camila Salsa... - Luan disse, rindo baixo. - Vamos ver se você aguenta. - Camila o encarou com os olhos arregalados, e todos subitamente ficaram quietos. 
- O... O quê? - Camila gaguejou. 
Luan aproximou o rosto dela, que estava tão intrigada que nem conseguiu se mover para afastá-lo, como geralmente faria. 
- Você vai ver quem é gay aqui! - ele sorriu debochado, puxou a garota pra si e quando eles estavam a centímetros da boca de um do outro, totalmente entregue, Luan a soltou novamente.
Camila estava congelada. Sentiu seu corpo arrepiar, mas pra variar, não conseguiu esboçar reação nenhuma, e se sentindo ridícula por não ter falado nada e deixado ele ter total controle da situação.
- Vocês viram o que eu vi? - Pedro pareceu sair de um transe. 
- Eu... Eu vi! - Bernardo respondeu e Luan riu. 
- Nosso garoto... Virou homem. - Pedro gargalhava. - E pelo o que eu vi, a Camila aprovou sua pegada! 
- Ei, nem vem! Esse é o sonho dele. - sorria debochada.
Depois de mudar de assunto, Camila deixou todos na sala e foi a cozinha dizendo ir pegar mais gelo para sua bebida, mas na verdade queria poder acalmar-se. Quando tomou um leve susto vendo Maria entrar no cômodo da casa.
- Mila... Aprenda a respirar de novo e se prepare - ela riu. - Não acho que o Luan está brincando. 
Camila sentiu as bochechas arderem. Não respondeu nada. No fim das contas, talvez esperasse que não fosse uma brincadeira. 

Voltamos pra sala e percebi que Bernardo falava de mim. 
- Realmente, Camila sempre teve temperamento forte e a maioria das brigas comigo eram todas compradas por ela!
Cala a boca! - ela chegou sorrindo. - Eu sou muito fofa, ok? Não sei por que esse medinho de mim... Sou muito fácil de lidar, pergunta pro Luan Rafael e... 
Camila ouviu a tão característica gargalhada de Luan, e olhou arqueando a sobrancelha.
- Você é realmente super fácil de lidar. Talvez para domadores de leões do circo, para espiões da CIA, ou algo do tipo... - falava gargalhando e todos riram.
- Ah, vai se foder. - Camila o olhava emburrada.
- Pare de ser fofa! - falava rindo dela.

Minutos depois começaram a troca de presentes. Luan havia tirado Bernardo, Bernardo havia tirado a Bruna, o que gerou um certo alvoroço e provocações sobre os dois. Bruna me tirou e foi lindo sua declaração, amo essa loira demais! Eu havia tirado o Matheus, e aproveitei da situação pra mostrá-lo o quão importante ele é pra mim e agora enfim senti que ele não havia mais desavenças comigo. Matheus tirou Juju, que tirou Pedro e Pedro tirou a Maria que tirou o Luan. Depois da troca de presentes, confesso que começamos a exagerar na bebida, tirei meus saltos e subi em cima do sofá junto com Bruna que rebolava comigo, observei os olhares de Luan em mim e ri satisfeita. Eu amava isso, confesso! 

O relógio batia as 4:00AM e decidimos ir dormir, todos nós já estávamos um tanto quanto felizes demais e cansados também. Os meninos subiram as escadas um dando as mãos ao outro, cantando "Nós andamos iguais, nós andamos iguais. De um lado pro outro, pra frente é pra trás, nós andamos iguais." nos arrancando muita risada. Bruna, Juju e Maria arrumaram a sala, e eu fugi disso subindo pro quarto de Bruna. Entrei em sua suíte me despindo, tomei um banho e pus uma camisola um tanto quanto ousada que havia achado no guarda-roupa de Bruna, foi a primeira que eu vi e não liguei pra isso. Quando eu estava penteando meus cabelos pra finalmente me deitar, ouvi as vozes das meninas adentrando o quarto. 
Eu não acredito que ele falou isso! NÃO ACREDITO! - Bruna berrou, fazendo Maria rir escandalosamente.
- Bruna, se controla, por Deus! - Julia exclamou emburrada. - Mas e aí, Juju, pronta para sentir todo o poder do Pedrinho?
- Vocês são muito babacas. Aquilo foi uma brincadeira.
- Opa, o que as lindas estão falando? O Pedro não está namorando? - perguntei inocente.
- Mila, ele nunca vai prestar! Tá namorando e me querendo. - Juju disse soltando um "beijinho no ombro".
Ficamos fofocando sobre tudo que havia acontecido naquela noite, até que as meninas acusaram estar com muita sede, e eu também estava, afinal álcool nos proporciona essas coisas. Bufei. 
Tiramos zerinho ou um, pra ver quem iria descer pra buscar e como sempre eu! 
Desci com um certo receio, pois eu morria de medo de sair do quarto numa hora daquelas. Desci as escadas e dobrei o corredor pra ir a cozinha, quando fui surpreendida por Luan, que tapou minha boca com sua mão, antes que todo o condomínio ouvisse meu grito.

- Você é louco? Cara, eu quase morri! - falei me recuperando. 
- Eu morro por você todos os dias e nem reclamo! - ele dizia com um sorriso de deixar qualquer uma louca.
- Idiota! - ri junto com ele.
- Então, onde paramos mesmo? - Luan me puxava pra si.
- Onde eu disse que independente da opção sexual dos nosso amigo, no caso você... Devemos respeitar! Afinal, você tem direito de ser gay! - Eu dizia com a voz baixa, quase um sussurro. 
- Eu já te provei inúmeras vezes que sou um homem de "H maiúsculo" mas você parece querer que eu prove isso todos os dias! - ele dizia beijando meu pescoço, me fazendo arrepiar.
- Então me prova de novo, já esqueci como que cê faz... Vai ter trabalho pra me convencer outra vez! - ri maliciosa, mordendo o lóbulo da orelha de Luan. Sabia as reações que esse pequeno gesto poderiam ter. No mesmo instante ele me prensou contra a parede, apertando com força a sua cintura. 
- Eu gosto de ter trabalho. 
Eu acompanhei o sorriso de Luan, o puxando para um beijo com um misto de desejo, paixão e saudade. Luan retribuía e eu comecei a fazer um caminho de beijos desde o pescoço dele até sua boca. Quando cheguei lá, deu uma leve mordida o empurrei pra trás, indo até a porta da cozinha. - Comece a trabalhar então. - ri. 
- Algo me diz que hoje você vai fazer hora extra. - sorri vitoriosa e sai dali, deixando um Luan Rafael ofegante e sorridente na cozinha. E com alguns pensamentos bastante pervertidos, vale ressaltar. Depois dele sair do transe de pensamentos, veio foi atrás de mim, que ainda se encontrava subindo as escadas. 
- Achou mesmo que ia ser fácil fugir do gay aqui? - Luan falou me puxando com toda a força, e colando os seus corpos novamente a-virando pra si.
- Quer parar? - ela dizia rindo. 
- Me faça parar. Me faça acreditar que não quer! - Luan deu um sorriso malicioso e apertou mais suas mãos nas minhas costas, fazendo com que eu ficasse nas pontas dos pés. Agarrou meus cabelos e colou nossos corpos rapidamente, procurando por minha boca. Não relutei e o-beijava fervorosamente em perfeita sintonia, que só aumentava. Luan pôs a mão por dentro da minha blusa e acariciou meus seios ainda por cima do sutiã me fazendo arfar. Passei as mãos por seus braços constatando quão fortes eles eram e alisava sua nuca lentamente sem parar nosso beijo, até que risadas vindo de não muito longe fez com que nos parássemos o beijo e olhar pra direção que o som vinha. Estavam Bernardo, Bruna, Mari, Matheus, Juju e Pedro nos olhando segurando o riso.
- Ah, pelo amor de Deus! - Bernardo se pronunciava. - Quer dizer que hoje é o dia de relembrar os velhos e bons tempos, literalmente né?! O tempo passa e vocês não param de se pegar escondido pelos cômodos da casa. - Ele dizia fingindo indignação, seguindo de uma risada.

• Capítulo 58

Camila Narrando 

Depois de ter ido pra balada com uns amigos meus e ter chegado em casa ás 5:30 da manhã acordei com uma baita dor de cabeça. Odeio ressaca, mas amo beber. Então... Falando nisso nem lembro direito o que aconteceu ontem à noite, a não ser a parte de que Luan me ligou e o mesmo desligou na minha cara, talvez tenha ficado irritado e ao ouvir a voz de Diogo, meu colega de trabalho que tinha ido buscar uns drinks comigo no Bar. Ri disso e segui para a minha suíte, precisava de um banho de no mínimo 40 minutos pra ver se essa ressaca passava. Quando saí da ducha mais relaxada, fui procurar alguma coisa para comer, quando lembrei-me que mais tarde iria com a Bruna buscar Maria e Júlia no aeroporto. Hoje seria o nosso tão esperado reencontro, o dia do amigo secreto. Liguei pra Bruna pra ver se precisava da minha ajuda com algum detalhe e ela disse que tava tudo certo e só estava terminando de arrumar tudo. Ela achava melhor deixar tudo pronto antes de irmos buscar as meninas e ficarmos aqui até a hora de começar. Como não tinha nada pra fazer resolvi ir no mercado comprar umas coisinhas. Sempre que as meninas se juntam só da fofoca e gordices. Peguei a chave do carro, meu celular, tranquei o apartamento e fui.
Para a minha surpresa o trânsito de São Paulo estava relativamente tranquilo então cheguei rapidamente ao supermercado. Peguei uma cesta e fui atrás de tudo que estava em mente, não estava nem na metade quando olhei para o que tinha comprado e tive a certeza que eu teria que voltar para a academia. Estava a procura de Nutella quando um perfume invadiu o ambiente me fazendo estremecer, era o perfume dele! Olhei rapidamente pra trás e pro meu alívio não tinha sido ele, não era o Luan. Respirei fundo tentando arrancar ele dos meus pensamentos e terminei as compras, já indo embora. Já estava quase na hora de ir buscar as meninas então liguei pra Bruna pra confirmar que ela iria junto comigo buscá-las.
- Bru, já to indo buscar as meninas, acho melhor ir um pouquinho mais cedo. Vai comigo?
- Vou sim. Passa aqui pra me pegar? 
- Claro, em 20 minutos estou aí! - disse já pegando minha bolsa e a chave do carro e indo em direção a porta.
- Vou estar esperando, beijo.
- Beijo.
Tranquei o apartamento, peguei o carro e segui para o Alphaville antes do previsto, cheguei na porta da casa dos Santana's e buzinei. Uns segundos depois Bruna saiu de lá parecendo uma fadinha saltitante.
- Nossa que menina feliz! - falei brincando assim que era entrou no carro e fechou a porta.
- Estou mesmo. Vamos rever todos e estou morrendo de saudade. - disse com um sorriso enorme no rosto.
- Também estou! Então vamos lá buscar nossas doidinhas.
Dei partida no carro e seguimos rumo ao aeroporto. Chegando lá esperamos uns bons quarenta minutos, e as meninas chegaram. Assim que nos vemos, demos um abraçado coletivo, que sensação maravilhosa de tê-las reunidas junto a mim novamente! Passamos a tarde grudadinhas umas nas outras, fofocando e como eu esperei, fazendo várias gordices juntas. O tempo passou e nós nem nos demos conta disso.

- Gente, e os meninos? Eles já chegaram aqui em SP? - perguntava Juju.
- Sim, amiga. Eles chegaram mais ou menos na mesma hora que vocês lá em casa, o Pi nem precisou explicar a eles onde ficava o condomínio, eles chegaram sem dificuldades e todos juntos. - Bruna afirmava.
- Caralho, gurias! Olha a hora, já são 18h30, marcamos com eles ás 20h00, e quatro mulheres num apartamento com dois banheiros não da certo não! - Maria dizia apressada com aquele jeitinho dela e nós rimos. 
Fomos tomar banho e em menos de 30 minutos eu já estava me maquiando, com a ajuda de Bruna. Como eu ainda tinha tempo, por ter que esperar as meninas, tirei umas fotos e escolhi uma pra postar no Instagram.

"@Camila_Salsa: Hoje é dia de relembrar os velhos tempos, baby! ❤️" 

Apressei elas fazendo com que Julia fosse até o carro descalça, ainda atacando o salto. Rimos dela e partimos pro Alphaville! Chegamos em frente a mansão e eu estacionei. Percebi que as meninas estavam tão nervosas quanto eu e dai então fomos juntas em direção à porta. Bruna a-abriu com sua chave e os quarteto que estava na sala parou o que conversava pra nos olhar dos pés a cabeça.
- Oi pessoas mais lindas da minha vida! -falava Bruna quebrando o gelo, sorrindo saltitante, e Bernardo riu. 
- Vocês sempre foram lindas, mas agora estão de parabéns hein? - Bernardo disse, e os todos eles riram concordando, menos Luan que fez cara feia ao perceber que ele falava isso olhando para as curvas de Bruna.
- Cala a boca, Bernardo. - Essas foram as primeiras palavras ditas por mim. Fiz careta, segurando o riso. Caminhei até a poltrona em que meu irmão estava, propositalmente ao lado de Luan. Agachei-me para lhe dar um beijo na bochecha, fazendo com que minha roupa subisse o máximo, tendo toda a atenção de Luan voltada pra mim, fazendo todos perceberem os seus olhares maliciosos. 
Fui em todos cumprimentá-los, chegando na vez de Luan ela fez questão de falar num tom que somente ele ouvisse.
- Boa noite, Luan. 
- Boa noite, Camila. - ele disse com a voz rouca, e Camila sentiu um arrepio na espinha. Já estava ficando acostumada com as reações ridículas e automáticas que tinha perto dele.

terça-feira, 30 de junho de 2015

• Capítulo 57

Camila Narrando 

Duas semanas haviam se passado e cá estou eu terminando uma matéria pra publicar no site e ir embora pra casa. Eu havia conversado com Fernando sobre as possíveis férias que eu pretendia tirar e ele autorizou prontamente, por conta que no ano passado eu havia ficado o natal e o ano novo trabalhando, então esse ano era minha vez de tirar "férias" nesse período. Durante esses dias venho me encontrado com Bruna para fecharmos os detalhes do nosso amigo secreto, cada papel com o nome do amigo oculto já havia sido enviado para seu remetente. E advinham com quem eu sai? Com o meu mais novo ex namorado e melhor amigo. Terminei meus afazeres, fechei a sala do meu escritório e resolvi ir no shopping comprar o presente de Matheus, porque à noite iria sair com meus primos e uma galera bem legal pra a inauguração de uma PUB. Iria começar minhas férias com o pé direito e venhamos e convenhamos, merecidamente! 

Luan Narrando

Estava voltando do meu ultimo show do ano, agora terei umas merecidas "férias" de 20 dias pra aproveitar o Natal e a virada do Ano com os meus familiares. Amanhã é o amigo secreto com os meus amigos de antigamente e vai ser realmente muito bom rever todo mundo. Inclusive a esquentadinha lá... Quando peguei o papel que as meninas me enviaram, li quem era meu amigo oculto e fiquei bem satisfeito... Bernardo! 
- Ô TESTA, TESTAAA - gritei o Rober que estava sentado a umas três poltronas a frente de mim na van.
- Quer me matar de susto boi? Fala aí - disse depois de dar um pulo assustado me fazendo rir dele.
- Amanhã é aquele amigo secreto que te falei cara e eu esqueci de comprar o presente... Tirei o Bernardo, irmão da Camila. Você vai ter que me ajudar nisso amanhã cedo.
- Ah boi é só isso? Pensei que o mundo tava acabando. - falou com ironia revirando os olhos. - Beleza, ainda vou estar por SP amanhã e posso te ajudar!
- Sim, Testiba.. Só isso! - falei abaixando o boné dele novamente pra ele voltar o cochilo. Afinal, estávamos todos bem cansados. Cheguei no meu condomínio e a Van parou em frente a minha casa, me despedi dos meus amigos de trabalho e desejei bom descanso a todos nós. Adentrei em casa devagar, mas me surpreendi ao ouvi risadas vindo da área de lazer, provavelmente de Bruna e dos meus pais. Era tarde mas eles ainda estavam acordados e isso era bom! Deixei minhas malas na sala e fui correndo pra área da piscina falar com eles.
- O filho e o irmão mais lindo do mundo chegou e agora vai ser todo de vocês por 20 dias seguidos! - falei chegando na área da piscina, fazendo aqueles rostos surpresos virem me abraçar. Ficamos jogando conversa à fora, até que Bruna tocou no assunto que amanhã seria nossa social e amigo secreto.
- Pi, quem você tirou? Diz diz diz! - ela falava implorando.
- Desiste pirralha, não vou contar não! 
- Você é um chato! - falava emburrada.
- Filho, vai tomar um banho e dormir pra descansar essa cabecinha, que amanhã você tem essa festa entre amigos e eu não quero você cansado! - falava Marizete beijando a testa de Luan que estava deitado na espreguiçadeira.
- Ai mãe, quanta babação com esse gordo chato! - Bruna falava enciumada.

Ri disso e me despedi deles subindo com minhas malas para o meu quarto, desfiz elas e fui tomar um banho. Optei ficar um pouco na banheira da minha suíte que era bem relaxante e eu estava precisando. Depois de passar um bom tempo dentro dela, sai me enxugando e coloquei uma roupa bem confortável. Me deitei e apaguei a luz deixando apenas a TV ligada, procurei meu celular e logo entrei no instagram. De cara vi uma foto que Camila havia postado a duas horas atrás. Nunca vi mais linda!



"@Camila_Salsa: Que gostinho bom de férias, e pra começar... Vamo ali? hahah."

- Então quer dizer que ela também estava de férias? - sorria contente. Não falo com ela a duas semanas e to sentindo uma baita de uma falta dos gritos dela no meu pé do ouvido. Resolvi ligar com a desculpa de só querer ver se estava tudo certo para amanhã. Quando eu já estava quase desistindo da ligação ela me atendeu.
- Alô? Quem é? Oieeee? - ela gritava e mesmo assim eu não entendia nada por conta do som alto do lugar que ela estava. 
- Camila, sou eu, Luan! Você não tem mais o meu número? 
- Mila, desliga esse celular! - ouvi uma voz masculina vindo de perto.
 - Oi, Luan... Desculpa! Não tô entendendo nada, fala um pouco mais alto! 
- Esquece, esquece! Só queria saber se tava tudo bem com você, mas já vi que sim! Boa noitada procê.
Desliguei a ligação furioso, como ela não tem meu número e nem reconheceu minha voz? E o carinha que pediu pra ela desligar a ligação comigo? Quem ele pensa que é? A raiva me tomou e com isso perdi o sono totalmente.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

• Capítulo 56

Luan Narrando

Antes de fazer qualquer coisa decidi falar com Camila, porque eu bem sabia que se eu me pronunciasse sem falar com ela antes aquela marrenta me mataria. Peguei meu celular e disquei o número que eu tanto havia ligado recentemente e no segundo toque ela atendeu sem ao menos dizer "Alô".
- Já viu aquela merda né, Luan Rafael?falava já alterada.
- Ei, calma. Não tem seu nome na nota do site e a foto nem mostra seu rosto. - Eu disse tranqüilamente tentando acalmá-la.
- Mas sou eu Luan, sou eu! - anunciou exasperada.
- E daí? Só nós dois, Bruna e Rober sabemos disso. Pelo menos por enquanto.
- COMO ASSIM POR ENQUANTO? NÃO TA PENSANDO EM DIZER QUE AQUILO TUDO É VERDADE E QUE SOU EU NAQUELA MALDITA FOTO NÃO NÉ? - Gritava quase me deixando surdo.
- Aquela foto sou eu e não tem como negar, aquele lugar é a frente da minha casa sim e não tem como negar também, mas a morena misteriosa que está me beijando APAIXONADAMENTE nem aparece na foto direito. - falava prevendo ela dar gritos em mim pela minha falta de preocupação.
- Eu já te disse que te odeio hoje? Porra, que cara mais chato! 
- Dizer que odeia não, mas me beijar apaixonadamente sim, ontem! - eu dizia me rodando na cadeira giratória do quarto fazendo o Rober rir. - E se eu falar que vou dizer quem é a pessoa da foto? Vai fazer o que? - falava rindo maliciosamente.
- Como assim? Mas não vai mesmo. Você está acostumado com isso, eu não. 
Eu sempre sou a que está do outro lado da história apenas acompanhando a repercussão de tudo, sobre esse mundo eu entendo bem mais do que você e seus amiguinhos de Equipe. E também sei que minha vida irá virar um inferno se você revelar que sou eu naquele caralho de foto! Suas fãs e mais imprensas no meu pé... Mas faz o que você quiser Luan, só não se arrependa das conseqüências disso depois. 
- Quais conseqüências, Mila? Não tenho receio nenhum de falar e mostrar pra todo a morena gata que tô pegando! - Luan falava com um tom safado, me fazendo arrepiar instantaneamente.
- Que você o que? Me poupe, Luan. Nem beijar direito você sabe!
- Contra FOTOS, não há argumentos. Na foto do nosso beijo você tá caidinha por mim! 
- Não chamo isso de beijo, e sim de acidente. 
- Fique sabendo que eu repetiria esse acidente todos os dias. 
- Imbecil.
- Linda!
Camila havia desligado a ligação sem nem me dar tchau. Aposto que ela nesse momento deve estar se roendo de raiva de mim e desejando minha morte! Afinal, nós somos Luan Rafael e Camila Salsa, e ninguém nunca vai mudar isso. - pensava Luan com um sorriso bobo em seu rosto.

Camila Narrando

Depois de ver aquela notícia sobre mim e Luan, eu precisava mesmo descansar não só fisicamente como psicologicamente. Tomei um banho demorado na tentativa de me desestressar, o que foi em vão. Curiosa como sou, fui olhar como estava o movimento no Twitter de Luan. 
"@luansantana: amors, parem de levar em consideração tudo que publicam de mim."
"Aquela foto sou eu sim, mas não tem namoro nenhum por vir e nem nada do tipo. Relaxem que eu sou todinho de vcs! ;) kkkk"
 
Pelo menos pra isso ele serviu! Após me acalmar, lembrei de atualizar meu email, coisa que não fazia desde ontem por causa de ter ido dormir com Bruna.
 Assim que peguei meu celular vejo mensagens de Fernando convocando toda a nossa equipe para mais uma reunião de última hora. Por conta do trânsito insuportável de SP, cheguei meia hora atrasada já prevendo os esporros que eu levaria. Cheguei no Projac e fui direto para a nossa sala de reuniões.
- Pensei que tinha morrido! - Fernando olhava pra mim com uma cara nada boa.
- Fer, me desculpe! Você sabe do trânsito infernal que tá isso aqui... - falava me sentando com rapidez.
- Pois é, Fernando. Agora ela só quer folga e sempre tem uma desculpinha pra dar nesses atrasos! - falava Matheus tentando por meu chefe contra mim.
- Toma conta da sua vida, beleza?! - meu rosto chegou a arder de raiva. Aquilo não poderia estar acontecendo, Matheus além de tudo era meu melhor amigo. Mas que merda! 
- Ok, já acabou a briga dos dois adolescentes? - Fernando falava impaciente. - Eu quero falar sobre as matérias que o nosso site anda publicando! As notícias estão mais desprezíveis do que nunca, e eu não quero que nossa Equipe Jornalística se iguale a da EGO.
 Todos da mesa concordaram com a fala de Fernando e começaram a opinar sobre melhoras para o site. Quando chegou a vez de dar a voz a Felipe, um dos integrantes de nossa equipe se prenunciar.
- O cara que publicou a notícia na EGO de ontem é meu amigo e dessa vez não é mentira, nem invenção. - falou sem parecer dar muita importância contrariando as expressões de todos na mesa principalmente a minha que quis fugir dali. Ele estava se referindo da merda da matéria sobre Luan e eu! 
- Que história é essa Felipe? - Fernando perguntou com um tom mais alterado. 
- Tínhamos ido visitar um parente que mora no mesmo condomínio que o Luan Santana e quando estávamos indo embora, vimos ele descendo do carro. O André parou pra tirar apenas umas fotos pra ver se a EGO inventaria alguma história com elas, mas dai o Luan Santana não entrou na casa dele de imediato e ficou ligando pra alguém, e do nada uma mulher bem gata puxou ele pra um beijão e nós fotografamos tudo de todos os ângulos. - Felipe falava olhando diretamente pra mim. Droga, ele sabia que  era eu! 
- Então quer dizer que você é amigo de alguém que trabalha na concorrência Felipe? Quem me garante que você não é o informante deles? - Fernando mais alterado do que nunca. Todos da mesa ficaram apreensivos com o rumo que a conversa estava seguindo.
- Eu nã... - Fernando o interrompeu antes mesmo de terminar a frase.
- A reunião de hoje esta encerrada. - falou se levantando brutalmente da cadeira e indo em direção a porta, mas antes de chegar nela nos repreendeu.
- E cada um volte ao trabalho. - a sala de reuniões virou uma bagunça, todos se levantando ao mesmo tempo, recolhendo suas coisas e saindo o mais rápido possível. Mas eu precisava falar com o Felipe o quanto antes.
O vi seguindo cabisbaixo em direção a porta e corri para segurá-lo antes de passar por ela e assim que o fiz. 
- Precisamos conversar, por favor. - ele se deu por vencido e se escorou em uma das paredes assim como eu até a sala ficar vazia e assim que ficou, me virei pra ele e vi que me encarava dos pés a cabeça me deixando com vergonha.
- Dá pra ver o que o garanhão do Luan Santana viu em você. - disse sarcástico.
- Você realmente me reconheceu naquela maldita noite, não é mesmo?
- No começo não, mais quando saiu da porta vi que era você. Fiquei surpreso aliás, Luan Santana pegando logo uma jornalista? Nos somos a ruína dele.
- Ninguém me pegou porque eu não sou objeto e muito menos a ruína de ninguém. 
- Se você diz. - ele anunciou sem muita importância.
- Me parece que isso não importa pra você e espero que continue assim. Não quero que ninguém mais saiba disso, por favor! Minha vida viraria um inferno de descobrissem.
- Por mim tudo bem, não quero criar mais confusão no meu local de trabalho. Pode deixar que por mim, ninguém vai saber quem é a nova Affair do cantorzinho! - falava sem dar muita importância.
- Não tem nova Affair nenhuma, Felipe.
- Tudo bem, tudo bem! Não está mais aqui quem falou! 
Felipe saia da sala me deixando sozinha e bem mais aliviada. Dessa vez foi por pouco, e aquele acidente não vai se repetir nunca mais! A verdade é que Luan nasceu pra virar minha vida de cabeça para baixo. 

quarta-feira, 3 de junho de 2015

• Capítulo 55

- Olha, Mari... Você para de fazer essas comidas gostosas, desse jeito vou me mudar pra cá de mala e cuia viu? - dizia  Camila alisando a mão da sua mãe de cosideração.
- Eu ia adorar que você passasse uns tempos aqui! Nós ficamos muito sozinhos nessa casa quando Luan viaja.
- Obrigada gente, mas eu tenho uma vida bem corrida também. Só ia aumentar o número de bocas pra comer nessa casa! - dizia divertida.
- Mas você sabe que as portas dessa casa sempre estão abertas pra senhorita, né? - Amarildo falava carinhosamente. 
- Sei sim, sou grata demais e digo o mesmo pra todos vocês! - Dizia Camila com um sorriso sincero nos lábios.

Nesse clima de harmonia, os 5 passaram a tarde conversando na área de lazer da grande mansão, até que Luan precisou partir para o Aeroporto pra mais uma jornada de shows do final de semana. 
- Tchau família! Bênçãos Mamusca e Pai. Se cuida, Pi. - dizia abraçando seus pais e dando um beijo na testa da sua irmã. 
- Se cuida você também Mila! - Luan dizia piscando pra ela.
- Tchau, Luan. Boa viagem e bons shows pra você! - Camila dizia com uma certa timidez.
- Valeu, linda. Espero te ver mais vezes e seja onde for, preciso terminar o que começamos. - Luan dizia maliciosamente, fazendo todos olharem atentamente para eles com uma certa dificuldade de manter o riso, e Camila por sua vez parecia querer fazer um buraco no meio do chão e se esconder de todo o mundo, fazendo Luan ir até a porta rindodisso. 
Após ele partir, Marizete e Amarildo foram visitar um casal de amigos e Bruna com Camila resolveram ir ao Salão de Beleza juntas. Chegando lá, Bruna resolveu que iria clarear mais seus longos e loiros cabelos e Camila optou somente por uma massagem capilar. 
- Cami, sua amiga aqui tá bem cansada. O que acha de ir pegar um copo d'água pra sua Bubuzinha?
- Folgada igual ao irmão!  Camila dizia se levantando de sua poltrona fazendo Bruna gargalhar.

- Nossa, mas esse Luan Santana é um pegador mesmo. Era cheio de boatos com a Marquezine e agora essa, mas a diferença é que dessa vez ninguém sabe de quem se trata. - Dizia Igor, um dos cabeleireiros que estavam cuidando dos cabelos de Bruna.
- Qual a mentira que saiu sobre o meu irmão agora? - Dizia Bruna sem dar muita importância. 
- Olha Bruninha, tá difícil dessa vez ser  mentira. Apesar de que o site da EGO publica muita coisa sem fundamento, mas essa aqui tem fotos. - ele mostrava o celular a Bruna que engoliu seco ao ler a notícia e ver quem estava nela.

LUAN SANTANA VOLTA PRA CASA DEPOIS DE SHOW E É RECEBIDO POR SUA AMADA. 

Luan Santana (23), foi fotografado ontem dia 10 de dezembro de 2014, na porta de sua luxuosa casa, dando beijos apaixonados em amada após ter feito um show em Lençóis Paulista-SP. 
O cantor foi direto para sua casa no condomínio Alphaville e segundo nossas fontes seu novo affair o-recebeu com trajes curtos que realçava bem suas curvas e Luan não perdendo tempo beijou a moça apaixonadamente. UAAAL! Agora a pergunta que não quer calar... Quem é a morena sortuda da vez?

Camila ia andando calmamente em direção a Bruna segurando os dois copos de água, mas acelerou o passo ao ver que a amiga estava pálida e com um semblante estanho em seu rosto.
- Amiga, você tá bem? Parece pálida. - ela disse transmitindo a preocupação em sua voz.
- Mila, melhor você sentar! - Bruna falava cada palavra calmamente.
- Meu Deus, que houv... - Bruna a-interrompeu no meio da frase virando o celular que estava em suas mãos para que ela pudesse ver do que se tratava. Camila ao ler o enunciado da notícia cuspiu a água que tomava para fora, suas pernas falharam e ela caiu sentada no sofá que estava atrás de si. Em cada palavra que ela lia, seu rosto parecia que a qualquer momento sairia fumacinha dos seus olhos.
- EU NÃO ACREDITO NISSO. PUTA QUE PARIU! Gritou fazendo todos que ali estavam,olha-lá com espanto.
- Amiga, mantenha a calma! Assim todos vão pensar que você está com muito ciúmes do Luan ou que é você a nova Affair misteriosa. - Bruna falava num tom baixo para que somente Camila ouvisse.
- Que nova Affair o que, Bruna? Mas que porra! Eu vou matar o Luan. - Camila falava impaciente ainda olhando a notícia, incrédula.
- A culpa são dos dois, ele não estava beijando o vento. O que custava entrar em casa? Dois apressadinhos! - Bruna falava rindo. - Agora se acalma que a merda já foi feita. - Bruba falava tentando tranquiliza-la.

Luan Narrando 

Estava mais uma vez num quarto de hotel dessa vez no Nordeste e como era de se esperar o calor era grande. Para amenizar resolvi tomar mais um banho. Após uns 20 minutos no banheiro, me vesti apenas com uma bermuda e decidi falar com meus fãs pelo Twitter, anda tudo tão corrido que nem falo com eles com tanta frequência. 
" @luansantana: Iai meu amors, tudo certinho certinho com vcs? "
Como sempre era aquele alvoroçado que eu tanto amava, mais de 500 menções por minuto e eu sempre respondia os que via na página inicial.

| @luansantana: @lsmeuanjo to bem demais gorda e você?
| @luansantana: @mylifeluanjo só se me ser uma pamonha.. Kkkkkk 

Após alguns minutos vejo as menções se concentrarem em nomes e perguntas.
| @raridadedolu: É a Jade não é? Ela apenas deve ter pintado o cabelo.
| @eduardarosa: Ta namorando a Bruna Marquezine, Luan? 
| @fcmeululindo: Pegando a Anitta Luan? Aff, você merece coisa melhor amor! 

"Do que elas então falando, meu Deus?" Não conseguindo entender o que estava acontecendo, Luan procurou ler mais menções pra ver se achava o real motivo pra tudo aquilo, até que encontrou.

| @anjoeprincipels: Gente, to bem desconfiada que é aquela amiga da Bruna, a que já namorou com ele!
| @luanmeusonho: Será? Nem pra isso a EGO serve, nem conseguiu mostrar o rosto da ridícula! --'

Gelei instantaneamente ao pensar na hipótese do que se tratava. Estava igual um louco lendo algumas das mensagens, quando Rober bateu na porta do meu quarto me assustando. 
- Boi, posso entrar? - ele disse na segunda batida.
- To indo, cara - deixei o celular na cama ainda aberto no Twitter e fui abrir a porta. Assim que abri vi ele me encarar com um semblante preocupado.
- Você viu a matéria que saiu no site da EGO?
- Então é por isso que o Twitter ta uma loucura... - fechei a porta com mais tranquilidade e fui em direção ao celular pra conferir a calúnia da vez. Abri o site e logo no começo havia meu nome estampado. 

Acabando de ler, sentou-se na cama confuso e de uma certa forma feliz por ver que aquilo tudo não foi um sonho. Voltando a tal realidade, rapidamente preocupou-se por Camila ter sido exposta dessa forma, mas pelo menos seu rosto e nem seu nome não estavam lá. - E se ela quer saber, eu ia adorar que ela realmente tivesse aparecido, porque quando algum marmanjo a-visse não iria mais ficar sem engraçando para ela, afinal ela é minha. - Luan ria sozinho.
- Iai boi, vai querer desmentir isso? Rober falou despertando-me.
- Desmentir o que? É realmente a porta da minha casa e tem realmente alguém me beijando. Agora eles vão apenas querer saber quem é.
- E você vai dizer? 
Aquela pergunta de Rober me fez ficar angustiado só de pensar que Camila com certeza iria fazer grande escândalo com isso tudo.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

• Capítulo 54

Adentrei no quarto de Bruna com a velocidade de um foguete, assustando-a. Pedindo a Deus que Luan não viesse atrás.
- Ai que susto, parecia que estava correndo de um monstro pela casa. - Bruna dizia me fazendo sorrir amarelo. 
- Cade a pipoca? Espero que tenha realmente ficado muito boa, só assim pra eu perdoar essa sua demora. 
- Que pipoca? - comecei a andar de um lado para o outro fazendo Bruna me olhar tentando entender o que estava acontecendo, ela me conhece o suficiente pra saber que algo ali estava errado.
- Como assim que pipoca? A que você foi fazer, a que você passou quase quarenta minutos pra fazer! - Ela me olhava de uma forma interrogativa.
- Amiga, me desculpa. Acontece que eu sou alérgica a pipoca microondas! Fico me coçando só de imaginar, sabia? - eu falava rápido e sem olhar pra ela, que já me olhava sem entender meu nervosismo, quando ouço a maçaneta da porta do quarto girar várias vezes, me fazendo gelar.

- Camila, abre isso aqui! - Luan falava como quem implorava por resposta.
- Pi? É você? - Bruna olhava pra mim indo em direção a porta gargalhando.
- Para de bater, quer acordar nossos pais? Já estou abrindo. - Bruna dizia rindo da situação. - O que você quer? Ou melhor, deixa eu ver se entendi. Bruna ria olhando pra nós dois e isso estava me irritando.
- O que foi, Bruna? Mas que porra! Me dá a minha mala, vou pro quarto de hóspedes. 
- Deixa de ser esquentadinha, amiga. Afinal, se negar é pior! - Bruna dizia rindo ainda mais.
- Você vai ficar aqui mais uns dias? - Luan dizia sorrindo.
- Estava tudo certo para que isso acontecesse.
- Estava? Porque não tá mais? - Luan perguntava arqueando a sobrancelha.
- Porque você chegou! 
Virei a cara pra ele e dei um olhar mortal pra Bruna que tentou conter o riso.
- Mila, vamos conversar. Para de ser marrenta cara! - Luan disse já impaciente.
- Hoje não Luan, tô cansada - disse sem conseguir sem quer olhar pra ele. 
- Já que você quer assim, até amanhã então. - ouvi seus passos pesados por alguns segundos seguido de uma batida forte de porta. Ele realmente não tava satisfeito.
Bruna sentou em sua cama e ficou me olhando desconfiada.
- Amiga, o que aconteceu? E sim, eu quero detalhes! - dizia animada batendo palminhas. 
Apenas olhei pra ela com raiva e ignorando-a.
- Ah, por favor amiga! 
Depois de muita insistência deitei no colo dela e contei tudo de forma mais detalhada possível, ela era minha melhor amiga mas também era irmã dele, o que me deixava com uma certa vergonha.
Ficamos conversando por horas e Bruna já estava quase pegando no sono, então resolvemos dormir, mas no meu caso, apenas tentar. Rolei para o lado, rolei pro outro e nada do sono vir. 
As lembranças dos beijos dele, das suas carícias e palavras vieram à tona e eu me lembrava de tudo com um certo sorriso bobo no rosto, até que finalmente o sono chegou e adormeci.

Luan Narrando

Era quinta-feira e eu estava no meu camarim, a espera de fazer mais um show e dessa vez aqui mesmo em SP. Resolvi que após acabar o show, eu iria pra um Hotel qualquer somente pra dormir e logo cedo iria em casa. Eu não gostava muito de chegar de madrugada porque sempre acabo acordando ou assustando alguém com meu jeito destrambelhado. Peguei meu celular e dei uma olhada rápida no Instagram pra passar o tempo e vi que Bruna havia postado uma foto que mostrava apenas as suas pernas e de outra pessoa, deitadas numa cama e dando as mãos. 
"Tem coisa melhor que a companhia da melhor amiga do mundo?" marcando Camila na foto. 
Como assim a Camila está na minha em casa e ninguém me disse nada?

- Boi, o atendimento ao Camarim começa daqui a 5 minutos. - Rober falava quebrando o silêncio.
- Pódeixá Testiba! - luan tirava sua touca do cabelo pra por em Rober que ria. - Olha, quando acabar o show a gente segue, quero ir pra casa logo. 
- Então tenho que cancelar seu quarto que reservei no Hotel, mas por que?
- Camila tá dormindo lá em casa, cara. Cê acha que eu ia perder isso? 
- Boi, boi... - Rober sendo interrompido.
- Da cara preta, mata esse Testa que só quer se meter na vida do Luanzeiraaa! 
- Tá apaixonadin! - Rober dizia rindo.
- Na sua mãe, aquela gostosa! 

Nesse clima de descontração atendi meus fãs e a emprensa e em seguida fui fazer o show. Depois do termino do show, eu parti direto pra minha casa decidido a acabar de uma vez com a barreira que eu e Camila havíamos criado, apesar de que ultimamente nós viemos nos falando com uma boa frequência, mas isso não me bastava. O caminho todo fui relendo nossas conversas do WhatsApp e percebi que ela também me dava sinais de que me queria. Camila nunca foi de dar o braço a torcer, por mais que estivesse morrendo de amor! - luan ria pensando do seu jeitinho. Estava na frente da minha casa e antes que eu entrasse liguei pra ela, que atendeu com um pouco de demora.

- Luan? Alô? - Ouvi sua voz e involuntariamente abri um sorriso. 
- Mila, abre a porta. 
- Hã? Que porta? 
- A da minha casa, ué. Eu sei que você está aqui. 
- Mas hoje você não tem show? 
- Só abre.
Camila desligou a ligação e provavelmente estava vindo ao meu encontro. 
Quando ela abriu a porta com aquela minúscula roupa de dormir, me arrepiei por inteiro, aumentando a necessidade  que tinha por aquela mulher. 
- Qual o motivo dessa sua vinda repentina?
- Você é o motivo!
A puxei com toda a força pra junto do meu corpo e quando nossos lábios se encontraram senti meu corpo todo se acender, nunca havia me sentindo assim com outra mulher desde que tinha a beijado a anos atrás. Tudo com ela se tornava muito melhor. 
Aos poucos Camila foi relaxando e dando passagem a minha língua insistente. Pressionei ela contra o meu corpo para que ela o sentisse e aumentei a intensidade do beijo, nesse momento ela levou as mãos a minha nuca e fazia carinho em meus cabelos. Eu estava sentindo a melhor sensação da minha vida, a sensação de reciprocidade. Fui adentrando minha casa e fechando a porta sem precisar me desgrudar dela. Aos beijos fomos nos sentando no sofá e quando a coisa esquentava mais, ela começou a relutar contra nossos instintos. 
Essa mulher queria mesmo me matar!
- Não me nega isso, por favor. - Eu praticamente suplicava olhando em seus olhos. 
- Eu acho melhor pararmos por aqui. - Camila dizia de cabeça baixa.
Nenhuma frase me irritaria mais do que isso no momento. Eu precisava dela comigo e ela não estava levando isso a sério. Camila foi em direção à escada me deixando plantado na sala e sem nem dá nenhuma explicação pra isso, mas eu não iria desistir tão facilmente.

Camila Narrando 

Fui dormir super tarde e isso me resultou acordar tarde também. 
Olhei as horas e já eram 12h30 e o que me despertou mesmo foi o som de vozes no andar debaixo. Olhei ao redor do quarto e Bruna já havia acordado. Me levantei a muito custo e fui a sua suíte tomar um banho. Depois de pronta, segui rumo a escada e quando cheguei ao fim dela me deparei com aquela cena da família feliz. Marizete, Amarildo, Luan e Bruna estavam sentados todos na mesa almoçando entre conversas e sorrisos estampados em no rosto de cada um. Fique com uma leve vergonha de interromper aquele momento tão bonito e então Mari me avistou chegando.
- Minha linda, dormiu bem? - ela anunciou com voz doce fazendo todos da mesa me olharem, Luan com um olhar penetrante e Bruna percebendo minha vergonha não conseguiu segurar o riso. 
- Dormi sim, Mari. Desculpa a hora que acordei, eu e a Bubuzinha viramos a noite como os velhos tempos! 
- Realmente, essa noite aconteceram muitas coisas como os velhos tempos. Luan finalmente se pronunciou, me fazendo arrepiar involuntariamente. 
- Amiga, vem almoçar. Temos que resolver muitas coisas do amigo secreto. - Bruna falou tentando mudar de assunto fazendo Marizete e Amarildo se distraírem antes que nos olhassem confusos com o que Luan havia dito.
Me sentei na cadeira vaga entre Luan e Bruna tentando me concentrar na comida, o que estava sendo difícil por causa de Luan que não tirava os olhos de mim e às vezes sorria, me deixando completamente desconsertada. 

- Olha, Mari... Você para de fazer essas comidas gostosas, desse jeito vou me mudar pra cá de mala e cuia viu? - dizia  Camila alisando a mão da sua mãe de cosideração.
- Eu ia adorar que você passasse uns tempos aqui! Eu e Bruna ficamos muito sozinhas nessa casa enorme quando Luan viaja e precisa que meu marido vá junto. 
- Eu também ia adorar, Mila. - Luan dizia sorrindo de canto.
- Obrigada gente, mas eu tenho uma vida bem corrida também. Só ia aumentar o número de bocas pra comer nessa casa! - dizia divertida.
- Mas você sabe que as portas dessa casa sempre estão abertas pra senhorita, né? - Amarildo falava carinhosamente. 
- Sei sim, sou grata demais e digo o mesmo pra todos vocês! - Dizia Camila com um sorriso sincero.


domingo, 24 de maio de 2015

• Capítulo 53

Num ato rápido Luan me puxou pra o seu corpo, deixando nossos rostos a centímetros um do outro. 
- O que você está fazendo? 
- O que eu deveria ter feito desde que te reencontrei.

Os lábios macios dele encontravam-se com os meus. Luan passava a sua língua gentilmente por toda a minha boca, seus beijos e toques falavam por si só, cheios de saudade me fazendo rir durante o beijo. Eu me sentia como se tivesse que aproveita-lo sem pausas e interrupções, por medo de não saber se aquilo voltaria a acontecer.
Luan foi aprofundando o beijo enquanto me guiava pra dentro de casa e com agilidade fechava a porta atrás de si. 
- Luan, sua mala ficou lá fora! - falava ainda com nossos lábios grudados.
- Que importância tem uma mala, perto da gente? - ele dizia sorrindo e fazendo meu coração quase sair pela boca! Esse traste era realmente bom nisso.
Fomos nos sentamos no sofá sem nos desgrudar um segundo se quer. Toda a nossa distância e as indiferenças estabelecidas entre nós, naquele momento não existia mais. Eu só sabia sentir as mãos dele percorrendo meu corpo, seu cheiro me invadia e quando me dei conta ele já estava sobre mim, tendo total acesso ao meu meu corpo. A medida que íamos nos deitando no sofá, Luan dizia palavras doces, me fazendo flutuar. Ele vez ou outra parava de me beijar, apenas pra me olhar e pra tirar meus longos cabelos do meu ombro, dando passagem pra seus beijos e caricias. E eu confesso, isso me deixava louca por ele cada vez mais.
O beijo se tornava mais intenso, preciso e urgente entre ambos. Até que eu me afastei de leve, desgrudando nossas bocas.
- Não me nega isso, por favor. - Luan dizia olhando nos meus olhos. 
Eu não conseguia dizer nada, as palavras fugiram de mim e ele se aproveitou disso me calando com mais um dos melhores beijos que já demos. 
Luan começou a abaixar a alça fina da minha blusa, distribuindo beijos no meu pescoço fazendo com que eu perdesse os sentidos. 
Me afastei do seu corpo rapidamente enquanto vejo Luan me olhar incrédulo.

- Eu acho que devemos parar por aqui. - Eu dizia tentando retomar o fôlego, me levantando do sofá.
Olhei pra Luan que se levantava junto tentando me puxar novamente pra si.
- Camila, não faz isso, por favor. Você não sabe de quanto eu preciso de você.
- Luan, aqui não! 
- Podemos subir pra o meu quarto, podemos ir pra onde você escolher, só não me deixa sem você agora. - ele dizia com um olhar de deixar qualquer uma sem coragem de dizer um "não".
- Não faz essa cara de cachorrinho abandonado que você sempre consegue o quer. - falei pondo a mão na cintura, demonstrando indignação.
- Mas esse é o propósito, uai. Vem cá, morena, vem! - ele dizia me puxando pra si.
- Se você insistir mais, eu vou gritar e seus pais vão descer aqui. Prefere? 
- Caralho, não precisa mais se fazer de durona. Eu sei que você quer tanto quanto eu, eu sei que meus beijos te fizeram falta, eu sei que só eu consigo te deixar assim... Para de pirraça! 

A vergonha já começava a tomar conta de mim então sai correndo em direção a escada. Antes de subir os degraus, olhei pra trás e ele continuava a me olhar, subi a escada de vez antes que eu mudasse de ideia e voltasse a trás. 
Adentrei o quarto de Bruna com a velocidade de um foguete, a-assustando.
- Ai que susto, parecia que estava correndo de um monstro pela casa. - Bruna dizia me tirando um sorriso sem graça.
- Cade a pipoca? Espero que tenha realmente ficado bom, só assim pra eu perdoar essa sua demora. 
- Que pipoca? - comecei a andar de um lado para o outro fazendo Bruna me olhar tentando entender o que estava acontecendo.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

• Capítulo 52

- Você pode contar comigo sempre.
- Será que dar pra falar sério com você pelo menos por um segundo?
- Já se passaram um segundo. - Ele dizia eu podia ver ele sorrir.
- Você me irrita. 
- Linda.
- Ok, só era isso mesmo... Bom show, Luan. 
- Muito obrigado, Mila! 
- Por nada!
- Ei, não desliga. 
- Você vai começar o show e eu não quero te atrapalhar.
- Não vai começar agora, ainda nem atendi o pessoal que vai vir pra o camarim, relaxa. Eu só quero falar um pouco mais com você. 
- Tá, então. O que você quer conversar comigo? - sentia minhas bochechas queimarem e meu coração bater feito uma escola de samba.- 
- Eu quero voltar a ser pelo menos seu amigo, Mila. Como foi o seu dia? 

Uma semana depois...
Camila Narrando

Hoje era quinta-feira, estava eu voltando pra casa depois de mais uma coletiva de imprensa com minha equipe, tendo que aturar os olhares de reprovação do Matheus sobre mim e aquilo estava me incomodando demais. Não é pelo fato de que eu e ele não namoramos mais que eu queria ele longe de mim. Eu e o Math somos melhores amigos desde a alfabetização, ao contrário de Luan, eu e ele sempre nos demos bem e eu no fundo sempre soube que nunca daria certo passar dos limites da amizade com ele, mas já que aconteceu, agora tenho que aturar esse clima sobre nós dois. 

Cheguei em casa e fui tomar um banho pra aliviar os estresses do trabalho, juntamente com trânsito que sempre era caótico. 
Já faziam duas semanas que não via a Bruna e senti uma enorme vontade de chama-lá pra vir dormir aqui. Peguei meu celular e disquei seu número na esperança de que ela atendesse.

- Nossa, um milagre aconteceu. Camila Salsa lembrando das amizades... 
- Ô Bubuzinha, não fala assim! Estou numa correria imensa, mas logo logo entro de férias e você não vai ter sossego. 
- Quero ver, hein? Porque a senhorita não vem se redimir vindo aqui pra passar todo o final de semana comigo? Estou de bobeira.
- Topo na hora, amiga. Eu que ia te chamar mas pensando bem, aqui não tem as comidinhas da Tia Mari, hahahah. 
- Safada e interesseira! - ela ria junto comigo.

Combinei que iria apenas aprontar uma bolsa pra passar os dois dias e iria logo pra lá. Me recordava bem onde se localizava o condomínio e nem precisei de que Bruna me mandasse a localização. Cheguei lá e como sempre fui bem recebida, dessa vez com Amarildo junto. 
- Que coisa boa reencontrar você, filha. Espero que não invente mais de sumir desse jeito, viu? - Amarildo me abraçava de lado.
- Prometo que não sumo mais da vida de todos vocês, nem que me paguem! 
- Ei, tá ótimo vocês dois já né? - Bruna dizia fazendo birra e nós riamos dela.

Bruna e Luan sempre teve ciúmes de Amarildo comigo e Bernardo, ele nos considerava como filhos adotivos. Estava me sentindo em casa novamente, do jeito que me sentia antes.

Depois de conversar e comer o melhor bolo de Cenoura do mundo com a minha segunda família, eu e Bruna subimos para o seu quarto pra vermos um filme.
Enquanto Bruna procurava algum, eu desci as escadas pra ir a cozinha fazer uma pipoca pra nós duas, quando meu celular que estava no silencioso começou a vibrar. Olhei para o visor e era Luan que estava ligando, na mesma hora minha respiração pareceu falhar, esperei me acalmar pra não passar nervosismo. Desde o dia em que liguei pra Luan para comunicar do tal amigo secreto que eu e a Bru estávamos organizando, nós dois não nos paramos de nos falar, seja lá por ligação ou WhatsApp. Se o plano de Bruna era nos juntar novamente, está dando certo.

- Alô? - Eu tentava falar com a mesma voz de sempre, mas ela insistia em falhar.
- Mila, abre a porta. 
- Hã? Que porta? 
- A da minha casa, ué. Eu sei que você está aqui. 
- Mas hoje é quinta-feira, você não tem show? 
- Só abre.
A cada milésimo que passava eu tinha mais certeza que meu coração ia sair pela boca. Desliguei a ligação e fui em direção a porta, girei a maçaneta e dei de cara com Luan. Ele olhava pra baixo e roía as unhas, era isso que ele fazia quando estava nervoso, ri disso. 
- Posso saber o motivo dessa sua vinda repentina? 
- Você é o motivo.

Num ato rápido Luan me puxou pra o seu corpo, deixando nossos rostos a centímetros um do outro. 
- O que você está fazendo? 
- O que eu deveria ter feito desde que te reencontrei.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

• Capítulo 51

Luan Narrando

Depois de ver Camila indo embora e dando um estrondo na porta da minha casa, me sentei no sofá querendo matar a mim mesmo. Eu não consigo segurar minha língua, sempre quero conseguir conquistá-la de uma vez, a todo custo e isso só piora minha situação. Preciso ir com menos sede ao pote. - gritava o subconsciente dele. 
- Eu tenho quem me ajude. - Luan subia as escadas indo diretamente para o quarto de Bruna.

- Pi?- disse na terceira batida.
- Entra! - escutou sua voz de desânimo.
- Preciso muito da sua ajuda. - dizia se sentando na cama onde ela estava.
- O que, Luan? Vai me dizer que precisa de mim pra mais uma vez concertar suas burradas? Você não cansa de fazer as coisas sem pensar? - Bruna já havia aumentado o tom de voz.
- Não sei se você estava escutando, mas eu só tentei abaixar a guarda dela, eu não fui chato e nem ignorante. 
Eu só queria que ela entendesse que depois que ela voltou, eu percebi que nunca deixei de ama-lá e eu tenho certeza que ela também nunca me esqueceu. 
Eu quero ela pra mim de novo, Pi. 
- Luan, eu te conheço. Você tá nessa euforia toda porque ela está ignorando você, não está te dando o mínima e isso te faz ficar desse jeito. Isso afeta seu ego de pegador! Assim que a Camila "abaixar a guarda" e se render, você vai perder o interesse, vai deixá-la de lado e fazê-la sofrer como já fez um dia. Não se esqueça que apesar de tudo, ela sempre foi vista como uma irmã pra mim e eu não quero ver ela sofrer por você nunca mais.

Luan abaixou a cabeça, ficando com um aspecto de decepção com si próprio. Ele sabia que no fundo Bruna não mentia. Mas mesmo assim queria saciar a saudade que estava de Camila desde o dia que a encontrou.
O silêncio ecoava no quarto até que Bruna pegou uma das mãos do irmão e sorrindo de lado pra ele.
- Pi, eu vou te ajudar. Eu sempre te apoio, né?
- Por isso que eu te amo, coisa linda do irmão! - Luan enchia Bruna de beijos, eles riram e logo em seguida, tentavam bolar um plano de Camila ser mais próxima da família Santana como antigamente e consequentemente mais próxima de Luan.

Camila Narrando

Cheguei em casa exasperada e com a cabeça explodindo. Todas as vezes que eu me encontro com Luan é a mesma história, brigas, brigas e mais brigas!
Pra esfriar a cabeça resolvi tomar um banho longo para afastar qualquer problema, pelo menos por um tempo. Sai do banho colocando meu roupão e fui na cozinha preparar algo pra comer. Estava fuçando a geladeira quando escuto meu celular tocar, olhei pro visor e vi que era Bruna.

- Mila?
- Oi, Bubuzinha. Me desculpa por ter ido embora da sua casa sem me despedir, mas você sabe que seu irm... - sendo interrompida.
- Sei, sei de tudo! Nem me precisa falar. Vamos falar de coisas boas. -
- Lá vem.. Diz logo!

Apesar das verdadeiras intenções da Bruna não vou deixar isso estragar o reencontro da nossa turma. Ela me propôs que fizéssemos um amigo secreto de fim de ano com todo o nosso grupo de antigamente, e eu animei-me, topando prontamente.
Fui preparar um sanduíche pra mim, sentei-me no sofá e comecei a ligar para cada um, me emocionando com as vozes que não ouço a muito tempo. 
Depois de falar com alguns, o único que faltava ligar era Luan. Involuntariamente sorri entendendo o real motivo de Bruna querer que eu mesma ligasse para todos. Disquei o número e no segundo toque ele atendeu. 

- Olá, Camila Salsa, o que devo a honra da sua ligação? - ele disse com tom de sarcasmo.
- Nem olhei a hora pra te ligar, desculpa. Tá ocupado? É que preciso falar com você. - Dizia fingindo indiferença.
- To esperando começar o atendimento ao camarim, mas pode falar, cheguei cedo e to com tempo. Mas peraí, já sei o porquê da ligação. - Pude ver o sorriso dele se formando.
-Sabe? - Disse desconfiada.
-Claro, é que você não agüentou de saudade de mim e teve que ligar só pra ouvir minha voz. - Ele diz seguido de uma gargalhada.
- Aí Rafael, você não para de ser idiota e convencido nunca mesmo né?Cala a boca e me escuta! - falo já alterada.
- Ui, chamou de Rafael. 
- Quer parar?
- Tá bom, marrenta. Diz a boa!
-  Como já já viramos o ano, a Bruna propôs de fazermos um amigo secreto para reencontrar nossos amigos das antigas e eu queria saber se a gente pode contar com você.
- Você pode contar comigo sempre.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

•Capítulo 50

Luan Narrando

Depois da gravação do show da virada, vim direto para minha casa já que só teria compromissos no sexta à noite, preferi ir pra minha casa nem que fosse pra passar somente um dia, do que ter que encarar mais uma noite num quarto de hotel. Eram 3h40 da madrugada quando cheguei, procurei minhas chaves e com delicadeza e jeito abri a porta. Pensei em passar no quarto dos meus pais para avisa-los que tinha chegado mas resolvi ir direto para o meu e fazer uma surpresa a eles amanhã quando acordassem. Tirei minha roupa e entrei debaixo do chuveiro, deixando que a água caísse sobre mim na tentativa de me relaxar. Estava me sentindo bastante cansado não só fisicamente como psicologicamente também. Talvez uns dias de férias resolveriam, não quero viajar pra um lugar pra curtir e ir a festas, mas sim pra ter sossego e descansar bastante junto com a minha família. 
Eu tenho a vida que pedi à Deus, sou profundamente grato a ele e as minhas fãs por me fazerem o cara mais realizado do mundo todos os dias, mas se eu falar que nunca tive vontade de sumir, estou mentindo.  
Depois de muito refletir sobre isso, sai do chuveiro me enrolando na toalha e escolhendo uma roupa confortável pra dormir, o que não demorou muito pra acontecer.

Ainda muito cansado, fui abrindo meus olhos de pouco em pouco e me deparei com meus pais e minha irmã sentados na ponta da minha cama, olhando pra mim como se estivessem me admirando. 
Sorri com a cena e levantei pra abraçá-los.

- Meu filho, que surpresa boa! - Marizete falava com um enorme sorriso no rosto.
- Mãe, larga do Pi. Hoje ele é só meu! - Bruna resmungava como uma criança.
- Calma, calma. Tem pra todas!
- As duas aí, fiquem sabendo que hoje é dia de jogar com o paizão aqui! - Amarildo falava com ar de soberania fazendo todos rirem.

Fomos à cozinha nesse clima de descontração que sempre tinha quando eu voltava de viagem. 
Depois de um tempo eu e Bruna subimos pro nossos quartos, eu pra pegar meu celular que havia deixado em cima da cama e Bruna foi pra procurar uns filmes pra nós vermos. 
Depois de pegar meu celular, fui no corredor do quarto dela pra chama-lá quando ouço ela falando no telefone escandalosamente. Ri do seu jeitinho e quando eu ia rodar a maçaneta a-ouvi dizer "Meu Deus, Camila! Que felicidade, eu sabia que você não iria resistir ficar longe de mim por tanto tempo." 
Confesso que meu coração bateu descompassado ao pensar na possibilidade de a ser Camila que eu estava pensando. Fiquei mais um tempo tentando entender a conversa e pelo o que eu ouvi ela viria aqui.

Rapidamente sai da porta de Bruna e voltei pro meu quarto. Fiquei andando de um lado pro outro e se continuasse assim certeza que ia fazer um buraco no chão. Sentei na cama, peguei meu celular e fui tentar me distrair. Entrei no instagram e fui vendo umas fotos aleatórias até que uma me chamou a atenção... Era ela, tão linda, como eu queria poder dizer que também era minha. Vou fazer de tudo pra essa mulher voltar de vez pra minha vida. Olhei novamente a janela e nada da Srta. Salsa. 
Onde será que tá essa lesma que não chega? 

Ouvi passos no corredor acompanhado da voz de Bruna. Deitei na cama rapidamente e fingi que estava dormindo.
- Ô Pi, você não sabe q... -Ela parou no meio da frase provavelmente vendo que eu estava "dormindo", saiu do quarto e fechou a porta. Melhor assim, não quero que ninguém fique repreendendo as minhas atitudes.
Tomei um banho e experimentei no mínimo 20 camisetas mas nenhuma parecia boa o bastante. "Porra, o que é que tá acontecendo?"
No meio da minha crise de ansiedade, fui até à varanda e a vi estacionando aqui em frente, segui cada movimento seu com os olhos e ouvi a campainha tocar. Era ela.

Só foi Camila chegar e minha coragem sumir. 
Já faziam meia-hora completa que ela havia chegado e eu não tive coragem nem pra aparecer. Abri a porta do meu quarto pra tentar escutar o que elas tanto conversavam quando a Mamusca quase me mata de susto saindo do seu quarto que é quase em frente ao meu, fazendo com que eu me escondesse. 
Me senti um idiota por fazer essa frescura toda. "Qual é, Luanzera? Desaprendeu a ser galã?" Falava pra si próprio.
Quando ouvi minha mãe descer as escadas fui para o corredor caminhando devagar e agora sim podia ouvir o que elas falavam.

- Como está linda. Sempre foi! - Ouço a Mamusca dizer e um sorriso surgiu no meu rosto só de imaginar a carinha dela de vergonha.
Criei coragem e fui descendo as escadas quando ouvi minha mãe perguntar se ela preferia bolo de cenoura ou de chocolate.
 No mesmo instante me veio na cabeça coisas que já vivenciei com Camila.

•FLASHBACK ON• 

Os dois estavam na cozinha da casa de Camila, tentando preparar seu tão amado bolo de cenoura já que sua mãe não estava.

-Aí seu idiota, você tá me sujando toda . - Camila dizia olhando pra si própria pelo vidro do microondas, fingindo estar brava e se contendo pra não rir. 
- Tá com raivinha, tá? 
- Não enche. Olha o que você fez no meu cabelo, tá cheio de trigo!
- Sabia que você estressada fica mais linda ainda? - Dizia Luan a virando pra ele e puxando-a pra um beijo apaixonado e cheio de carinhos.
- Sabia que a cada dia que passa, meu coração só consegue sorrir quando está assim, contigo.. Juntinho?
- É? Então avisa pra esse coraçãozinho que ele vai sorrir pro resto da vida.
•FLASHBACK OFF•

Voltei a realidade e relembrar disso só me fez ter mais necessidade dela perto de mim de novo. Desci as escadas e rapidamente respondi a pergunta da minha mãe.
-Ela prefere de cenoura, Mamusca. 
- Você não estava dormindo, Pi? - Bruna perguntava rindo da situação.
- Falou certo, estava. 
Oi Camila, que surpresa boa! - disfarçava o nervosismo, rindo e agindo naturalmente. 
- Oi, Luan. Estou tão surpresa quanto você, afinal se eu soubesse que você estaria aqui, eu nem teria nem vindo. 
E Dona Mari, hoje eu gostaria de um bolo de Chocolate mesmo, se não for incomodo claro.
Camila falava com um sorriso sínico, fazendo Bruna segurar o riso. 
- Mas num larga de ser implicante nunca, que mulherzinha insuportável. Luan dizia indo em direção a cozinha.
- Insuportável é você! - Camila aumentava o tom de voz para que ele pudesse ouvir. 
- Mamusca, eu, seu filho, Luan Rafael, quero muito um bolo de Cenoura hoje! 
- Mas filho, seus bolos prediletos sempre são de chocolate. 
- Mas hoje prefiro de Cenoura e não me negue isso, dona Marizete. Cheguei de viagem cansado, doido pra comer um bolo de cenoura que só minha Mamusca faz. - Luan abraçava Marizete e olhava pra Camila que bufava.

- Ai Pi, larga disso! Você só quer comer de cenoura porque a Camila não quer. - Bruna falava se mostrando irritada.
- Ai Bubuzinha, parece que você não conhece o seu irmão. Ele se faz de coitado e sempre consegue tudo que quer.
- Porque você fala com tanta certeza que eu sou assim? Ah, já sei... Porque eu já consegui muita coisa com você, na verdade, tudo que eu queria. Lembra? - Luan dizia sorrindo malicioso.
- Eu não lembro de nada que te envolva, seu imbecil. - Camila se levantava do sofá se mostrando irritada.
- Chega vocês dois! Parece até que nunca cresceram. Eu me lembro bem das brigas que os dois sempre tiveram quando menor, era de encher a paciência de qualquer um. Mas parece que não amadurecem nunca! E eu não vou fazer mais bolo nenhum, se virem. - Marizete dizia se mostrando brava, subindo as escadas, ficando somente Luan, Bruna e Camila na sala.

- Eu ainda tinha dentes de leite da última vez que vi a Dona Mari assim, ela nunca se irrita. - Camila falava receosa.
- Pois é, amiga. Não tem quem aguente esse mimimi de vocês, e não vai ser eu que vou aguentar. 
Bruna falava saindo da sala ficando deixando Luan e Camila sozinhos.

- Culpa sua! Estragou o meu reencontro com sua irmã, você só me faz merda. - Camila dizia se levantando.
- Eu estou na minha casa, com a minha família e se tem alguém que estraga as coisas aqui é você.
- O que eu estraguei? Você comer seu bolinho de Cenoura que você nunca gostou de comer? - Camila dizia chegando mais perto.
- Não, Camila. Quem dera que você só estragasse isso. Parece que você fica agindo dessa forma comigo, pra sempre criar uma armadura, um jeito de escapar do que você sabe que uma hora vai acontecer.
- Não, eu não sei do que vai acontecer. Eu nunca tive um dom pra adivinhar as coisas, mas uma coisa que eu sempre tive foi noção do certo e do errado, se é que você entende. 
- Você tá querendo dizer que o sentimento de amar alguém é errado? - Luan tinha uma afeição de decepção e raiva.
- Não, até porque eu sempre soube amar as pessoas, fazendo de tudo para nunca magoá-las. Mas nem sempre as pessoas que conheci tiveram esse mesmo respeito por mim. Diga a sua irmã e a seus pais que outro dia volto à vê-los e de preferência num dia que você esteja bem longe.
Camila virou as costas para Luan que continuava estático, pegou sua bolsa e foi em direção a porta, batendo-a fortemente.

"Deus do céu, o que é que eu faço com essa mulher?"